Condorcet o pai do positivismo lógico moderno.

Condorcet pode ser considerado o pai do positivismo lógico moderno, formulou a seguinte acepção, a Ciência da sociedade em suas diversas variáveis precisa adquirir o fundamento da Matemática social.

Condorcet fora filósofo Iluminista, ligado a Enciclopédia francesa, defensor de uma Ciência não alienada pela ideologia de dominação da Escolástica, principalmente o tomismo, aplicação da política. Até mesmo Descartes fora vítima dos preconceitos do tomismo aristotélico.

Qual o motivo de ser a Matemática sua referência epistemológica. Em razão de a mesma fundamentar-se em preceitos essencialmente rigorosos objetivos e precisos.

Motivo pelo qual, por meio da Matemática seria possível a existência de uma Ciência dos fatos sociais verdadeiramente objetiva, não sendo naturalmente procedente de ideologias.

Condorcet considerava que até aquele momento histórico do pensamento epistemológico, não existia uma Ciência do social, libertada dos efeitos dos preceitos de classes.

Para Condorcet os preconceitos sempre estiveram ligados as classes poderosas objetivando o domínio econômico e político.

Portanto, na sustentação de um determinado Estado protetor da classe detentora do poder econômico.

Com efeito, para sua época histórica, a epistemologização científica do social, tinha como objetivação a destruição do Antigo Regime, a ruptura com a Filosofia tomista aristotélica, buscando fundamentação na Filosofia Iluminista.

Portanto, a primeira formulação do positivismo lógico tinha como perspectiva a defesa dos fundamentos do Iluminismo político.

Dessa forma, contrário ao conhecimento como produto de controle da elite econômica de sua época.

O que se poderia denominar de classe dominante do seu período histórico, a nobreza, a igreja e, sobretudo, o controle político pelo domínio feudal.

A questão fundamentalmente do Estado monárquico, que detinha a produção do saber por intermédio de seu clero, as formas do conhecimento científico, fazendo recorrência a metafísica e não ao método empírico.

Diante de tais fatos, era necessário provocar uma ruptura epistemológica em sustentação do Iluminismo que procurava tomar corpo na defesa da constituição do Estado moderno.

Objetivamente tinha que romper com o conhecimento medievo, episteme do Antigo Regime. Motivo pelo qual as Ciências Sociais ou do Espírito, precisavam desenvolver um método que contrapusesse a Escolástica.

A defesa formulada, o caminho científico, precisava de uma hermenêutica segura com caráter de exatidão, sendo possível somente com a Matemática como fundamentação.

Condorcet entendia que as Ciências Físicas ou Naturais, as paixões, emoções não interferiam no mecanismo cognitivo na elaboração do saber, motivo pelo qual escolheu a Matemática.

Portanto, sendo a mesma responsável pela criação de um novo método que visava destruir o modelo anterior, científico.

Exigência de uma nova compreensão dos fatos fenomenológicos que pudessem ajudar na destruição do feudalismo.

O primeiro passo objetivava eliminar o conhecimento social da doutrina teológica, introdução da indução como metodologia de trabalho com a finalidade de retirar a metafísica como fundamento do saber.

Tal método para aquele momento histórico era naturalmente revolucionário.

O que estava em jogo à destruição da autoridade papal, o pensamento de São Tomás de Aquino, todos os dogmas essenciais que detinham o saber social.

Portanto, na perspectiva do positivismo lógico de Condorcet, o primeiro filósofo, que iniciou a longa construção de sua historicidade, tendo como substrato nas Ciências do Espírito, as Ciências Naturais.

Edjar Dias de Vasconcelos.