A Esterilidade Criativa

Vivemos na era do homem dotado de toda informação conhecida, com um simples

aparelho é possível ter acesso ao mundo inteiro através da rede virtual de

telecomunicações, com a ponta de nossos dedos temos acesso ao passaporte e pacote

de viagens mais extenso que possamos imaginar. Temos que admitir que as classes

sociais mais baixas ainda não possuem acesso total a essa tecnologia, mas a grande

maioria das pessoas são contempladas com esta nova era que se expande a cada dia

no mundo contemporâneo.

Neste contexto virtual temos a oportunidade de cada vez mais, aumentarmos a

oportunidade de quebra dos paradigmas que nos foram impostos ao longo do tempo e

evolução humana também nas relações de convivência e socialização. Muito já se foi

alcançado no ultimo século, as mulheres ganharam sua liberdade de escolha por

exemplo, tanto no âmbito profissional quanta em sua forma de pensar e decidir suas

relações sociais, mas ainda ha muitos preconceitos e discriminações vigentes na

sociedade que afetam o bem estar social e subjetivo das pessoas.

Assim como temos acesso ao mundo através da tecnologia, os agentes da

comunicação e negócios também nos tem a sua mercê e tendem a nos controlar e

induzir a certa passividade frente ao mundo, a grande mídia tem nos últimos anos

lançado em termos de programação, idéias de muito pouco caráter pedagógico e de

orientação e conscientização das pessoas frente ao mundo e sua realidade objetiva a

ser desvendada.No Brasil temos um exemplo notório nas artes onde a mesma se

tornou artigo de museu, pois há nos últimos anos uma proliferação de musicas

recicláveis que transmitem idéias de passividade e conformismo, alem de existir uma

limitação de espaço ao artista criativo que traz novas idéias ao cenário, sendo

sufocado ora pela mídia, ora pelo clássico que emerge do passado.

A arte sempre foi uma aliada essencial na luta pela igualdade e transformação do

meio social, temos como exemplo o movimento de Woodstock que contribuiu para

liberdade de escolha das mulheres, ou o movimento musical na época da ditadura

militar em busca da liberdade de expressão que contribuiu para conscientização das

massas e hoje nos deparamos com a repetição monossilábica ou a ostentação como

meio de bem estar.

Somos os humanos donos e conhecedores de todo mundo, mas estamos sendo

engolidos por um mundo programado que se alimenta do passado e do controle, por

isso devemos talvez abrir os olhos para esse novo mundo que possuímos em mãos e

continuar reescrevendo e reinventando nossa forma de pensar, diminuindo cada vez

mais a desigualdade e a discriminação, não apenas devemos engolir a realidade, mas

também digerir,transformar e modificar o que vivemos no cotidiano.Me despeço com

o trecho de uma canção de Raul Seixas grande compositor brasileiro “A Verdade Sobre

a Nostalgia” Na curva do futuro muito carro capotou/Talvez por causa disso é que a estrada

ali parou/Porém, atrás da curva/Perigosa eu sei que existe/Alguma coisa nova/Mais vibrante e menos triste"

Ícaro Freitas
Enviado por Ícaro Freitas em 29/11/2014
Reeditado em 29/11/2014
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