NO PAÍS ONDE TUDO ATRASA



Desde a reforma do banheiro até obras públicas.


No Brasil os atrasos acontecem em diferentes setores e já são considerados problemas culturais do país. Em obras públicas é comum extrapolar prazos nas entregas de obras. Os atrasos acontecem por uma série de problemas que agravam o problema “Atraso”.
Segundo reportagem da revista Época, ed. 781, cinco são os principais agravantes  que levam as empreiteiras de obras públicas a não honrarem o prazo de entrega:
- Projetos apressados;
- Licitações Malfeitas;
- A cultura do Aditamento;
- Burocracia emperrada;
- Questões jurídicas

Projetos apressados: Cultura do curto prazo. Para os políticos, uma obra é considerada boa, quando consegue ser inaugurada em ano eleitoral.
Sem estudos técnicos de qualidade, sempre surgem imprevistos durante a execução e atraso nas obras. Para mostrar serviço, o governante eleito serve-se do pensamento de curto prazo. As tais obras eleitoreiras.
Em países como EUA e Europa, leva-se mais tempo planejando a obra, para depois, iniciar sua execução. O Japão também é exemplo desta linha de pensamento. A reportagem cita a construção do túnel sob o canal da Mancha (França- Inglaterra). A mesma levou mais de dez anos para ser planejada. Sua construção levou apenas sete anos.
O resultado da falta de planejamento e problemas no projeto causam atrasos e obras são malfeitas. O Estádio Engenhão é um exemplo de obra malfeita.

Licitações Malfeitas: A forma de escolha das empresas que executarão a obra e o modelo de licitação adotado no Brasil privilegia empreiteiras que oferecem o menor preço. Este princípio não deixa de ser correto, mas gera distorções porque os editais são pouco precisos e irreais.
Na infraestrutura rodoviária, os técnicos responsáveis pelo julgamento das licitações consideram somente o critério de preço como parâmetro de ganho de alguma empresa, gerando assim outro problema: empresas sem condições técnicas para tocar a obra, gerando desistência em meio a execução. Mais atraso.

Cultura do Aditamento: Exemplo: Uma empresa que venceu a concorrência, ofereceu o menor preço, porém ao iniciar a obra, alega que o custo será bem mais elevado que o previsto e pede Aditamento (suplemento de verba). Em média 25% para obras, serviços e compras. O que pode levar a uma prorrogação de prazo para entrega da obra. Mais atraso.

Burocracia Emperrada: Os documentos exigidos para passar do projeto à execução são muitos. Funcionam como garantia mínima aos órgãos governamentais quanto a capacitação de execução da obra. O problema está na falta de pessoal especializado para analisar a documentação e agilizar os processos.
As licitações ambientais atrapalham este processo, além das prefeituras, cartórios, repartições do meio ambiente e corregedorias.

Questões jurídicas: Considerado o último gargalo, devido à fiscalização pelo Ministério Público e sociedade. Como a justiça é lenta, os processos com obras públicas geram mais atrasos.
No caso das ferrovias, o principal entrave ao processo são as desapropriações de áreas ocupadas. Pedidos de informações e determinações do TCV.
Conclui-se que o atraso de obras públicas se deve a vários fatores. A solução para tantos problemas não está em diminuir a fiscalização e exigências. É uma questão de agilizar os processos e melhorar os projetos com licitações mais realistas e inibir o aditamento. Nosso país seria bem melhor se o prazo das obras fosse cumprido dentro do tempo pré-determinado.
O assunto “Atraso” está em voga no Brasil por causa dos constantes questionamentos sobre o término de obras governamentais para a Copa do Mundo e das Confederações, além de grandes obras em andamento, como: a Transposição do São Francisco, o Porto de Manaus, Ferrovia Transnordestina.

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Escrito por Cristawein.


Cristawein
Enviado por Cristawein em 14/05/2013
Reeditado em 17/05/2013
Código do texto: T4290990
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