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UM REGISTRO LÍTERO-MUSICAL [I]
 
 
     Roberto Bordin, poeta paulista que reside em Gramado, RS, e sua esposa, às 9h de cada domingo apresentam um programa literário e musical pela Rádio Clube, de Canela, que é simplesmente magistral.
 
   Em contato comigo, fazia já algum tempo, prometera fazer um programa com o nosso Dicionário de Expressões Populares da Língua Portuguesa. Fiquei meio intrigado e pensei: – Mas como, um programa de rádio a partir de um dicionário de expressões idiomáticas?
 
   Passou-se  o tempo, e o poeta e radialista, também pertencente ao Grupo A. G. U. I. A. (AmiGos Unidos Incentivando as Artes), do qual participei em quatro antologias, mais do que cumpriu a promessa feita: organizou e levou ao ar, pela Clube de Canela, não apenas um, mas dois programas sobre o referido livro.
 
    Quando reacendeu a ideia do programa, o poeta enviou-me umas perguntas, respondi-lhe e, depois, ele retornou me perguntando se eu podia gravar em MP3 aquele questionário. Lamentei a minha incompetência, disse-lhe que não sabia gravar. Então, ele, polidamente, aquiesceu: - É... A gente aqui dá um jeito.
 
   Nesta quarta, para surpresa minha, eis que recebo três CDs-R, cujos rótulos vêm assim: HOJE É DIA DE... O dicionário de Gomes da Silveira que virou programa Parte 1 e Parte 2; e o outro, HOJE É DIA DE... CORDEL Uma homenagem ao poeta Gomes da Silveira FORTALEZA, CE.  
 
    Os dois CDs do dicionário com capa colorida, tudo com muito esmero, e duas fotos, uma da minha figura e a outra do livro. Um capricho só.
 
    Puxa, que exagero do Bordin e da esposa dele. Homenagearem um gajo – sem importância, deles estranho - quase do outro extremo da linda Serra Gaúcha!
 
     O moço dos Correios veio à tardinha. Só agora, já virados os ponteiros do dia, após ouvir todo o CORDEL, é que me dispus a fazer este registro de agradecimento, mas essencialmente um belíssimo presente lítero-musical que me foi dado.
 
    Amanhã ouvirei os dois sobre o nosso livrinho marruá. Ora, como sem falta, mas o CD do cordel, um longo musical alternado com versos de cordel, devorei de uma só audição. E que primor de lítero-musical.  
 
    Dividido em dois blocos, que se apresentam como “faixas 1 e 2”. Versos estilo cordel de finíssimo gosto vão anunciando as faixas a serem executadas, ora na voz do Bordin, ora na voz da senhora dele.
 
    Logo no início, em versos primorosos, as loas a este um, que me deixaram acanhado de tê-las recebido. Aí é um só desabotoar de nordestinidades: o Quinteto Violando, a tocar e cantar Gonzagão, exaltando o frevo, o vaqueiro Raimundo Jacó (que fora assassinado em Serrita, PE) e a ciranda da notável cirandeira Lia de Itamaracá.
 
    Asa Branca... Cantam Dominguinhos e Sivuca, Ney Matogrosso e o nosso Ednardo, de O Pavão Misterioso; desfilam Chico Science & Nação Zumbi, ouvem-se Maracatu Atômico, Acorda, Maria Bonita, O que Lampião falou, Mulher rendeira, acordes da Banda de Pau e Corda, ah... quantas coisas mais. Ruim é memória curta; sei que omiti aí muita gente e algumas canções de forró e nordestineza.
 
     Para resumir, já caí das nuvens com tanta gentileza e com tanta criatividade do casal Roberto Bordin. Mas quando debruçar os ouvidos para ouvir tudo, os dois CDs que são os artistas principais do filme... E se já estou encantado com o que ouvi no disco CORDEL? Sem palavras, obrigado, meus amigos!
 
Fort., 19/06/2016.  
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 19/06/2014
Reeditado em 23/06/2014
Código do texto: T4850157
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