A evolução do Yoga

É estranho como o ser humano se comporta diante de mudanças.

Lembram quando apareceram os primeiros celulares?

Eram enormes, tinham somente a função de fazer e receber chamadas e ainda eram considerados artigos de luxo.

A tecnologia avançou e hoje carregamos conosco celulares que são melhores que muitos computadores. O que antes era artigo de luxo virou necessidade. Pelo menos para a grande maioria das pessoas.

Mas imagine você, uma pessoa tradicional, lutando para que os primeiros celulares continuassem no mercado e criticando ferozmente todo o avanço tecnológico.

Meio surreal, não acha?

Tenho visto e ouvido, desde que comecei a praticar Yoga, grandes discussões sobre o que é Yoga, sobre qual o Yoga mais autêntico, sobre as origens do Yoga, sobre o que é certo, errado, verdadeiro, falso e assim por diante.

Nunca entrei nessa porque enquanto as pessoas discutiam suas verdades, achei mais útil estudar, praticar e entender o Yoga.

Estudei muito filosofia e mitologia. Fui além da teoria exclusiva dedicada ao Yoga.

E minha conclusão é que o Yoga evoluiu.

Depois de anos em baixa, as práticas de Yoga vêm ganhando força novamente.

Não é de admirar que o Yoga que está em alta é justamente o que foge do tradicional.

Com essa linha de pensamento, volto a falar do celular.

Por mais que avanços e mudanças tenham acontecido, ele continua sendo um celular: menor, mais moderno, com mais funções.

O Yoga também continua sendo Yoga.

Não importa se a prática é Vinyasa Flow, Acro Yoga, Hot Yoga, Iyengar Yoga e agora o SUP Yoga.

Não importa se o Yoga é considerado um caminho espiritual ou apenas uma filosofia prática.

O que realmente importa é se identificar e praticar o método que você escolheu da melhor forma possível. Ou vários deles.

Yoga é integração, união.

União de você com Deus, ou com a sua natureza divina.

União com a natureza, com o Universo.

Com as outras pessoas e com você mesmo, com sua essência.

Yoga é o "todos somos um".

Mas e na prática, quem fala tudo isso, faz?

Como eu gostaria que sim.

O Ahimsa, palavra sânscrita que significa não agressão, comparo aqui com o fio da tomada usado para carregar a bateria do celular.

Sattva, palavra sânscrita que significa verdade, ou autenticidade, comparo aqui com a própria bateria do aparelho.

Assim como eletricidade e bateria são essenciais para o funcionamento do celular, Ahimsa e Sattva são fundamentais em qualquer prática de Yoga.

Curioso é que muito professor de Yoga esquece disso.

Se você ainda não decidiu sobre qual linha seguir, desconfie daquelas que agridem outros métodos e se dizem donas da verdade.

Essas estão indo contra esses dois princípios básicos que citei acima:

Ahimsa e Sattva.

Um bom professor ensina seu método sem precisar falar mal de nenhum outro. Mesmo se a desculpa for alertar o praticante, acredito que todos somos inteligentes o suficiente para não cair em roubadas, ou percebê-las a tempo. Assim como também somos capazes de discernir o que achamos certo e errado para nós. E isso é muito pessoal.

Essas são opiniões próprias.

Encontrei no Yoga minha filosofia de vida.

Praticar ásanas, pranayamas, meditação e mantras mudou minha vida.

Se faço isso em uma escola de Yoga, na sala da minha casa ou em cima de uma prancha, continua sendo Yoga.

Minha proposta como professora é ensinar o praticante a usar todas essas ferramentas que o Yoga dispõe, com o objetivo do aluno se conhecer mais e então, ser uma pessoa cada vez melhor.

'Quando o amor é a condição para os nossos atos, não há outro resultado se não o bem.'