GUAÇUÍ/ES: Dados Históricos

GUAÇUÍ: Dados Históricos

Por: Professor MSc Miguel Aparecido Teodoroi

Antecedentes:

No início, as matas eram habitadas somente por animais, pássaros e peixes, que dominavam toda esta vasta área de beleza exuberante formada por montanhas, rios e cachoeiras. Uma paisagem digna de admiração pela sua beleza: Árvores milenares, terra fértil e rio escaldante. Quando os primeiros colonizadores aqui chegaram, encontraram várias comunidades indígenas organizadas e espalhadas pela região. Era a tribo dos índios Puris. Foi com a presença do indianista Guido Tomaz Malière, nomeado diretor geral dos índios da Província de Minas Gerais, pelo Imperador Dom Pedro I, que se estabeleceu um melhor relacionamento entre índios e brancos. Surgia, assim, nesta região, pelos sertões do que, hoje, se se compreende por Zona da Mata Mineira e Caparaó, a presença constante de tropeiros (desbravadores de regiões ainda inexploradas), a fim de comercializarem suas mercadorias ou na conquista de terras de Sesmarias. A riqueza dessas terras banhadas por uma rica bacia hidrográfica e a facilidade de locomoção na região despertou a atenção de aventureiros portugueses e mineiros.

Assim, estabeleceu-se uma relação de desmando por parte dos brancos desbravadores, ironicamente denominados de mitos e heróis - conforme se registrou nos auspícios de 1983, com intuito de se fazer o resgate histórico da região, questões contraditórias sobre a colonização de Guaçuí surgiram e fizeram-se publicar uma história completamente controversa à realidade dos fatos: a versão de que os bandeirantes mineiros aqui chegaram desbravando uma terra inóspita não pode ser considerada verídica, pois, pelo que consta, grande parte das aldeias aqui encontradas foram dizimadas, uma vez que solo e sua fertilidade, somados à abundância dos recursos naturais fizeram desta região um local escolhido, uma parada obrigatória.

Os primeiros habitantes desta região, que hoje corresponde a zona da mata mineira, ao vale do Caparaó e boa parte do centro-sul do Espírito Santo, envolvendo todos os seus municípios, foram os índios Puris, que viviam organizados em comunidades neolíticas.

Em meio ao chamado "ciclo do ouro" no Brasil, era criada, no ano de 1720, a capitania de Minas Gerais. Sua origem partiu de uma cisão da capitania de São Paulo e Minas de Ouro e da apropriação de terras pertencentes à Capitania do Espírito Santo. Por conta do ouro encontrado em seu território, na primeira metade do século XVIII, Minas Gerais era o centro econômico da colônia, com rápido crescimento populacional.

O declínio da produção aurífera começou a partir de 1750. Portugal precisou aumentar a arrecadação e elevou os impostos, o que causou uma grave crise econômica. Essa crise econômica que se abateu sobre a Minas Gerais do final do século XVIII foi consequência da abusiva exploração aurífera que iniciara há mais de 100 anos.

Nesse mesmo tempo, o Espírito Santo era uma Capitania que ainda não conhecera o desenvolvimento e o progresso como as demais capitanias, embora, nem todas tinham progredido. Entretanto, a partir da descoberta do ouro nas região da minas, a Capitania do Espírito Santo tornar-se-ia uma Capitania detentora de terras consideradas estratégicas pela Coroa Portuguesa, o que possibilitou ao Governo Pombalino desapropriar grande parte de suas terras em favor da Capitania de Minas Gerais e estabelecer outras restrições visando salvaguardar a produção aurífera e de pedras preciosas das Minas Gerais, a coroa portuguesa permitiu que aqui fossem construídos alguns fortes. Assim sendo, a Capitania do Espírito Santo era, ainda no século XVIII, uma terra pertencente aos Temiminós, Botocudos, Purís, etc.

Frente àquela crise econômica, alguns grupos de lusitanos empreenderam fazer fortunas em novas terras. Assim, homens como Manuel José Esteves de Lima, um português, nascido em 1897, na aldeia de Cordeiros, em Riba de mouros escolhe o Brasil para se instalar e estabelece-se na cidade Mariana-MG.

Porém, a cidade de Mariana não gozava mais da opulência que o ouro lhe proporcionara. Estava pobre, falida e, em decorrência da decadência aurífera, a maioria dos proprietários das fazendas produtoras de víveres, haviam sido exilados, fato que a tornou improdutiva e, é nesta cidade que vai se instalar o jovem português Manuel José Esteves de Lima que, logo em seguida contrai matrimônio com uma viúva de posses , herdeira e proprietária da Fazenda de São Francisco do Anta, que respondia pela alcunha de Tereza Joaquina Fernandes Torres. Entremeios àquelas dificuldades, Manuel José Esteves de Lima deu início a organização de novos empreendimentos visando o desbravamento e conquista de novas terras, o que o fez alcançar as Terras de São Miguel no ano de 1820.

