A Baixa Lisboeta
Passear em Lisboa é respirar a atualidade sem esquecer o passado histórico. Precisamos de história, para reconstruir e entender o momento presente. Lisboa é poética e resiliente.
A cidade sempre nos surpreende e nos surpreenderá. Observá-la é senti-la. Seja uma Lisboa literária, artística, arquitetônica, cosmopolita, religiosa... Como diz o fado:
Tantas Lisboas ( Marco Rodrigues)
(...)
“São tantas Lisboas, só um Tejo
O rio que é quase um mar quando aqui chega
São tantas que eu às vezes nem as vejo
Pois quando há luz demais, a gente cega.”
Os fatores externos modificam a história de um país e a nossa própria vida. Assim foi com o terremoto de 1755 que resultou em uma destruição enorme da cidade de Lisboa. O projeto de restauração coube a Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. Na época , Secretário dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, demonstrou uma capacidade imensa para restituir a ordem. A Baixa Lisboeta, também conhecida como a Baixa Pombalina sofreu muitas transformações para a época. O Marquês do Pombal nomeou e encarregou um grupo de engenheiros para reconstruir a cidade, o que deu origem ao “estilo pombalino”. É um estilo arquitetônico português do século XVIII. É importante , pois introduziu características anti sísmicas e os primeiros métodos de construção pré-fabricada .
O Palácio Real foi substituído pela Praça do Comércio. O Terreiro do Paço foi o nome dado à Praça do Comércio , aberta para o Rio Tejo e para a Rua Augusta. Visualizamos o bonito e majestoso Arco da Rua Augusta , construído no século XVIII , símbolo do triunfo sobre o terremoto.
A Baixa de Lisboa é o coração da cidade , podemos passear e observar a arquitetura dos edifícios de estilo pombalino. A Rua Augusta liga a Praça do Comércio ao Rossio e paralela a ela encontram-se as ruas do Ouro e da Prata. Chamamos Rua Augusta em homenagem à figura do rei Dom José I , retratado na estátua equestre na Praça do Comércio . Caminhar na Rua Augusta entre seus cafés e lojas e assistir a um músico de rua é um passeio que inspira e transpira liberdade e alegria. Se tivermos sorte , podemos encontrar um grupo musical , como a Tuna acadêmica , cantando e tocando nas calçadas da Rua.
O antigo e o novo conjugado no centro da Cidade.
Vamos conhecer uma parte da Praça da Figueira.
Antes do terremoto de 1755 , era o local do Hospital de Todos os Santos e , em 1775 , foi doada para a cidade de Lisboa , por decreto régio de Dom José I. Nasce assim na Praça um mercado a céu aberto. Hoje é importante ponto de referência do centro da cidade, caracterizada pela estátua equestre de Dom João I, erguida em 1971. A praça é servida pela estação de metro do Rossio, e muitos outros meios de transporte.
A Confeitaria Nacional, localizada na Praça da Figueira, é uma das mais antigas e melhores casas de doces da Europa. Ao visitar a confeitaria , podemos saborear receitas centenárias e originais , como o bolo de rei que o confeiteiro Gregório adaptou da receita francesa do “Gateau dês Róis”. O filho do fundador da confeitaria foi buscar a receita a Paris e assim , em 1870 , o bolo de rei entra em Portugal. Uma quantidade de diferentes doces para saborear com um café ou chá em um ambiente requintado que nos remete a uma Lisboa chique do século XIX.
Quanto mais conhecemos Portugal, mais nos surpreende.
Voltando a Lisboa , é histórica, cultural e também fonte de renda de muitos trabalhadores. A Lisboa que trabalha dia e noite para que a cidade aconteça. Vale a pena observar sob diferentes ângulos.
Podemos fazer passeios pelos mesmos lugares mas sob óticas diferentes e podemos sempre redescobrir a cidade em suas diferentes nuances.