O Ser e a Essência

Ser ou Não Ser?

O célebre dilema de Hamlet, imortalizado pro Shakespeare, que muitos dizem ser Francis Bacon, não importa; remete a nossa condição humana frente às situações: o imobilismo, como o do Lorde Hamlet, que precisa vingar o pai, mas não resolve agir, e o ser de ação, que enfrenta "as fundas e setas da paixão".

O existir pleno, que o viver do dia a dia renega à rotina e às obrigações difere daquele que é destemido, que enfrenta os obstáculos que a vida nos impõe, muito mais que o "sucesso", banalizado por fórmulas de autoajuda; não é nada disso; é a realização como ser, o existir que justifica a existência.

Mas o que é "ser"? Sartre diz que é "um ser do ente" e que a existência precede a essência, essência essa que seria o "ser" em sua plenitude. Estamos condenados à existência livre, mas no mais das vezes não nos tornamos um "ser", mas estamos no mundo, como espectadores, sem saltar para o centro do picadeiro.

Já para Heidegger o "ser" e o "ente" são coisas distintas; o "ser aí", uma tradução meio corrompida do original alemão, um dos elementos que compõem o verdadeiro ser, é formado de acordo com as influências do meio, sempre grandes, porém não "corrompendo" obrigatoriamente este, numa referênica a Rousseau; acontece que cada ser vivente tem uma ótica de mundo unicamente sua; explicando: o mundo perspassa pela sua lente, que é só sua e ele capta esse mundo como seu. Portanto, temos 7 bilhões de visões de mundo, ou seja, não podemos ver o mundo pela ótica do nosso semelhante, mesmo quando dizemos que "nos colocamos em seu lugar"; será impossível; esse ser é único e perspassa pelos nossos olhos o mundo, que é só nosso, talvez daí venha a dificuldade de enxergar o outro e se colocar no seu lugar, pois o "ser" é algo só nosso, condenado à existência e à liberdade