Embora as terras do sul da Província do Espírito Santo tenham sido desbravadas por Manoel José Esteves de Lima a partir do ano de 1820, elas, de fato, só foram ocupadas somente com a chegada da segunda expedição denominada “Bandeira Paulista”, oriunda de bananal, Província de São Paulo. Esses bandeirantes alcançaram o Porto de Limeira, subiram o Rio Itabapoana atingindo seus afluentes: Rio Preto e Rio Veado, e aqui chegaram para povoar a região e desenvolvê-la. Esse segundo grupo de colonizadores que compunham a já mencionada "Bandeira Paulista" que era composta pelos seguintes membros: Alferes Luiz Francisco de Carvalho, seu irmão Manoel Francisco de Carvalho, Antônio Ouriques de Aguiar, Manoel Domingos Viana, João Damasceno Barbosa, Joaquim Gomes de Azevedo, Domingos Gonçalves Ataíde, Silvestre Joaquim Rosa e guarda-mor Joaquim Lobato, aqui se estabeleceram no ano de 1838.

O Período da colonização entre os anos de 1838 a 1864

A ocupação das terras ao Sul do Espírito Santo, a partir de 1838, foi ocasionada por diversos fatores, entre os quais se destacam os conflitos fronteiriços existentes entre os membros da Bandeira de Minas e membros da Bandeira Paulista, sendo que, os primeiros ocuparam terras pertencentes ao Rio de Janeiro e Espírito Santo, pois, as expedições mineiras impetradas nessas regiões visavam não somente a expansão das Minas Gerais, mas o extermínio de quilombos e a apreensão de indígenas para a formação de escravaria.

Em 1850, com um Decreto Real, pôs-se fim aos conflitos e praticamente delinearam-se os contornos das fronteiras atuais entre esses três Estados.

Assim, da chegada dos bandeirantes mineiros à nossa região, em 1820, até ao Decreto Real da Lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, as terras aqui existentes e que eram habitadas pelos índios Puris, foram consideradas devolutas e, portanto, ocupadas. Entretanto, de 1855 a 1857, período no qual se iniciou o processo de registros, em cujo espaço de tempo foram lavradas 145 escrituras de posses de terras. Deste modo, as propriedades que se referenciavam à região sul, que compreendia ao sul da Província do Espírito Santo, somavam um total de 51 escrituras; as demais escrituras rezavam sobre propriedades pertencentes aos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Portanto, através do Decreto Real já mencionado, o Governo Imperial de Sua Majestade, o Imperador D. Pedro II, regulamentou a ocupação de terras consideradas devoluta pertencente à Coroa e entre as exigências para a legitimação da ocupação dessas terras, fixou que “nas posses primárias mansas e pacíficas de terras devolutas, houvesse culturas e moradia habitual de posseiro”.

Assim, cinco anos após, ou seja, em 1855 é que se deu início a prática desses registros, que eram feitos pela Freguezia (hoje Paróquia) de Nossa Senhora dos Tombos do Carangola, da Província das Minas Gerais, elevada a esta categoria em 1852.

No período em questão o lugar foi denominado de São Bom Jesus do Livramento, pois a maioria das famílias oriundas de Bananal-SP, que se encontravam sob a égide do Alferes Luiz Francisco de Carvalho eram devotos de São Bom Jesus do Livramento.

Como se deu a distribuição das terras

O Livro de Registro de Terras Possuídas 1855/1857 teve o mérito de registrar, entre outras, as posses ocorridas primariamente, no caso da Província do Espírito Santo, nas regiões que hoje compreende aos municípios de Guaçuí, Dores do Rio Preto e os povoados de São Romão e São Pedro de Rates. Na época, 1855, a fronteira das Províncias de Minas Gerais e Espírito Santo era a margem direita do Rio Veado. No atual Estado do Rio de Janeiro abrangia Porciúncula, Natividade e Varre-Sai.

Quanto à jurisdição da Província de Minas Gerais sobre áreas hoje capixabas, fronteiras indefinidas permitiam os limites mineiros atingir a margem direita do Rio Veado. Esta situação cessou em 10 de janeiro de 1863, quando o Governo Imperial, através do Decreto nº 3043 fixou provisoriamente o Rio Preto como limite entre as Províncias do Espírito Santo e de Minas Gerais.

O Livro de Registro de Terras Possuídas 1855/1857, original, onde foram efetuados os referidos registros e onde fundamentamos nossa pesquisa, atualmente se encontra no Arquivo Público Mineiro e foi invocado como prova documental pelo Estado de Minas Gerais em 19 de outubro de 1904, na questão de limites com o Estado do Rio de Janeiro. Cita como argumento a posse feita por mineiros, de terras registradas em Tombos, consoante com o Decreto Imperial de 14 de maio de 1843, que fixou a fronteira de então.

Nesse período, não era fácil a obtenção de uma escritura. O ocupante de terras era obrigado a declarar residência na Freguezia da Nossa Senhora da Conceição dos Tombos do Carangola e o transporte era precário e a viagem cansativa, pois, na maioria das vezes, era o escrevente que vinha à fazenda para efetuar o registro da escritura. Tais registros foram extremamente importantes para nossa História: eles demarcaram a passagem da fase a qual denominamos “Núcleo Colonizador” para a fase “Núcleo Familiar” é, a partir daí, que as famílias aqui legalmente estabelecidas tornar-se-ão responsáveis pelos alicerces sobre os quais erigiu-se a atual cidade de Guaçuí – ES.

