UM OBJETO (QUASE) MÁGICO CHAMADO LIVRO

Corra o tempo, cresça a tecnologia, mas o livro não acabará. Nenhum kindle substituirá o prazer de se ter um livro nas mãos. Não que leitores eletrônicos não tenham utilidade. Mas, o livro – esta invenção milenar – esconde virtudes que vão além do conhecimento que possa transmitir.

Um assíduo leitor disse certa vez que comprava mais livros do que podia ler, isto somente pelo prazer de adquiri-los. Para os que se deixaram seduzir pelas letras, há um júbilo reservado quando se possui um livro, mesmo antes de abri-lo.

Como objeto, o livro tem cores, cheiros e texturas que podem ser insuperáveis. Como depósito de conhecimento guarda imensuráveis possibilidades. Ao ler um autor podemos contactar sua própria alma, mesmo que não esteja mais entre nós. Há alguns com quem temos tanta afinidade, que nos sentimos mais próximos a eles do que de pessoas que nos cercam.

Como cristão, creio que o próprio Deus é um escritor. Deixou registrado nas Escrituras Sagradas algumas linhas do que d'Ele pode ser dito, fagulhas da imensidão do Seu ser. Nelas, o Criador é narrador, poeta, aforista, autor de cânticos, parábolas e provérbios.

Contudo, os livros – mesmo os sagrados – não são fim, mas meio. Não creio que alguém possa se tornar melhor simplesmente porque lê Shakespeare, Calvino ou mesmo os Salmos de Davi. Aliás, algumas das pessoas mais pedantes, vaidosas e egoístas que conheci eram vorazes leitores.

É preciso associar leitura com virtude. Para alguém arrogante, a leitura por si só não trará benefícios morais. Mas, para aqueles que têm uma alma quebrantada e disposta para crescer, o livro será uma preciosa ferramenta para seu enlevo moral e espiritual.

George Gonsalves
Enviado por George Gonsalves em 29/10/2012
Reeditado em 07/06/2013
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