Litania à transversalidade: Ressignificação da Natureza

A sábia troca da visão mecanicista pela transversão do olhar perceptivo para o mundo - especificamente para a paisagem - nos possibilita adquirir, de modo relativo e particular, a sensibilidade e experiência da estética, beleza e complexidade pertencentes aos diferentes universos que coexistem na Natureza. Com o estímulo correto e necessário, podemos assim auferir nova noção de pertencimento e entendimento de diferentes ângulos de uma mesma semiótica.

Adentrando ainda mais neste contexto, o exercício de enxergar além da obviedade, proporciona uma viagem fantástica ao redescobrimento infinito da dimensão de cores, formas, pontos, linhas, formatos, ritmos, proporções e texturas que estão em contínuo movimento e transformação. E referida iniciação reflexiva à realidade universal da Forma, Ideia ou Essência, que corresponde a um conjunto de possibilidades que permanecem em meio às mudanças e representam o modelo geral da estrutura da Natureza - que permite cada ser viver sua identidade em conjunto - nos apresenta e viabiliza, por justa causa, o entendimento de que nada é fixo, igual e imutável, mas sim fractais adaptativos e metamorfoseantes.

Pensar essa validação do equilíbrio entre simetria e divergência das coisas existentes no mundo natural e reformular como a interpretamos a partir de várias linhas estéticas e filosóficas, revitaliza, por modo, a existência da manifestação harmoniosa entre as infinitas partes do macro e microcosmo mediante as particularidades de cada ser unidas ao coletivo, que configuram, por finalidade, a real, natural e transcendente beleza das diferentes formas de vida animal, vegetal e mineral que adaptam, evoluem e se entrelaçam nessa temporal tapeçaria diversa que chamamos de Terra.

Laura Mancini
Enviado por Laura Mancini em 24/01/2024
Código do texto: T7983555
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