A Escravidão

Os colonizadores não encontraram dificuldade em assentar o processo de colonização nas terras localizadas ao sul da Província do Espírito Santo, que se deu sob duas formas, a saber: em primeiro momento exterminando, expulsando, aprisionando e escravizando os indígenas; e, em segundo, explorando a força de trabalho dos negros que foram trazidos de Bananal.

Manuel José Esteves de Lima quando aqui passou, por volta de 1820, não trouxe escravos e sua bandeira tinha tripla missão, ou seja: abrir caminhos, prospectar ouro e aprisionar índios fazendo-os escravos. Somente em 1838, dezoito anos após a sua chegada, é que o Alferes Luiz Francisco de Carvalho tomou posse dessas terras trazendo, conforme já mencionamos, grande escravaria, pois, em Bananal, sua terra de origem, se praticava a escravidão, o que facilitou a implantação da mão de obra escrava em nossa região, considerando também que o sr. Manoel de Aguiar Vallim, patriarca da família Aguiar Valim, considerado um dos fazendeiros mais poderosos de Bananal, dono da fazenda Resgate, além de ser o maior proprietário de escravos daquela região favoreceu esta região com vasta escravaria radicando-os especialmente onde, hoje, se encontra a Fazenda do Castelo.

No entanto, a escravidão que aqui se estabeleceu durou por cerca de apenas meio século, pois, no último quartel do século XIX, particularmente, por volta de 1880 tem-se início o processo em que inúmeros proprietários emitirão Cartas de Alforria em favor de seus negros que eram considerados escravos. Isto cerca de, praticamente, uma década antes da promulgação da Lei Áurea.

A Disputa Jurisdicional

A formação definitiva dos primeiros núcleos familiares só veio ocorrer após o ano de 1858, quando teve início a luta entre o Bispado do Rio de Janeiro e de Mariana - Minas Gerais, pela posse das terras da Bacia do Rio Veado. Entre os desbravadores, houve disputa pela posse da região e, a principal delas foi a que ocorreu entre José Luciano de Souza, mineiro descendente dos Lobato, que pretendia jurisdição de Minas, até a Serra dos Pilões; e, Luiz Francisco de Carvalho, que defendia a jurisdição do Espírito Santo.

Fizeram esses dois homens um juramento solene: "O que fosse vencido abandonaria a terra; José Luciano de Souza voltaria para Minas Gerais e Luiz Francisco de Carvalho para São Paulo.

José Luciano de Souza, com o consentimento das autoridades de Carangola e munido de numerosa escolta, invadiu a fazenda de Luiz Francisco de Carvalho, subjugou-o e o conduziu preso a Ouro Preto, em Minas Gerais.

Entretanto, dois meses depois, Luiz Francisco de Carvalho regressava vitorioso; porém, José Luciano de Souza, tendo que cumprir a palavra empenhada, mudou-se para Minas Gerais, não mais retornando à região em que entrara, como dos mais intrépidos pioneiros.

A vitória alcançada no ano de 1860 fez com que, o que outrora era berço dos índios Purís, desse lugar a sítios e fazendas na medida em que as distribuições das glebas de terras continuavam.

Ainda no decurso daquele conflito entre Luciano Lobato e Luís Francisco de Carvalho e entre bispos do Rio de Janeiro e Minas Gerais, pela disputa dessas terras, o Comendador José de Aguiar Valim e Luís Francisco de Carvalho, fizeram erigir, em 24 de outubro de 1859, uma capela em louvor a São Miguel Arcanjo que tornou-se o Padroeiro do lugar. Esse fato, futuramente, influenciaria nos destinos do que, mais tarde, viria a se tornar um próspero município.

Dados Políticos-Administrativos de Guaçuí/ES

A pequena porção de terra que, hoje, pode ser localizada pelas coordenadas de 20º 46’ 38” de latitude sul e 41º 40’ 44” de longitude W. Gr, e cuja altitude, no centro da cidade, equivale a 586m; e no alto do Morro do Caracol, 910m; e no Tênis Clube, 604m; e, ainda, na Colina do Cristo Redentor, 705m; nos primórdios de sua colonização era conhecida por São Bom Jesus do Livramento e obteve, pela Resolução nº 122, de 25 de novembro de 1861, a sua primeira formação administrativa com a criação da Subdelegacia de Polícia de Veado na Paróquia de Alegre, Município de Itapemirim – ES.

Pela Lei nº 9, de 13 de julho de 1866, foi criada e denominada a Freguezia do Veado, com a invocação de São Miguel.

Pela Lei nº 1, de 7 de outubro de 1872, foi criado e denominado o Distrito da Paz, no lugar, anteriormente conhecido por Freguezia Veado, do termo da Vila de Cachoeiro de Itapemirim – ES.

