ARQUÉTIPOS - SIGNIFICADO, ORIGEM, CARACTERÍSTICAS E IMPORTÂNCIA

INTRODUÇÃO

O interesse pelo autoconhecimento encontrou os sonhos e sua interpretação como excelente ferramenta. Entretanto, para o entendimento sobre sonhos e sua interpretação tornou-se necessário o entendimento sobre os fundamentos da psicologia junguaiana.

Em publicações anteriores, abordaram-se os fundamentos da psicologia junguiana, tratamos de Imagens Arquetípicas, manifestação visível dos arquétipos dentro das estruturas gerais da Psique.

Entretanto, ao perceber que muito dos sonhos eram mensagens para nos tornar conscientes de complexos e caminharmos no processo de Individuação e apesar de já se ter abordado complexos, dentro das estruturas gerais da Psique, organizou-se texto mais abrangente sobre esse conteúdo de nossa Psique.

Com essa ampliação do estudo sobre complexos, julgou-se pertinente que, também, dever-se-ia aprofundar o entendimento sobre Arquétipo. E, como num único artigo com esse propósito ficaria muito extenso o texto sobren Arquétipos, dividimo-lo em dois: este está voltado para sua origem, significado e, importância e no próximo, para seus tipos.

CONCEITOS RELEVANTES

PSIQUE

O termo psique tem origem no grego “psyché”, alma. A Psique refere-se a tudo o que é formado pelos fenômenos inerentes à personalidade, ou alma humana. Sentimentos, pensamentos e percepções se desenvolvem na Psique, que permite que o ser humano se relacione e se adapte ao meio, por meio de processos.

INCONSCIENTE COLETIVO OU PSIQUE OBJETIVA

Segundo a psicanálise, a psique humana é dividida em Inconsciente e Consciente. Jung, por sua vez, propôs que o Inconsciente existe em duas camadas.

A primeira seria o Inconsciente Pessoal, que contém as informações esquecidas ou memórias reprimidas, já a segunda seria o Inconsciente Coletivo. Este seria compartilhado com todos os membros da espécie humana, e conteria as memórias de nossos ancestrais.

O Inconsciente Coletivo para Jung consiste em toda herança de evolução da personalidade e do comportamento humano, nascidos novamente na estrutura cerebral de cada ser humano. Neste nível profundo da Psique, podemos dizer que somos todos iguais e que não somos entidades separadas, pois todos nós somos “um”.

IMAGENS ARQUETÍPICAS

É o conteúdo básico do Inconsciente Coletivo, ou Psique Objetiva. São imagens profundas e fundamentais que se formam pela ação dos Arquétipos, sobre a experiência que vai se acumulando na Psique Individual.

Tais imagens arquetípicas são “imagens primordiais”. São peculiares à espécie e se, alguma vez, foram “criadas”, sua criação coincide, no mínimo, com o início da espécie.

COMPLEXOS

Grupamentos de imagens afins que se conservam juntas por um tom emocional comum. O agrupamento se dá em torno de certo tema gerador desse tom emocional. Se o tema for mãe, complexo materno.

Cada Complexo é grupo de imagens, relacionadas entre si, formadas em torno de núcleo central de significado arquetípico em sua essência.

SIGNIFICADO E ORIGEM

O termo “arquétipo” tem suas origens na Grécia antiga, as palavras raiz são arché que significa “original ou velho” e typos que significa “padrão, modelo ou tipo”. O significado combinado é “padrão original”, “modelo original” do qual tudo: pessoas, objetos, conceitos são derivados.

Jung constatou a presença, em cada Psique, de disposições vivas inconscientes, e, nem por isso menos ativas, de ideias que, instintivamente, pré-formam e influenciam o pensar, sentir e agir. O ser humano não nasce vazio, mas sim provido de memórias e características inatas, que são resultado do nosso processo de evolução. Estas memórias seriam predisposições universais, que estão presentes em todos os seres humanos e derivam do nosso passado ancestral.

Arquétipos são formas universais coletivas, básicas e típicas da vivência de determinadas experiências recorrentes, que expressam a capacidade criativa única e autônoma da psique. Núcleos ativados que organizam representações simbólicas, em determinados padrões de comportamento.

O Arquétipo não é a própria imagem é a tendência para a estruturação de imagens, de maneira particular, da experiência dum ser humano.

Os arquétipos não são experiências herdadas. São as repetições de experiências que se tornaram símbolos, a medida em que se revestiram das experiências pessoais conscientes ou inconscientes. São padrões de vida que não são aprendidos, semelhantes a padrões de vida não aprendidos nos reinos: vegetal; e animal. Funcionam como centros autônomos, que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas experiências. Expressam -se em formas de comportamento humano, por meio de emoções, de fantasia, ideias...

