SENSIBILIDADE DE UM JUIZ - (parte um)

SENSIBILIDADE DE UM JUIZ - (parte um)

Antes do mérito o conhecimento - fase de esclarecimento da causa de pedir ou de informar. Quero chamar a atenção para a qualidade humana de ser sensível, ter compaixão, simpatia, ternura, piedade, empatia. Logo, se pelo juiz, é a qualidade de se fazer justiça (nem sempre acontece). Surge então a questão do caráter, o que por vezes falta, traduz-se por “cauterizado”, que pode ser o ato de queimar por meio de cautério, o que se diz de cáustico, corrosivo, e em medicina aplicar cautério - cauterizar uma ferida - (pode ser a causa). E os efeitos? Figurativamente, pode ser causar angústia, aflição, afligir: cauterizar bons pensamentos. In caso, nos reportamos do texto bíblico em Lucas 18:1-30 “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca desfalecer, dizendo: Havia na cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava homem algum. Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra meu adversário. E, por algum tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto Juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra? (ARC). Comecemos pelo fim, podia citar Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar a desonra...”, frase por demais conhecida. O que Jesus está dizendo é que o crente deve nunca esmorecer, mas confiar em Deus. No entanto, “o caráter do juiz aqui delineado é de tal tipo, que ele permitia, com a mais total indiferença, ser controlado pelo egoísmo mais desavergonhado” (Lange). Pois bem, existem muitos juízes assim, não somente por lhes faltar temor a Deus, mas, principalmente por lhes faltar sensibilidade na hora de considerar a causa e fazer justiça. Alguém busca receber na justiça o seu salário, negligenciado por seu devedor, por que esta decisão não é rápida? Por qual razão esse processo é postergado? Por mais de vinte anos? Isso é normal? Além da falta de sensibilidade, isso já parte de um sistema. Nisso reside o cansaço, a falta de esperança, e faz esmorecer, e Jesus aconselha a não esmorecer, mas orar. Muitos, angustiados, aflitos - às vezes vendo esvair a vida e aquele dinheiro ficando cada vez mais distante de ser desfrutado, corre o risco de perder a fé, coisa que não convém ao crente. Quantas vezes, ter que ouvir de um juiz: “é doutor, quando seu processo começou você tinha cabelos pretos”; “ganhou, mas não leva” - como pode ser isso? Trabalho dos manobristas do direito; A falta de sensibilidade de um juiz, causa todo tipo de desgraça para quem espera por justiça e que em muitas vezes, morreu o infeliz sem conhecer o resultado de sua busca por justiça. Isso incomoda? Sim, apenas aqueles que incansavelmente espera por justiça. Juízo cauterizado pelo sistema, sem temor a Deus, não se vê como um sentenciado pela justiça que vem de cima, que tarda, mas não falha. Fica aí nosso recado! Penitencie ao juiz de sua causa, talvez ele se sensibilize.