Pela Lei nº 18, de 3 de abril de 1884, São Miguel do Veado foi desmembrado do Município de Cachoeiro de Itapemirim - ES.

Em 11 de novembro de 1890, pelo Decreto Estadual nº 53, será criada a Intendência Municipal de Alegre, inaugurada em 6 de janeiro de 1891.

A 16 de janeiro de 1928, o distrito foi elevado à categoria de Vila de São Miguel do Veado com a instalação do município, desmembrando-o, definitivamente, de Alegre.

Em 25 de dezembro de 1928, pela Lei Estadual Nº 1688/28, foi decretada a criação do município de São Miguel do Veado, e a Lei Estadual nº 1722 concedeu-lhe o status de cidade em 30 de dezembro de 1929.

Em 10 de janeiro de 1929 foi instalado, por Suetônio Rezende Peixoto, o Município de Veado; e, em 20 de julho de 1929 instala-se a primeira Câmara Municipal. E, no dia 31 de julho do mesmo ano toma posse o primeiro prefeito eleito.

Em 1931 o nome do município de São Miguel do Veado foi mudado para Siqueira Campos.

Finalmente, o Decreto-Estadual nº 15.177, de 31 de dezembro de 1943, pondo fim à velha polêmica, definitivamente determinou o nome de Guaçuí.

Guaçuí: Alguns dados cronológicos do século XIX

1867 - 24 de agosto - Publicação do Primeiro Número da Tipografia "Santinha do Sul", tendo o Sr. Manoel Olegário de Carvalho ficado com ações de nº 31.

1870 - Surgimento da primeiras casas comerciais: Diniz José Ferreira, J. Fonseca & Cia, Luiz Geraldo de Carvalho, Manoel do Espírito Santo.

1872 - No dia 07 de outubro, a Lei nº 01 criou o Distrito da Paz Termo de Vila de Cachoeiro de Itapemirim 2ª Formação Administrativa da Freguesia

Justiça: José Gomes de Azevedo - Juiz de Paz, Luiz Geraldo de Carvalho - Juiz de Paz, Francisco Monteiro Oliveira - Juiz de Paz, José Domingos de Carvalho - Juiz de Paz

Polícia: Alferes Luiz Francisco de Carvalho - Subdelegado, João Machado de Faria - Suplente, José Gomes de Azevedo - Suplente,

Matriz: Padre Jerônimo Pinto Veloso - Vigário.

1872 - Instauração de Processo Criminal de um Anarquista contra um Republicano, datado de 1873, de nº 114, do Arquivo nº 10, remetido para o Cartório Local, vindo de Cachoeiro do Itapemirim.

1876 - 25 de janeiro: Elaboração do 1º Registro de Procuração para a venda de um escravo, passada por Francisco Abreu Silva sobrinho, ao Sr. Comendador José de Aguiar Vallin, no 2º Cartório de Ofício de Notas. 1879 - Lavrada a primeira Escritura de Compra e Venda da Fazenda do Castelo a Francisco Ourique de Aguiar, por 36 contos de réis, por Damião Ourique de Aguiar e sua mulher dona Francisca Umbelina de Aguiar, em 28 de abril de 1879, conforme registro de Cartório do 2º Ofício de Notas.

1880 - No dia 11 de novembro é assinada a 1ª Carta de Alforria, dada por Dona Anna Antônia, ao escravo Ignácio, em São Miguel do Veado, em 02 de novembro de 1880, conforme registro no Cartório de Notas.

1884 - Chegada do primeiro Farmacêutico, Sr. Arthur de Souza Lobato.

1885 - Chegada do primeiro Professor, Sr. Francisco Gomes da Costa Carneiro, cujo nome deu origem ao nome da "Rua dos Carneiros".

1886 - O Alferes Luiz Francisco de Carvalho, do Partido Liberal; chefe do Comitê Pró-Libertação dos Escravos e Proclamação da república, começa a reunir em sua fazenda em São Tiago, companheiros da região de Cachoeiro do Itapemirim e Vitória, tais como: Bernardo Horta, José Cupertino, Aguirre Monjardim, Monsenhor Amorim, e muitos outros da região e de outras localidades, a fim de formarem o Comitê que foi assim constituído: Presidente: Alferes Luiz Francisco de Carvalho, Vice-Presidente: Silvestre Vianna, Secretário: Luiz Geraldo de Carvalho

- Neste mesmo ano, no dia 1º de julho, o Sr. Manoel Olegário de Carvalho, votou pela primeira vez e declarou o seguinte: "Votei no meu Partido que é o Liberal e só deixarei de votar no meu Partido quando entregar a minha alma ao Criador".

1887 - Luiz Francisco de Carvalho, inspirado na Representação do Fazendeiro do Bananal que pediram, em 1878, ao Governo Imperial, a fixação de uma data certa para a abolição dos escravos, resolve, no ano de 1887, reunir os seus 60 escravos no terreiro de sua fazenda e libertá-los dizendo: “De hoje em diante vocês são livres como eu". Um dos escravos, temeroso disse: "Nhonhô, para onde vamos?" Ele respondeu: Não estou mandando vocês saírem, os que quiserem permanecer ficarão como meeiros, aos outros darei, a cada um, um alqueire de terra em minha Fazenda Pataca".

