As Políticas Públicas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil

A EJA constitui uma temática prioritaria para as políticas públicas contemporâneas no Brasil.

Sua prática e seus discursos estão sujeitos a continuos debates, pois refletem as encruzilhadas de convicções que se opõe, de retóricas que se encontram no sinal amarelo da ambiguidade, de ações que se justapõe, e por ai afora...

Entretanto,a educação de pessoas jovens e adultas merece, cada vez mais, que se a estude e que se adense o compromisso de recobstrui-la a cada dia. Principalmente, porque sua história é uma sequencia de vícios sutis. As tantas críticas que lhe foram endereçadas não conseguiram mudar o rumo de sua história.

Por outro lado, verificamos que as políticas públicas oficiais tem sido mais oficiais do que públicas. Quantas iniciativas de EJA de especial significado e relevancia se dão no nosso espaço social e são desdenhadas. Mas, do que ninguem, cabe ao educador de jovens e adultos posicionar-se ante a possibilidade que o exercício profissional lhe proporciona, além de construir e avaliar a experiência de cada dia: o poder de recriar a própria instância institucional.

Prover a visualização de EJA no Brasil sob a ótica da evolução de sua argumentação política e materialização institucional e organizacional, dando oportunidade ao questionamento e à projeção do sentido e da complexidade das intervenções no campo da formação do adulto dentro da realidade brasileira.

Temos de reconhecer, de um lado, que jovens e adultos são cognitivamente, capazes de aprender ao longo de toda a vida e, que as mudanças nas políticas e nos aspectos economicos, tecnologicos e socioculturais impõem a aquisição e atualização constante de conhecimentos pelos individuos de todas as idades.

Para Freire, o proceso de conscientização funcionaria no contexto da educação popular, sem separar teoria e prática, fazendo do ato de educar uma atitude política em que se discute o conteúdo do ensino relacionando-o com aquilo que o educando vivencia em seu cotidiano, a fim de que, a disciplina ou componente curricular mostre a aplicabilidade do conhecimento, principalmente, no tocante a crítica e ao questionamento que os problemas e exigencias de EJA enfrentam no cenário brasileiro contemporâneo.

Contudo, o lugar de EJA pode se entendido como marginal ou secundário, sem maior interesse do ponto de vista da formulação polítics e da reflexão pedagógica, quando a abordagem do fenomeno educativo é ampla e sistêmicsa, merecendo maiores atenções quanto a sua historia pelas políticas públicas brasileiras.

A EJA é, necessariamente, considerada como ponto integrante da história da educação em nosso país, como uma das arenas importantes, onde se empreendem esforços para a democratização do acesso ao conhecimento.

Paulo Freire foi exilado, mas continuou a desenvolver no exterior sua proposta de alfabetização de adultos conscientizadora, utilizando palavras geradoras que, antes de serem analisadas do ponto de vista das políticas públicas, serviam para sugerir a reflexão sobre o contexto existencial dos jovens e adultos analfabetos, sobre as causas de seus problemas e as vias para sua superação.

A EJA , como já dissemos, transborda os limites tradicionais da educação e exige dos profissionais a perspicácia e crença no trabalho de formação ampla dos educandos, formação crítica e política, formação para a vida democratica que, em si, exige participação diante do conflito de interesses, formação para a vida numa sociedade em constante transformação e, que pressupõe flexibilidade de seus atores para enfrentar diferentes situações. Enfim, acreditamos e afirmamos que a EJA não pode ser considerada uma modalidade educacional neutra.

Em suma, num primeio momento o objetivo principal do texto é mostrar, através das políticas públicas brasileiras, que as escolas , que adotam a EJA , os educandos estão realizados em seus interesses e perspectivas, tendo como pano de fundo o desenvolvimento no senso de autonomia, para enfrentar as transformações do mundo moderno.

Desta forma, o que foi exposto até aqui, nos permite afirmar que a EJA, ainda não atingiu um "corpo específico de conhecimento", mas sim "um âmbito de conhecimento", um espaço que se articula, se constrói e se reconstrói no encontro de diferentes disciplinas. Portanto, situar-se no tempo é um requisito fundamental para a analise crítica a EJA. É neste sentido, pois, que se justifica a reconstrução da prática de educação de adultos e a revisão de suas conotações, da sua argumentação e da sua evoluçãso institucional(política e organizacional) em cada contexto.

Solange Gomes da Fonseca
Enviado por Solange Gomes da Fonseca em 22/06/2010
Código do texto: T2335002
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