Desabafo de Cícero

Na ordem social do conhecimento científico diz-se que, tudo o que alguém tenha dito (com teor científico), escrito ou citado em algum momento, ou em alguma publicação deve ser retratado, registrado e tratado como dito por seu legitimo autor, mesmo que parafraseado. É a defesa da autoria, da propriedade intelectual, o reconhecimento do capital intelectual do autor. A preservação do saber, da informação e do conhecimento.

Por exemplo, se alguém afirma que sou louco, alguém de reconhecido capital intelectual, um capital reconhecido e autorizado, um capital de conhecimento ou um notório saber. Em meus artigos, querendo ou desejando citar, ou me referir a tal fato, devo citar ou afirmar que sou louco lembrando que “fulano falou”, ou “fulano disse”, ou “fulano afirma”, e etc., respeitando a autoria intelectual da frase, proferida pelo autor, com seu conteúdo, preferencialmente citando a fonte escrita, editada e publicada (livros, jornais e revistas; artigos, teses e monografias; e etc, inclusive as fontes da internet). Ou o momento da citação. Desde que seja um local de acesso público, com a presença de outros, e em um evento reconhecido por suas ações científicas e intelectuais (congressos, palestras, feiras, exposições, etc).

Cícero (106–43 a.C.) incomodava-se por algo dito por outros, algo que alguém muito famoso afirmou. Criticava estes tipos de reconhecimentos em uma época que prevalecia a transmissão de conhecimentos e informação pela forma oral. Cícero irritava-se mais precisamente com os pitagóricos, os seguidores de Pitágoras, que sempre se utilizavam da expressão “ipse dixit” (ele próprio disse). Quando em muitos de seus discursos [os pitagóricos] sempre se baseavam naquilo que Pitágoras havia dito (ipse dixit). E começavam ou terminavam seus discursos pela expressão: “Pitágoras disse ......” (Pöppelmann, 2010).

Pegando uma carona nas palavras e nas ideias de Cícero. Eu digo que, nem tudo que um professor fala diante de uma turma ou classe de alunos pode ser considerado como uma verdade absoluta e impossível de ser contestada. Os professores são seres comuns, são seres humanos

capazes de errar e esquecer um determinado fato ou acontecimento. Podem falar algo inadvertidamente e também são capazes de divagar em seus pensamentos sem se darem conta, durante as suas oratórias.

Dixi valete.

Natal - Parnamirim/RN ─ 30/06/13

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 22/08/2015
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