1888 - No dia 02 de janeiro é registrado o primeiro Atestado de Óbito em decorrência do falecimento ocorrido na Fazenda do Castelo, de Mário, filho de José Pirique da Silva e Maria Providência do Carmo, com 14 anos de idade, solteiro. Seu falecimento foi devido a uma febre intensa que a mesma seguiu a um mal mais ou menos e complicação de inflamação do baço e foi tratado pelo prático Antônio Pinto, morador de Santana de Itabapoana, seus pais era natural de Bananal, SP.

- No dia 05 de janeiro ocorre o primeiro registro de casamento. São os noivos: Raymundo Barnabé e Izalina Viviana de Jesus. Celebrante: Padre Joaquim Martins Teixeira

Escrivão de Paz: Eugênio Henrique Thibaut

- No dia 07 de janeiro ocorre o primeiro registro de nascimento. Registro de nascimento de José de Paula Monteiro. São os pais: Manuel Alexandre Pereira e Rita Amelita de Castro. Avós Paternos: Arlindo Pereira de Monteiro e Maria de Jesus. Avós Maternos: Manoel Ferreira das Neves e Benedita Teodoro de Jesus

- Nomeado o 1º Escrivão de Paz: Sr. Eugênio Henrique Thibaut

- Chegada do 2º Padre da Freguesia: Padre Joaquim Martins Teixeira, proprietário da máquina de café e, também, padre de Alegre.

- Nomeado o 2º Escrivão de Paz: Senhor Francisco de Assis Álvares.

- Nomeado o 3º Escrivão de Paz: Professor Francisco Gomes da Costa Carneiro.

1890 - Nomeado o primeiro Juiz de Paz para a Freguesia: Senhor Bernardo José de Araújo. 1891 - Chegada do 1º Fogueteiro: Senhor Antônio lobato.

1892 - No dia 26 de julho é nomeado o 4º Escrivão de Paz: Senhor Antônio José de Faria. 1895 - Nomeação do 1º Subdelegado de Polícia: Senhor Coronel José Alexandre Monteiro.

- No dia 17 de dezembro é criado o Distrito de Divisa.

1896 - No dia 12 de maio, nasce na Fazenda de São Thiago, Wlademiro Azevedo Carvalho. 1900 - 1ª Agente dos Correios: Dona Izabel Cunha Lobato, filha do senhor Aquilino Lobato.

- 1º Estafeta dos Correios: Herculano Lobato, que ia buscar jornais e correspondências em Rive, todas as quartas-feiras, em uma mula preta.

- As primeiras costureiras da freguesia: Emiliana Vianna Emery e Maria Vianna Emery.

O nascente século XX e as primeiras mudanças

Nos auspícios do século XX, em curto espaço de cinco anos, foi possível registrar um desenvolvimento urbano ímpar na Freguezia de São Miguel do Veado, cujo crescimento se deve às orientações sugeridas pelo Coronel Dulcino Pinheiro – um aristocrata oriundo de Carangola-MG – comerciante e proprietário agrícola, que desenhou o traçado urbano da Freguezia de São Miguel com ruas largas e longas avenidas cujas obras, executadas sob a coordenação da família Emery, iniciaram-se com a abertura das ruas que hoje compreendem à Rua “Monsenhor Miguel de Sanctis” e à “Avenida Espírito Santo”. Ao mesmo tempo providenciava-se a abertura da área que viria se tornar o centro da Freguezia, onde se instalariam a Estação Ferroviária e o largo da Praça Central que será denominada Praça Rio Grande do Sul, bem como, aa avenidas que hoje correspondem à Avenida Marechal Floriano e Avenida José Alexandre. Quanto à Rua Rio Grande do Norte, seu traçado foi se delineando ao longo das décadas seguintes.

Em decorrência do avanço urbano, já, a partir de 1910, inicia-se o assentamento das primeiras casas comerciais como, por exemplo, a Farmácia de Manoel Tomé Tinoco que trabalhava com produtos manipulados; a loja de Francisco Borges Sobrinho, que vendia gêneros alimentícios, armarinhos, tecidos etc; a primeira padaria, o primeiro hotel e a olaria, pertencentes à família Emery; e ainda, a primeira fábrica de lacticínios de propriedade do Sr.Nacísio A. Semblano.

Já,, em 1910, tem-se início da construção da Estrada de Ferro Leopoldina. Fato que favoreceu a construção do Hotel Emery, obra empreendida por Durval Emery, sendo que esta foi a sua primeira construção e foi construída especialmente para abrigar os engenheiros da Estrada de Ferro. Neste mesmo tempo, a Freguezia de São Miguel acolherá muitos trabalhadores e, com eles, muitos italianos, imigrantes que aqui chegaram, se estabeleceram e, na época da Estrada de Ferro, trabalharam na construção da ferrovia. Na oportunidade muitos deles aqui se estabeleceram e formaram suas famílias. Entretanto, outras fontes afirmam que as primeiras famílias de imigrantes italiano vieram para essa incipiente Freguezia no de 1896 procedentes de Minas Gerais e São Paulo.

