A ECONOMIA QUE PRECISAMOS

O capitalismo fundado por Adam Smith [1] e aprimorada por Keynes [2] não é isto que está aí. Smith era uma pessoa moralista e nunca confundiu necessidade com ganância.

O capitalismo que impera é o resultado de constantes mudanças realizadas sob a batuta do materialismo científico [3] dominante.

Guiados por interesses individuais, o cidadão produzia e consumia, e o livre mercado mantinha a estabilização, a receita de Adam Smith não estava completa e Keynes sugeriu a intervenção do governo para que mais pessoas pudessem obter capital, uma vez que a receita de Smith acabara por concentrar o dinheiro nas mãos de poucos.

O sistema vinham bem de vento em popa (na década de 70, 80% da população norte americana estava na classe média). De repente os materialistas substituíram os indivíduos e suas necessidades individuais pelo consumismo. Um comportamento que acabou por nutrir a ganância, que aos poucos substituiu a necessidade.

Diferente de apenas satisfazer necessidades (aquelas pontuadas na pirâmide de Maslow [4]), o sentimento de ganância quer possuir, acumular cada vez mais e mais.

A recente mudança de paradigmas da ciência, menos materialista e mais quântica, com base na consciência, pede passagem demonstrando que o homem tem necessidades sutis que não foram demonstradas na pirâmide de Maslow.

A necessidade de amor, de explorar significados, necessidade de justiça, de beleza e do bem. Todas mercadorias que não se compra com dinheiro, é o que Amit Goswami [5] denomina de economia sutil. Uma economia que só se materializará por meio de investimentos inteligentes, colocando por terra a perversa economia materialista do consumismo.

O amigo leitor já pensou de que forma poderá ajudar a melhorar nosso cenário econômico? Todos nós, independentemente de nossas atividades profissionais, temos condições de encontrar uma forma de incrementar a economia sutil a que me refiro.

Basta ter a consciência de que as pessoas tem necessidades que não se limitam a bens materiais. Bata reatar seus laços com o Divino que tudo lhe será mais claro; você é peça mais importante para que essa nova economia possa se consolidar a cada dia mais. O resultado é simples: um mundo melhor...

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[1] Adam Smith (1723-1790), filósofo e economista escocês é considerado o pai da economia moderna, e o mais importante teórico do liberalismo econômico. Autor de "Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações", a sua obra mais conhecida, e que continua sendo usada como referência para gerações de economistas, na qual procurou demonstrar que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos inclusive (e não apenas exclusivamente) pelo seu próprio interesse (self-interest), promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica.

[2] John Maynard Keynes (1883-1946) foi um economista britânico cujos ideais serviram de influência para a macroeconomia moderna, tanto na teoria quanto na prática. Ele defendeu uma política econômica de Estado intervencionista, através da qual os governos usariam medidas fiscais e monetárias para mitigar os efeitos adversos dos ciclos econômicos - recessão, depressão e booms. Suas idéias serviram de base para a escola de pensamento conhecida como economia keynesiana.

[3] O materialismo é uma doutrina filosófica que admite como realidade apenas a matéria. Nega a existência da alma e do mundo espiritual ou divino. Formulada pela primeira vez no século VI a.C., na Grécia, ganha impulso no século XVI, quando assume diferentes formas. No século XIX surge na Alemanha o materialismo científico, que substitui Deus pela razão ou pelo homem, prega que toda explicação científica resulta de um processo psicoquímico e que o pensamento é apenas um produto do cérebro. Seus principais formuladores são Karl Vogt (1817-1895), Ludwig Buchner (1824-1899) e Ludwig Feuerbach (1804-1872).

[4] Abraham Maslow (1908-1970), psicólogo americano, conhecido pela proposta Hierarquia de necessidades de Maslow. Não satisfeito com sua própria teoria, dizia que faltava-lhe o fato de o homem ser um ser espiritualizado e transcendental em seu tempo. Para ele, era importante a espiritualidade e as características da consciência alterada. Criou então, com ajuda de outros psicólogos, uma teoria que era abrangente nesse aspecto. Incorporou idéias de Carl G. Jung, que era um estudioso dos aspectos transcendentais da consciência, na Psicologia transpessoal. Este estudo ainda é carente de maiores aprofundamentos.

[5] Amit Goswami (4 de novembro de 1936) é um físico quântico indo-americano. Foi pesquisador e professor titular de física teórica da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, por 32 anos a partir de 1968. Publicou vários artigos em sua área e dois livros de física, um deles sobre física quântica. Goswami procura estabelecer uma ligações entre espiritualidade e física quântica e participou, entre outros, do filme Quem somos nós? (What The Bleep Do We Know? em inglês). Publicou o best-seller A Física da Alma.