Dança do ventre: sentimentos do corpo e do espírito

“Dança é vista como o extravasamento de sentimentos intuitivos ou inconscientes, inacessíveis à expressão (intelectual) verbal.” Ciane Fernandes

A Dança é considerada uma das artes mais antigas do mundo, antes mesmo da linguagem verbal já se executava a linguagem do corpo através do qual o homem se expressava.

Desde os primórdios esta manifestação era representada nos rituais religiosos, em forma de agradecimento as deidades. “A dança primitiva tinha um sentido de força-mágica, presidida em todos os acontecimentos individuais e coletivos do homem primitivo”, afirmam Garcia & Hass em seu livro Ritmo e Dança.

No Egito, por exemplo, a dança era de fundamental importância na cultura da sua civilização. A Dança do Ventre, caracterizada como uma arte milenar acompanhou as sociedades orientais por muito tempo. Praticada pelas sacerdotisas em templos egípcios, esta modalidade não tem lugar certo de origem, o que se sabe é que ela foi criada por mulheres e tinha como representação a fertilidade. Com a extinção dos templos e consequentemente com o fim da dança dedicada exclusivamente aos deuses, a dança do ventre foi incorporada na cultura cigana, sendo difundida em outras regiões e outros lugares do mundo.

A "Rack el Shark" (Dança do Leste), recebeu na França o nome "Dança do Ventre", nomenclatura caracterizada pelos movimentos da dança e pela sua origem Durante a sua transição pelo ocidente acabou adquirindo novas características através do contato com outras danças como o balé clássico, a dança moderna, o jazz e outras modalidades, sendo hoje considerada uma das mais belas danças do mundo.

Ao contrário do que muitos imaginam, a dança do ventre não se baseia em movimentos do ventre ou nos poderosos shimmies. A dança vem em primeiro lugar do interior e em seguida ela é externada por meio de movimentos e expressões. Dançar com a alma é o dever de toda bailarina, é dessa forma que ligamos os nossos sentimentos ao nosso corpo.

Além de ser uma dança majestosa, ela trás muitos benefícios para quem a pratica, tanto para a saúde do corpo como para a saúde da mente, afinal ela não deixa de ser uma dança terapêutica, ela melhora o condicionamento cardiorrespiratório, trabalha a circulação e as articulações, fortalece os músculos, melhora a postura, queima calorias, diminui as cólicas durante o período menstrual e auxilia as mulheres grávidas para o trabalho de parto.

Um dia alguém afirmou que ninguém pode deixar este mundo sem realizar três coisas: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Para nós mulheres eu acrescento mais um item nessa lista: dançar! Não podemos viver nossa vida sem ter dançado ao menos uma vez. Procure, invista e se entregue a esta arte milenar que evoca a beleza e os sentimentos do corpo e do espírito.