A estrada de ferro proporcionou também, além do desenvolvimento urbano, um acelerado crescimento demográfico. E para cuidar da saúde da pópulação que crescia, para cá vieram os primeiros médicos: Doutores Arthur Lobato, Simão Lacerda e Godofredo Costa Menezes, que residiam em Alegre, mas o 1º Médico a fixar residência na Freguesia de São Miguel, foi o Doutor Américo de Oliveira.

Em decorrência do rápido crescimento demográfico e da anecessidade de se alfabetizar as crianças, tão logo se inaugura a Estrada de Ferro, no ano de 1913, será fundado, por D. Emilyana Emery e Dona Maria Viana Emery (Dona Zinha), um educandário que funcionará no prédio do antigo depósito de café do Padre Joaquim Martins Teixeira onde , também, se depositava outros produtos rurais. Prédio este que havia sido de propriedade do mesmo padre, que também era proprietário da máquina de beneficiar café e que aqui se estabelecera no ano de 1888.

Aquele educandário, a princípio, foi coordenado por duas irmãs de caridade que Dona Emiliana e Dona Zinha trouxeram para a Freguezia de São Miguel. Mais tarde, porém, a partir de 08 de agosto de 1924, aquela escola passaria a ser dirigida pelo Padre Miguel de Sanctis que a denominaria de Colégio São Geraldo.

Na segunda década do século XX ocorrerá a Primeira Grande Guerra Mundial e no decorrer deste conflito, a urbanização da Freguezia de São Miguel se estruturará em torno da Estação Ferroviária, o que possibilitou a construção de novas casas, prédios e o aparecimento dos primeiros espaços geograficos onde, futurmente, se desenhará a Praça Central que receberá o nome de Praça Interventor Bley, e a Praça da Bandeira e, também, a parte de cima da estrada de de ferro que viria ser, num futuro próximo, a Avenida Marechal Floriano.

Nessa mesma época ocorrerá, ainda, a instalação do primeiro aparelho de telefone, pertencente ao Senhor Farani, um italiano que aqui se radicou; o primeiro rádio foi trazido pelo Sr Cassimiro Lanes, através do qual ouviam-se as notícias da Primeira Grande Guerra Mundial, pois as notícias aqui chegavam por intermédio do Sr. Herculano Lobato – o Estafeta morador da Fazenda Santa Cruz – encarregado de buscar na vizinha cidade de Alegre, todas às quartas-feiras, as correspondências e jornais. Somente em 1918 é que os primeiros jornais serão redigidos nesta Freguezia e o pioneiro foí o jovem Sr. Adauto Barbosa Lima. A instalação do primeiro telégrafo só foi possível com a chegada da ferrovia, pertenceu à Estrada de Ferro Leopoldina. Ainda em 1918 a Freguezia de São Miguel acolherá a chegada do padre Miguel de Sanctis, que veio substituir o padre Carlos Calleja.

Da emancipação política aos dias atuais

A história política da Freguezia de São Miguel do Veado começa a ser desenhada a partir de 1907, ou seja, 21 anos antes de sua consumação. Nos auspícios do início daquele século, as fazendas aqui existentes haviam se tornadas grandes produtoras de café. A relação econômica dos produtores, aqui existentes, com os administradores da Província do Espírito Santo era muito forte. A maioria deles, em decorrência do grau de parentesco e elos de amizade, possuía estreitas ligações com deputados e senadores, o que não era muito comum para a referida época. Eles, como remanescentes dos primeiros colonizadores, destacaram-se nessas relações, o que deu origem aos principais personagens que se revelariam no decorrer da tão sonhada liberdade política. Porém, por volta de 1907, Dona Zinha, irmã de um deputado estadual, já organizava um movimento com o intuito de se discutir a possível possibilidade do desmembramento político desta Freguezia em relação à cidade de Alegre, o que foi reforçado pela participação de Dona Emiliana Emery na vida política do pequeno vilarejo.

Essas duas mulheres, rompendo a barreira machista e os tabús de uma época em que a participação da mulher na vida pública sequer era cogitada, assumiram as rédeas do movimento emancipatório da Freguezia de São

Miguel e, Dona Emiliana, com a ajuda de seu filho, Durval Emery, particularmente incumbiram-se de promover o desenvolvimento urbanístico com o objetivo de acelerar o processo de emancipação. Suas ideias, paulatinamente, vão obtendo a simpatia dos produtores locais que as fazem propagar alcançando a devida maturação nos anos seguintes.

A partir do ano de 1920, homens como José Ferraz de Oliveira, Joaquim Martinho de Carvalho, Francisco Lacerda de Aguiar, Demerval Amaral, Manoel Francisco Alves, Manoel Monteiro Torres, Ucercino Aguiar, Ozório Marques e tantos outros, ansiosos da efetivação da emancipação política local, aliaram suas forças às de Dona Emiliana, o que veio reforçar, frente à administração da Província do Espírito Santo, as reivindicações da sociedade local.

