A MÍDIA CRITICA E NÃO DIZ NADA

Lailton Araújo

A cultura do Brasil precisa de que? Talvez de educação. Talvez ainda mais de liberdade em relação à Brasília. A arte não deve ser politicamente correta. Pode ser politicamente artística... Beber da fonte do Estado pode causar mal-estar, intoxicação na criação e disseminação de um vírus chamado: inércia brasileira ou Brasilis inercis.

A ministra Ana de Hollanda está sofrendo da doença Burocratis gabinetis, contraída nas últimas gestões do Ministério da Cultura - MinC. A comentada ministra - parece que sofre protestos de uma mídia estranha - foi funcionária do alto escalão da Funarte, e sabe que a doença contagia - de forma direta - os funcionários de carreira, e deixa enfermos os novos servidores que bem intencionados, pretendem desinfetar a máquina cultural contaminada pelo vírus em questão. Não é fácil descontaminar um gabinete, em fase de contrair a bactéria mortal para a cultura: Lobystiquis empresarius.

Qual o papel da ministra Ana de Hollanda no governo da presidente Dilma?

1) Será que é servir aos amigos e aliados da Ala Gilberto Gil-Juca Ferreira, e a política do libera tudo, de qualquer jeito e politicamente correta para as massas, sem critérios do que é arte e a serviço da Internet e seus tentáculos, mesmo que o conceito de arte diga que nem tudo que se cria, ou criação, é arte? A criatura Artis brasilis agradece! A máquina estatal fica menos culta.

2) Será que é ter autonomia, como artista, cantora, irmã de um gênio da MPB, longe das influências pessoais de uma classe privilegiada de artistas, que deixaram suas marcas de contribuição, e outras em fase de reconhecimento, abandonadas nos confins do país, sem quaisquer formas de incentivos por parte dos poderes governamentais e áreas privadas? As associações de classes autorais tipo - Ecad, empresários artísticos, produtores culturais, OMB - Ordem dos Músicos do Brasil e a mídia brasileira de direita, centro e esquerda, cobram mudanças e não mudanças. Mas, que mudanças e não mudanças querem quem coloca e se omite de colocar, a boca no trombone? As cobranças e não cobranças são confusas... A arte pode ser politicamente artística! Será que a arte também pode ser politicamente correta e artística ao mesmo tempo? Como se pode servir à nação - a ministra é uma servidora pública - tendo em uma mão a água, e na outra, o fogo? Como ser imparcial e dá continuidade às políticas das últimas gestões ministeriais, tendo a autonomia da marca da presidente Dilma, e a cara da ministra Ana de Hollanda? O balanço cultural e as dívidas deixadas por gestões anteriores precisam vir a público, doa a quem doer! É ético... Não se deve ter medo do passado!

Os novos tempos parecem com a Idade Média: queimam-se as bruxas! Quem é a moderna bruxa cultural presente no subconsciente da mídia brasileira? Talvez seja aquela que possui uma inteligência acima da média: a ministra Ana de Hollanda. Ela tenta ser diferente do padrão burocrata e ineficiente, que habita o reino do vírus Brasilis politics e da bactéria Midis sacanis. Mas, Ana de Hollanda e seu gabinete estão engessados! Será que contraíram o vírus Brasilis inercis. Pode ser que sim, pode ser que não! A ministra Ana de Hollanda pode responder? Ministra também pode colocar a boca no trombone.