ONDE?

Onde estás? Protegida por Jean Val Jean? Perseguida por Javert? Perdendo a mãe para a tuberculose e para a maldade do ser humano?

Onde estás? Por trás de misteriosas sombras? Carregada pela luz de uma estrela? Amada por bondosos velhinhos? Aparecendo e desaparecendo de minha mente?

Onde estás? Me observando de onde se encontra? Iluminando o resto de vida que ainda tenho? Onde está o teu rosto, o teu megahair? Onde está a tua angústia, a tua dor, a tua inocência?

Onde estás? Onde se encontra o teu incenso, a tua feitiçaria? A tua vela acesa? A tua fantasia? O teu começo de vida?

Onde estás? A tua roda de fair-weather friends? Onde estão os teus príncipes de shopping centers? Onde estão? Ainda pensam em ti? Acendem uma vela em tua homenagem? Ou só estão interessados em seus carrões que o rico papai comprou?

Onde estás? Voando pelo universo no teu Pégaso de Avalon? Olhando de algum lugar a angústia de um coração? Sorrindo para acalmar um velho enterrado em vida? Existindo sem a pesada vestimenta da carne? Me dizendo que uma queda livre não é o fim? Nos compêndios onde procuro, essas perguntas não são respondidas.

Onde estás? Devo continuar te procurando? A minha procura não passa de um sonho de alguém que não sabe ler o alfabeto da vida? Será que a realidade transcende a minha capacidade de entender? Mesmo se assim for, continuarei te procurando. A esperança é alimento que dá vida até mesmo aos mais céticos.

Onde estás? Somente na minha mente, ou num universo que não entendo? Onde estão os teus cabelos esvoaçantes? O teu jeito infantil? De que elementos é composta a tua missão? A tua chegou a fim, ou foi apenas interrompida? Posso saber?

Onde estás? Na solidão de uma sombra, ou no alvorecer de misteriosa luz? Onde estão as canções daquele piano? Se emudeceram, ou outras pessoas as tocam?

Onde estás? Num Shangri-La de James Hilton? Na fantasia de um Walt Disney? Onde estão os teus passes de bailarina? Ficaram numa lembrança avoenga? Ou em uma lágrima caída?

Onde estás? Abraçada a uma constelação? Num vale de aflição? Onde devo de procurar? No vento que não responde, ou no meu íntimo que se fechou? Tu adentraste desconhecidos territórios onde jamais pisarei?

Onde estás? Onde estão as Larissas e as Lucianas? Cuidando de suas vidas? Ou minhas perguntas são irrelevantes? Obterei uma resposta, ou continuarei rolando no abismo do meu nada? Serei abraçado pelo silêncio das madrugadas sem respostas, ou prevalecerá a esperança?

Se um dia nos encontrarmos, uma gota de minhas lágrimas usarei para lavar os teus pés. Serei teu escravo, serei teu amigo, serei teu Jean Val Jean.

IRAQUE

Iraque
Enviado por Iraque em 10/12/2012
Código do texto: T4029212
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.