Entretanto, a crise geral que se instalara, a partir de 1927, no Brasil, repercutirá também na realidade político- econômica da Província do Espírito. O país sente as consequências da redução das importações de seu principal produto – o café - cujo maior comprador eram os Estados unidos da América. Desenhar-se-á desta maneira a crise econômica que estouraria três anos mais tarde e cujos ecos ressoariam na pequena Freguezia de São Miguel do Veado.

Politicamente, o Brasil vivia as tensões do processo sucessório que culminaria no Golpe de 1930. Em meio a tudo isso, uma exigência foi feita, pelo governo da Província do Espírito Santo, ao representantes políticos da Freguezia de São Miguel. Assim, exigiu-se que houvesse mais 150 casas construídas. Então, José Ferraz de Oliveira e Ozório Marques contrataram mão de obra e empreenderam as obras fazendo-se erigi-las, em curto espaço de tempo, ao longo da Avenida Espírito Santo, Praça Central, Avenida Marechal Floriano, Rua do Carneiro e à rua que, hoje, compreende à Avenida José Alexandre. Deste modo, em um espaço de 7 anos as exigências governamentais foram atendidas, ou seja, construíram-se as 150 casa e, portanto, o caminho para a emancipação política chegava ao final do percurso iniciado em 1907. Finalmente, estava concluído.

Há que se notar que o ano de 1928 foi de fundamental importância para a história política de Guaçuí, pois, nas eleições antecedentes, um filho desta terra foi eleito Prefeito de Alegre, fato que contrariou à vontade de muitos alegrenses.

Estamos falando de Urcecino Aguiar que se destacou como o homem que levaria a cabo o desejo de muitos moradores da Freguezia de São Miguel do Veado daquele tempo, ou seja, o desejo de todos era o de tornar essa nossa região livre e independente de Alegre. Aquele povo deseja que o vilarejo fosse autônomo politicamente e, para realizar essa conquista, o prefeito eleito de Alegre, Urcecino Aguiar, empreendeu-se na luta para buscar meios e recursos, frente ao Presidente da Província do Espírito Santo, sr. Aristeu Aguiar, para que o desejo dos descendentes dos antigos colonos se tornasse uma realidade.

Tal feito só foi realizado após muitas tentativas frustradas, mas que só veio se concretizar quando o Presidente da Província elevou o Distrito à categoria de Vila com a instalação do município em 16 de janeiro de 1928, desmembrando-o, definitivamente, de Alegre e, finalmente, em 25 de dezembro de 1928 foi criado o município de São Miguel do Veado com a instalação, na mesma data, do governo provisório de Suetônio de Rezende Peixoto.

Assim, esses acontecimentos, por mais desanimadores que pudessem parecer, não foram considerados, obstáculos para àquele abnegado grupo de homens, liderados por Dona Emiliana e Dona Zinha, que empreenderam levar até o fim a luta iniciada em 1907, que culminou na elaboração do processo emancipatório que seria assinado, em 1928, pelo sr. Aristeu Aguiar, desvinculando-se, assim, e definitivamente a Freguezia de São Miguel do município de Alegre fazendo nascer, politicamente, o município de São Miguel do Veado – ES, que seria administrado, em sua fase de organização, pelo Doutor Suetônio Peixoto até sua instalação definitiva que veio ocorrer, em 30 de dezembro de 1929, com a eleição da primeira Câmara Municipal e do primeiro Prefeito Municipal, Doutor Manoel Monteiro Torres que se incumbiu, frente ao Presidente da Província do Espírito Santo, de mudar o nome do nascente município de São Miguel do Veado para Siqueira Campos.

Até o presente ano de 2024, a cadeira do Poder Executivo Municipal foi ocupada por 35 mandatos; e, o Poder Legislativo por 22 mandatos.

Cabe ressaltar que somente após a chegada do segundo grupo de Bandeirantes (1838), é que se iniciou a colonização do lugar onde se encontra, hoje, a cidade de Guaçuí. Nesse período que durou até o ano de 1928 – ano da emancipação política -, muito foi feito como, por exemplo: Demarcação e divisão das terras, construções de fazendas, criação da Paróquia com devoção a São Miguel Arcanjo (1858), construção do prédio onde se implantou a primeira máquina de pilar café (1872) que, no início do século XX, cedeu espaço para um educandário que, mais tarde – em 1924- cedeu lugar ao Ginásio São Geraldo; organização político- administrativa, desenvolvimento da cultura cafeeira e pecuária, inauguração de estabelecimentos comerciais, abertura de estradas, desenvolvimento urbano com a implantação da Estrada de Ferro Leopoldina e, consequentemente, a abertura de es ruas, avenidas, construções das primeiras construções de inúmeras residências e lojas comerciais, padarias, fábricas de doces, fábricas de móveis e construções de pensões e hotéis. Ainda destacamos as construções das primeiras escolas e a criação da Lira Santa Cecília. Nesse mesmo período, a cidade acolhe inúmeras famílias de imigrantes italianos que muito contribuíram para o desenvolvimento local.

