O que a Arte ensina?

Alexia Cristina Gonçalves Mendes Castro

4º semestre de Dança – 2018

Disciplina: Aula de dança organização

Professora mestra: Paula Salles.

O que a Arte ensina?

“compreender os fundamentos de pelo menos uma das áreas de expressão, as possibilidades de articulação de seus elementos, a utilização dos recursos expressivos e a sua dimensão estética”. [SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Proposta Curricular para o ensino de Educação Artística: 1o grau. São Paulo: SE/CENP, 1992. p. 81]. (Currículo do Estado de São Paulo -2011 – Linguagens, Códigos e suas tecnologias)

A arte pode nos ensinar uma série de fatores que utilizamos em nosso cotidiano, desde o ver uma determinada embalagem, ou a imagem de uma revista, isso nas artes visuais, ou dentro de uma peça teatral, onde, além do figurino (arte visual), a interpretação (comunicação e expressão), o próprio teatro em si que é uma linguagem complexa, que como Ana Mae Barbosa disse à Revista Época em maio de 2016, possui a comunicação, o gestual, o visual. Bem como na área onde atuo na dança, onde ao realizar uma coreografia, faz com que perceba o espaço, o tempo, o próprio convívio com outras pessoas, e criação, sensibilidade e o próprio prazer que a dança nos oferece.

Desde a Pré – História a Arte está presente no decorrer da Humanidade, pinturas rupestres, hieróglifos, danças folclóricas, artesanatos, e tantas outras obras pintadas em Igrejas, esculturas que nos envolvem até os dias atuais, é vermos as artes com um toque de interdisciplinariedade, é algo que nos comove em especial quem convive com a mesma.

A Arte ensina um linguajar próprio, e também faz a integração em suas diversas formas de exibição, atuando em vários campos hoje em dia, desde a sala de aula, o teatro, o palco, a televisão, a cozinha (sim tem arte no cozinhar, no apresentar em prato, numa mesa bem posta), no atelier de um pintor, escultor, no atelier de uma estilista, a arte é um convívio que pode ser associado a outras disciplinas como a Matemática, a Física, a Química, a própria História.

Uma breve história do reflexo do ensino da Arte no Brasil, de acordo com o Currículo do Estado de São Paulo, antigamente a arte ensinava trabalhos manuais como o tear para confecção de cachecol, o desenho geométrico, que nas escolas estaduais eram dados no ensino fundamental, 7ª e 8ª séries, que hoje em dia a questão de Geometria, está bastante relacionada à Disciplina de Matemática, e artes plásticas. Com a Ditadura os professores de artes foram obrigados a voltarem à faculdade, para complementação de seu curso em teatro, música e artes plásticas, Lei nº 5692/71. Além disso, o ensino da arte em nosso país, em especial as artes visuais, são geradas desde o Descobrimento do Brasil, mas os Jesuítas se assustavam pois as artes sensoriais, poderiam, ao ver dos mesmos, levar a sexualidade, e isso não era permitido pela Igreja. Embora, desde o Descobrimento, a primeira grande academia de arte, foi a Academia Imperial de Belas Artes (AIBA), foi fundada em 1826, no Rio de Janeiro. Hoje o ensino de arte é baseado na LDB, que foi criada desde 1961, e dez anos mais tarde, em 1971, a Arte entra como Educação Artística no ensino fundamental e médio, mas, não como currículo, e sim como atividade educativa. “Em 1988, ano da nossa atual Constituição Federal, em meio a discussões sobre educação, sofreu ainda riscos de ser excluída do currículo escolar, fato que levou educadores da área a organizarem manifestações a fim de garantir a permanência do estudo das artes nas escolas.” ( Artigo: Arte e a Lei das Diretrizes e Bases – Portal Educação – Pedagogia - por COLUNISTA PORTAL - EDUCAÇÃO).Atualmente a Arte entra como disciplina, onde muitas situações de reflexão foram mudadas devido a união e manifestação de professores da área. Hoje o ensino de Arte se compõe de Artes Plásticas, Artes cênicas, Dança e Música, que se tornou obrigatória a partir de 2008, com o advento da Lei Federal 11.769. De acordo com a Profª Mª Suzana Rigo, com a elaboração do BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a mesma diz que embora seja enriquecedor em relação ao ensino de Arte, deveria ser mais aprofundado; Já para a Prof[ Drª Maria Irene P. O. Souza, a BNCC, a mesma diz que a disciplina de Arte só perderá com essa nova proposta. Que poderá entrar em vigor em 2019.