Tem origem numa constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações.

CARACTERÍSTICAS

Não é diretamente observável, ou observável em si. Só podemos percebê-lo através das imagens que proporcionam, ou seja, por suas influências sobre o conteúdo visível da mente: as Imagens Arquetípicas e os Complexos.

Encontram-se entrelaçados na Psique, sendo praticamente impossível isolá-los, bem como a seus sentidos. Porém, apesar desta mistura, cada Arquétipo constitui uma unidade, que pode ser apreendida intuitivamente.

A identificação de arquétipos está com o conjunto de imagens primordiais, que dão sentido às histórias passadas entre gerações, formando, juntamente com os instintos, o conteúdo do Inconsciente Coletivo.

Os Arquétipos são em número tantos, quantas as situações típicas da vida. Qualquer experiência humana, regularmente repetida: nascimento; morte; união sexual; casamento... tem alicerce arquetípico: Exemplo, a experiência de apaixonar-se por alguém: o que é único nessa experiência são os tipos humanos específicos. A experiência em si é tão antiga, como a própria vida humana ou, por outras palavras, é arquetípica.

O Arquétipo tem efeito luminoso, fascinante, as pessoas são impelidas por ele, tal como pelo Instinto, ao ponto de serem limitadas, subjugadas por este efeito, por esta força.

Embora constituam no Inconsciente Coletivo estruturas separadas, os arquétipos podem formar combinações, que passam a colaborar para a formação dos diversos tipos de personalidades existentes.

Apesar de os arquétipos poderem ter evoluído, constituem variável tão lenta que, para todos os fins práticos, os consideramos fixos no tempo histórico.

Os mesmos arquétipos estão sempre presentes no Inconsciente Coletivo, de mesma forma como como os mesmos órgãos estão presentes no corpo humano

IMPORTÂNCIA

Entender os padrões de personalidade do ser humano ajuda a compreender, também, nossas próprias motivações, nossas forças e fraquezas.

O conhecimento sobre arquétipos nos ajuda no processo de autoconhecimento, além de nos permitir entender as motivações dos outros e porque se comportam de determinada maneira.

Além desse conhecimento, deixado por Jung, nos possibilitar identificar padrões de comportamento humano e de possibilitar o conhecimento sobre nós mesmos, Jung afirmou, apesar de nenhuma comprovação científica, existir clara relação entre psique e o corpo. Nosso organismo estaria diretamente ligado às nossas vivências e que é impossível não pensar no desenvolvimento de um sem o outro.

O que Jung deixou como tese, a neurociência comprovou, quando demonstrou que parte do processo de desenvolvimento de conexões feitas pelos nossos neurônios é realizada pelo nosso código genético, enquanto a outra parte se deve às experiências de vida de cada indivíduo.

OBSEVAÇÕES FINAIS

Os Arquétipos não são imagens observáveis e constituem tendências a formação de conteúdos observáveis. Originam-se de constante repetição de mesma experiência, durante muitas gerações. Conteúdos funcionais do Inconsciente Coletivo, padrões que herdamos em número tantos, quantas as situações típicas da vida: nascimento; morte; união sexual; casamento...

Somente observamos os Arquétipos através das imagens que proporcionam, ou seja, por suas influências sobre o conteúdo visível da mente: as Imagens Arquetípicas e os Complexos.

Entender esses blocos básicos, que alicerçam a personalidade, é mais do que importante para o autoconhecimento.

Num próximo artigo completaremos o que julgamos importante para a compreensão sobre os arquétipos, tratando de seus tipos considerados mais importantes.

Óbvio que o entendimento seria facilitado com leitura anterior dos artigos destinados aos fundamentos da psicologia junguiana.

FONTES

SITES:

hipercultura.com;

institutofreedom.com.br;

psicologiasdobrasil.com.br;

pt.wikipedia.org; e

sbcoaching. com.br.

ENDEREÇOS RELACIONADOS

FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA JUNGUIANA (Psicologia; Psique; e Estruturas Gerais)

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/6764031

FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA JUNGUIANA – ESTRUTURAS ESPECIALIZADAS

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/6770289

FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA JUNGUIANA – INCONSCIENTE, SI MESMO E INDIVIDUAÇÃO

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/6776019

O QUE SÃO OS SONHOS

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/6781902

COMPLEXO – SIGNIFICADO, CARACTERÍSTICAS E MANIFESTAÇÕES

https://www.recantodasletras.com.br/artigos/7701882

COMPLEXO – TRANSFORMAÇÃO

https://www.recantodasletras.com.br/artigos/7707397

J Coelho
Enviado por J Coelho em 23/02/2023
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