Após a emancipação política que aconteceu em 28 de dezembro de 1928, implantou-se a primeira Câmara de Vereadores e, em seguida, a eleição do primeiro Prefeito Municipal – Manoel Monteiro Torres. Da emancipação política até os anos 80 do século passado, foi possível registrar nos anais desta história o maior ciclo de desenvolvimento político-econômico-sócio-cultural do município de Guaçuí, destacando-se: o incentivo ao esporte com a fundação de grandes clubes de futebol que, direta ou indiretamente, fomentava o setor econômico do município: Esporte Clube Capixaba, Esporte Clube União, Olímpico Atlético Clube; Implantou-se a Energia Elétrica e inaugurou-se o Cine Éden e Agência dos Correios; construiu-se o Estádio de Futebol e, também, o Campo de Aviação que permitia dois voos semanais para o Rio de Janeiro, implantou- se a linha telefônica e a Comarca com Fórum em Guaçuí e fundou-se a Santa Casa de Misericórdia, como também o Matadouro Municipal e fizeram-se inaugurar 11 armazéns de café que geravam, diretamente, para as catadeiras e carregadores de café, mais de dois mil empregos; e, ainda, se inaugura a implantação do Tiro de Guerra 01-278 (atualmente TG 01-013). Dentre outras obras de grande vulto citamos a construção dos primeiros reservatórios de água tratada, com destaque para a “Caixa d’água do Morro do Cristo”, com capacidade de reservar 300 mil litros de água potável para abastecer a cidade. Surge as grandes lojas de eletrodomésticos, móveis, tecidos, armarinhos e roupas de cama, mesa e banho. Ainda fizeram-se construir os grandes pontos turísticos como, por exemplo: o Templo da Igreja Matriz\(1928), O Monumento aos Bandeirantes (1938), o segundo maior monumento de Cristo Redentor do Brasil (1956); e, a construção da primeira Torre de captação e transmissão de sinal de TV do interior do Brasil (1959). Dá-se, ainda, a inauguração de agências bancárias: Banco do Brasil, Banco de Comércio e Indústria, Banco de Crédito Real de Minas Gerais, Banco do Estado do Espírito Santo.

Em decorrência do crescimento político-econômico- social e cultural ocorrido nos anos 50, a cidade de Guaçuí, ES, sempre se destacou no cenário político, tanto a nível estadual quanto federal, pois, por inúmeras vezes cedeu seus filhos para servirem ao povo do Estado do Espírito Santo que ocuparam, por intermédio de diversos pleitos eleitorais, várias cadeiras na Assembléia Legislativa Estadual e, por duas vez consecutivas, a cadeira de Chefe do Poder Executivo Estadual.

Já, nos anos 60, o município conheceu o auge de um desenvolvimento ímpar, sobretudo no setor do comércio automobilístico e agropecuário, que se estendeu ao anos posteriores até meados da década de 80, como também, nas décadas seguintes, registram-se um forte crescimento urbano com o surgimento de novos bairros, novas escolas, postos de saúde, novos meios de transportes, o Telex e o Telefone DDD. Ocorre o fechamento de velhas fábricas e inauguração de novos estabelecimentos comerciais e novas agências bancárias, como: Caixa Econômica Federal e Bradesco. No ano 2000 inaugura-se, em homenagem ao ilustre ator brasileiro Fernando Torres – que é filho de Guaçuí, o Teatro Municipal Fernando Torres, que se destaca, dentre tantos outros, como um dos melhores Teatros do Estado do Espírito Santo, onde acontece, anualmente, o Festival Nacional de Teatro; e é palco de inúmeras apresentações das grandes companhias de teatro oriundas de todos os estados do Brasil.

Contudo, a partir da última década do século vinte e nas duas primeiras décadas deste Terceiro Milênio, é possível registrar mudanças significativas no cenário político e, especialmente, no econômico, onde os setores primário, secundário e terciário da economia municipal cederam espaços, em todos os aspectos, para a prática de uma economia totalmente importadora. Entretanto, muitos projetos para a continuidade do

desenvolvimento local, continuam sendo empreendidos, pois a somatória dos esforços dos filhos e filhas destas Terras de São Miguel Arcanjo, fazem com que esta Pérola do Caparaó continue, embora por outros caminhos, a colaborar para a grandeza de nosso querido Estado do Espírito Santo, bem como de Brasil.

FONTES:

TEODORO, M. A. Guaçuí: Ensaio & História – Colonização, Desenvolvimento e Cultura. Editora AgBook. São Paulo, 2014.

TEODORO, M. A. Por Essas Terras de São Miguel: De Capela a Matriz Paroquial de Guaçuí/ES. Editora AgBook. São Paulo, 2016.

i Professor Miguel Aparecido Teodoro. Graduado em História, Teologia e Filosofia, Pós-graduado em Ciências Sociais e Pós Graduado em Gestão de Políticas Públicas e Sociais. Mestre em História Social.