Ética no Jornalismo

Nunca esteve tão em evidência a participação do jornalismo nos rumos da humanidade. Há quem diga que é o quarto poder, mas no contexto brasileiro particularmente, onde nem os três poderes, neste momento, se enquadram respeitosamente nesta programática social, fica estranhamente impossível classificar esta distribuição de atribuições.

Entretanto, é nítida a influência determinante da mídia neste planeamento de estabelecer um novo conceito comportamental. Durante muito tempo pensava-se que tudo aquilo que se via, ouvia e lia na televisão, rádio e jornais era a inegável verdade, mas como já colocado, pensava-se. Para os que não se contentam com aquilo que chega travestido de informação, depois de uma busca em profundidade percebe a narrativa covarde ou o resultado de uma doutrinação tresloucada.

Havia um tempo em que os filmes eram ficção e os telejornais eram a realidade, hoje está claro o oposto. Os filmes, na sua grande maioria, mostraram tudo que foi projetado e hoje está posto em prática, e estamos só no começo, ao passo que o jornalismo, com raríssimas exceções, reproduz uma pseudo realidade, no propósito de sequestrar o maior número possível de mentes vulnerabilizadas pela falta de conhecimento.

Simultaneamente cresceu espantosamente o número de pessoas que em canais de redes sociais fazem o que os profissionais da área deveriam fazer, levar a verdade ao conhecimento público. Youtubers, influenciadores digitais e afins ocupam agora um espaço imensurável no universo desta vitrine que expõe múltiplas possibilidades de ficar a par do que realmente está acontecendo.

Nesta informalidade não escapa também o inescrúpulo de posse indevida de conteúdos produzidos, não de forma anônima, mas com cabeçalho e assinatura.

Reproduzir algo que mereça ser publicizado é de vital importância para que mais pessoas se libertem das garras do sistema, mas é também muito saudável e eticamente profissional nunca assumir a paternidade de filho alheio, mesmo que despercebidamente. Isto não diz respeito a afagar o ego de quem quer que seja, apenas aprender que o cosmos comporta constelações de trilhões de estrelas, e que cada uma, ainda que não pareça, cumpre um papel previamente designado.

Levar a verdade com verdade deveria ser sempre a tônica do jornalismo, para que este seja antes de qualquer coisa, ético.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 07/06/2022
Código do texto: T7533055
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