PERFIL DO INVESTIDOR

“A palavra “Perfil”, segundo o Dicionário Jurídico Rideel, quer dizer, entre outras coisas, “s.m, (...) 9. Traçar o perfil de alguém: redigir-lhe os traços biográficos mais característicos”. Partindo desta definição – que mais se adequa ao objetivo do presente trabalho-, podemos inferir que, no que tange ao investidor, o que irá definir seu Perfil serão seus traços biográficos mais característicos, sobretudo, enquanto pessoa, ou seja, seu histórico de vida, o modo de relacionar-se e pensar o dinheiro, além, é claro, da quantidade de informações disponíveis sobre as possíveis alternativas de investimento.

Este “Histórico de Vida Econômica Pregressa” diz muito mais que supomos: alguém que conseguiu seu patrimônio através da labuta diária, enfrentando mil e uma dificuldades (transporte coletivo, escola pública, falhas estruturais no acesso à Saúde e Segurança) terá -pelo menos em tese, e com raras exceções- maior aversão ao risco daqueles investimentos que, via de regra, oferecem a chance de maior rentabilidade no curto, médio ou longo prazo. Para esses investidores, o que importa é a segurança, pelo simples fato de que seu histórico de dificuldades e percalços nem sempre vencidos, aconselha-os à prudência. Fundos de Renda Fixa e a tradicional Poupança (conhecida até hoje pelos mais antigos, com seu prefixo “Caderneta”), são os investimentos mais visados e lembrados por estes, que podem ser classificados como Investidores Conservadores: conservar o Capital Principal é a meta precípua. Qualquer ganho, por menor que seja, será lucro.

No extremo oposto, temos aqueles que, tendo recursos mais que suficientes para prover-lhes uma vida digna (na maioria das vezes, também oriundos de trabalho, só que mais especializados que aqueles dos Conservadores, e por isso, mais remunerados), optam por investimentos mais arrojados, com vistas a maximizar o retorno daquele excedente no período considerado: são os Investidores Moderados e Arrojados. Estas classes de investidores - reiterando: “em tese”- agem de forma análoga àqueles considerados Conservadores, com o detalhe de que seus históricos de vida e relação com o dinheiro, são bem diferentes; estas classes admitem algumas perdas no percurso de seus investimentos – na maioria das vezes, por desfrutarem de reservas que podem amortecer o impacto desses prejuízos sazonais ou totais. E por admitirem riscos em diferentes graus, estas duas classes compõem a grande massa do mercado de Renda Variável, bem como dos felizardos que auferiram lucros bem mais significativos que aqueles que compõem a primeira.

Por fim, podemos concluir que os tradicionais testes que avaliam o Perfil do Investidor, além de uma útil ferramenta para avaliação do Gestor em relação aos tipos de investimentos adequados à seus clientes -em especial, os de Renda Variável-, demonstram, com pequena margem de erro, muito do histórico de vida, destes, facilitando a gestão dos recursos, e contribuindo para a satisfação do investidor.

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 01/06/2010
Código do texto: T2293212
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