PARADOXAL ENTROPIA

Usando como critério minhas pesquisas, digo que essa máquina denominada carro não passa mesmo de uma contradição. Inventado com a intenção de aumentar a velocidade da locomoção, esse relativamente recente chariot está a nos mostrar o quão contraditório essa máquina é.

Até onde sei, ou penso que sei, hoje em dia há carros que têm a capacidade de desenvolver algo ao redor dos duzentos quilômetros por hora, e não estou me referindo à famosa Fórmula Um.

Quem, como eu, passou a maior parte de sua vida morando em cidades com milhões de habitantes, sabe quão verídicas minhas afirmativas são. Eu e outras pessoas do meu relacionamento, notamos isso ali naquele período entre seis e sete horas da noite, quando o chamado rush hour se faz sentir de modo inegavelmente palpável.

Quando o tempo me permite, ligo o aparelho de televisão, a fim de saber um pouco a respeito do que está acontecendo no Brasil e no resto desse planeta em processo de extinção. Vária vezes, ao ligar a minha tube, num programa ao vivo, filmado por um cinegrafista profissional à bordo de um helicóptero sobrevoando a selva de cimento armado denominada São Paulo, numa noite de intensa chuva naquela megalópole, o cineasta mostrou filas de carros, com extensão acima dos cem quilômetros, se movimentando a cinco quilômetros por hora. Nesse momento eu disse a mim mesmo: sou um sortudo por duas razões: nunca tive amor por essa entropia paradoxal, e moro bem no centro de Curitiba, não necessitando de me tornar escravo desse monte de aço e borracha. Prefiro usar meu ínfimo e mortal corpo. Tanto é que moro no oitavo andar, e somente uso o elevador quando estou descendo. Ao voltar para casa, faço uso de minhas pernas, através das escadas, e meu coração agradece.

Sou de um tempo, nascido que fui numa pequena urbe, em que pouquíssimas pessoas tinham carro. Somente os mais abonados, os quais constituíam e continuam constituindo uma minoria antropológica. No entanto, com o passar do tempo, hoje em dia ,até mesmo as cidades do interior estão lotadas dessas máquina fabricantes de poluição física , e elevando o decibel a alturas causadoras de doenças psicossomáticas. As multinacionais farmacêuticas e os psiquiatras ficam muito contente$ com isso.

Um meu velho tio materno, já desencarnado, nunca entrou num carro. Ele tinha um medo enorme dessa máquina. Fazendeiro que era, somente usava seu cavalo a fim de se locomover, tanto na fazendo ou em qualquer outro lugar.

No meu entender, ele não perdeu nada em assim procedendo.

Quando eu era estudante universitário no Canadá, alguém me convidou para ir a Montreal ver uma corrida da tal de Fórmula Um. Essa pessoa chegou a me dar o ingresso. Fomos. Fiquei enormemente decepcionado com a experiência , visto que não dava para ver os carros e nem os pilotos que os dirigiam, tamanha era a velocidade desenvolvida. Pergunto: não se trata aqui de uma paradoxal entropia?

Outro fator ligado a essa máquina. Cheguei a trabalhar e estudar nos Estados Unidos, também. Fiquei abismado com a quantidade de carros e obesos existentes naquela "civilizada" nação. É o país mais gordo do planeta Terra, e o Americano,assim como outros povos, gosta mais de carro do que de mulher. Quem duvidar, more lá durante vários anos, como eu e tantos outros e outras fizemos e continuam fazendo. No entanto, como se dizia nos chamados tempos clássicos, INGENS TELUM NECESSITAS.

IRAQUE

Iraque
Enviado por Iraque em 29/09/2012
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