Existe problemas em algumas escolas no ensino dos 4 pilares da Arte, ficamos muito em sala de aula, e mesmo assim, não se têm uma sala apropriada, com carteiras e cadeiras, ausência de materiais, estrutura, falta de uma gestão que nos dê mais liberdade para a prática da dança, do teatro, a própria questão da disponibilidade de interagir com outros professores, criando um projeto próprio, uma falta até compromisso dos alunos, pois, hoje se ganha material, como lápis de cores, régua, e caderno de desenho na escolas públicas, mas a arte vai além de um caderno de desenho. E, no estado, ainda temos as apostilas do currículo de São Paulo, que não são atualizadas desde 2011, aplicando ali o conhecimento para responder ao SARESP, mas as práticas artísticas ficam a desejar. Na região onde moro, na escola municipal EMEF Mário Schömberg, existe um projeto o Musicando, elaborado pelos professores: Maura Cassiano (Disciplina de Arte) e Paulo (Ciências), que levam os alunos ao encontro da música, e por que não dizer, de uma apresentação mais artística, com figurinos próprios. Na escola do estado onde estudei, minha mãe que é professora da disciplina de Química, nos levou a vários lugares, em especial a Sala São Paulo, onde podemos apreciar um dos maestros nos envolvendo com instrumentos clássicos, títulos de filmes, e ainda tocou com instrumentos de orquestra Baile de Favela. Mas, hoje já não observo mais esses eventos. Que de repente um outro professor, nos propunha ao contato com outros tipos de atividades culturais.

Mas, na reflexão não só do texto: O que ensina a Arte, de Isabel Marques e Fábio Brazil, mas de outras pesquisas correlacionadas ao artigo, coloco a minha própria reflexão como aluna do curso de dança, minha própria vivência desde os quatro anos, aprendendo ballet clássico, numa academia de bairro na periferia de São Paulo, com a professora Ana Paula Loureiro, depois a ida para à Escola Municipal de Bailados, hoje conhecida como Escola de Dança do Theatro Municipal de São Paulo, onde fiz o ensino fundamental em dança, fiquei parada por dois anos, por problemas de saúde, condropatia patelar(Crondromalácia) e atualmente há quatro anos no Stúdio Dizioli, tanto como aluna, mas atualmente como professora para crianças, e adultos, e na própria convivência do curso de Dança na Faculdade Paulista de Arte, vivo realizando atividades fora ainda, como no curso realizado em julho de 2018, na Cidade de Joinville, Santa Catarina, no Festival de Dança, onde esse ano me matriculei nas aulas do professor Kairê Eriak, Hip Hop, onde pude ver que muitos passos que já conheço do ballet são utilizados em outras áreas, como o Hip Hop, que desde os anos 70, possui uma abordagem manifestativa em suas letras e também na apresentação de sua dança, e no cotidiano com a própria vestimenta. O professor mesmo com uma sala lotada nos fez ter a percepção do nosso corpo, do espaço, do respeito mútuo, e no uso de algumas tecnologias para às aulas, isso me fez refletir como pessoa(cidadã), aluna e professora, acabei manifestando realmente mais meu prazer por ser professora de dança e levar isso para crianças carentes, onde de certo modo já efetuo, como voluntária no Programa Escola da Família na EE Profºr Dr. Lauro Pereira Travassos, onde estudei desde minha quinta série do ensino fundamental, até o meu terceiro ano do ensino médio.

Bibliografia:

 Boletim Arte na escola – A nova BNCC e o ensino de arte – edição 84. Indicado: http://artenaescola.org.br/boletim/materia.php?id=77166. Acesso 13/ outubro de 2018.

 Castro, Téka. Art of writing. 2018. Indicado: https://etastic.com/jedit.jsp?key=49010001&cacheBuster=1539552314830. Acesso em 13 de outubro de 2018.

 Currículo do Estado de São Paulo: Linguagens, códigos e suas tecnologias /

 Enciclopédia Itaú Cultural – Academia Imperial de Belas Artes – indicado: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao511920/academia-imperial-de-belas-artes-aiba. Acesso 13 de outubro de 2018.

 História da Arte, Site desenvolvido por KERDNA Produção Editorial LTDA. Indicado por: http://historia-da-arte.info/ Acesso 13 de outubro de 2018.

 LEI Nº 5.692, DE 11 DE AGOSTO DE 1971. Câmara dos Deputados. Indicado por: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html acesso 13 de outubro de 2018.

 Marques, Isabel e Brazil, Fábio. O que a arte ensina? 2005, Agência Carta Maior, indicado por: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/O-que-a-arte-ensina-/12/7739. Acesso em 13 de outubro de 2018.

 Morrone, Beatriz e Oshima, Flávia Yuri, Entrevista com Ana Mae Barbosa, A importância do ensino das artes na escola à revista Época. 2016. Indicado por: https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2016/05/importancia-do-ensino-das-artes-na-escola.html acesso em 13/outubro de 2018.

 São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Alice Vieira. – 2. ed. – São Paulo: SE, 2011. 260 p. Páginas 187, e seguintes. Indicado: http://www.educacao.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/documentos/237.pdf Acesso 13 de outubro de 2018.

Teka Castro e Alexia Cristina Gonçalves Mendes Castro
Enviado por Teka Castro em 24/11/2018
Código do texto: T6510541
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