A Maturidade Mental - Parte II

“Nem a teoria da bondade-maldade nem a teoria conhecimento-ignorância são adequadas. Devemos situar em lugar das mesmas a teoria maturidade-imaturidade. Cabe-nos ver cada vez mais os desvios da conduta humana como meios imaturos de resolver problemas que deveriam ser solucionados por meios maduros. ... Presume-se que a pessoa em dificuldades assim esteja porque de algum modo perdeu o entrosamento com a vida; e a teoria invocada para todos eles é a de que a pessoa necessita, não de pregação ou de simples fatos, mas de uma nova orientação de caráter em relação ao seu mundo. Esta necessidade de uma orientação total se está tornando tão clara no terreno da educação sexual- para tomar um exemplo- que muitos pais bem intencionados e professores se encontram um tanto perplexos sobre o que fazer.... Entretanto, no correr do tempo, e com o acúmulo da experiência, uma nova visão interior do caso começou a predominar. Assim, escreve o Dr.Benjamin Gruenberg: - A conduta da criança ou do adulto- especificamente, no caso, a conduta sexual – não é o resultado, em qualquer escala significativa, da instrução formal, ou não, que tenha recebido... a educação sexual é parte integrante da educação do caráter e da personalidade – e não um assunto de instrução. Em outras palavras, salvar as pessoas da ignorância sexual está longe de ser o bastante. ... Com uma consciência aprofundada dos distúrbios de caráter que podem impedir a maturação normal do indivíduo, já não podemos nos satisfazer com tratar os desvios sexuais como fracassos específicos a serem remediados por admoestações ou instrução específicas. Começamos a dar tento, ao invés, de que se deve tratá-los como parte de um contexto mais amplo de caráter. Só com o amadurecimento total do caráter, os problemas sexuais alcançarão solução madura. O que é verdadeiro no terreno da educação sexual, é verdadeiro também em outros terrenos. Aliás, em toda linha, estamos começando a agir através de uma nova concepção: a saber, que cada pessoa é um todo, e é nessa totalidade que há de revelar as fixações e distúrbios emocionais que a conservam imatura. A presunção, por conseguinte, é de que a atitude não provém de maldade inerente, ou da ignorância de fatos, mas de algum problema emocional profundamente arraigado, ou de um grupo de problemas, que aflige sua existência e impede sua plena maturação – embora possa não saber, conscientemente, qual seja o problema. ... Preso à cruz, Cristo teria pronunciado as palavras mais maduras jamais ditas por qualquer ser humano em sofrimento. Enquanto seus verdugos se empenhavam em fazer com que suas últimas horas fossem mais terríveis, acrescentando crueldade a crueldade, Ele orava: - Perdoai-lhes, Pai, pois não sabem o que fazem. Via-os, não como maus, mas como demasiado infantis, a ponto de não saberem sequer que sua crueldade era crueldade. É esta concepção – a de que o mal praticado pelos homens é o mal de sua imaturidade – que ainda pode salvar o mundo.”

O nosso psicólogo, autor do livro “A maturidade Mental”, nos fala depois da imaturidade das nossas próprias instituições. Lembro, para citar um exemplo, a imaturidade da mídia, que adora focalizar a vida que saiu dos trilhos, não se interessando pela vida que está nos trilhos, porque não dá IBOPE. A própria religião poderá ser imatura. Todas essas forças da sociedade acabam por nos plasmar. Na parte III, reproduzirei o que diz o psicólogo sobre o que nós, adultos, ainda poderemos fazer, para realmente mudar e melhorar a sociedade.