A VALORIZAÇÃO DOTEXTO DE SEU ALUNO

A valorização do texto de seu aluno.

Márcio Alessandro de Melo, professor e especialista da língua Portuguesa. Cupira-pe. Endereço eletrônico: professormarcio@hotmail.com

Escrever não é uma arte, nem um dom, mas uma necessidade de todos aqueles de expressarem a sua criatividade e o domínio da informação e das inúmeras leituras realizadas. Existem muitos mitos de que escrever é um dom e que é preciso inspiração. Que bobagem! É preciso ter cuidado para não bloquear a criatividade de nosso aluno. Incentivar é essencial.

Refletindo sobre a produção de texto dos meus alunos, procurando a melhor maneira de avaliá-los, pensei que antes de ler os textos com a intenção de corrigir os erros ortográficos, deveria primeiramente sentir e compreender o sentido do texto escrito e produzido por ele. Sabemos que na maioria das vezes a nossa formação nos conduziu tão somente a nos prender a ortografia quando estamos corrigindo os textos e até parece que em nossas mentes os textos dos alunos só servem para serem corrigidos.

Mas já estamos percebendo avanços, pois nossas práticas em sala de aula estão sendo renovadas, pois antes víamos apenas a artificialidade da escrita na escola, uma escrita sem interlocutor , escolarizada pelo número de linhas e guiada pelas datas comemorativas.

O professor hoje centraliza sua percepção na produção de texto, na diversidade de gêneros, na reescritura de texto e que é preciso julgar a qualidade e o sentido desse texto.

Sabemos que muita coisa ainda é preciso mudar, principalmente no ensino médio, onde manipulados pelo vestibular, procuramos enformar o texto do aluno, passando-lhes regras, modelos de dissertação, estruturas que tornam os textos repetitivos e muitas vezes sem criatividade. No ensino médio perde-se a liberdade de criação adquirida no ensino fundamental, dando-nos a impressão que todo nosso trabalho nessa faze vai por água abaixo. Mas no ensino de língua portuguesa não só no ensino médio acontece o equívoco, nas séries iniciais seria preciso desvincular a gramática pura e trabalhar com esse aluno somente a escrita e a produção de texto. É na base que está o segredo do avanço nas séries subseqüentes.

A escola deveria preparar o aluno desde cedo para a diversidade textual, pois a língua somos nós que fazemos e é preciso usá-la nas devidas situações. Falamos através de textos e não por frases isoladas. É aí que apresentamos os diversos recursos da língua.

É preciso tornar vivo o texto do nosso aluno. Ele deve ser lido, compreendido, dramatizado, trabalhado e valorizado. Trabalhar os seus elementos e explicitá-los aos educandos cabe a nós apresentarmos o que é a coesão, a coerência, o sentido, em que gênero se enquadra, o que pode ser melhorado, dar-lhe a chance de reescrevê-lo. É um trabalho árduo quando se tem inúmeras turmas de cinqüenta alunos, mas não impossível. Por que não juntar todo o corpo docente da sua escola para corrigir os textos? Não é só em língua portuguesa que ele produz textos. É preciso tirar o fardo que colocam nas costas dos professores de português, muitas vezes crucificados na escola pelos colegas de profissão, quando a escrita e a leitura do aluno vai mal. Conscientize-se que escrita e leitura, o aluno realiza em todas as disciplinas. Não permita mais que nas reuniões “pedagógicas” ou “capacitações” nos remetam a culpa da má ortografia e leitura do aluno.

Conscientizar a escola da unidade que o texto e a leitura representam para todos é papel de todos os profissionais da educação.

Ampliando os modos de ler e interagir

De acordo com o Parâmetro Curricular de Língua Portuguesa (1998: 71), “Para ampliar os modos de ler, o trabalho com a literatura deve permitir que progressivamente ocorra a passagem gradual da leitura esporádica de títulos de um determinado gênero, época, autor, para a leitura mais extensiva, de modo que o aluno possa estabelecer vínculos cada vez mais estreitos entre o texto e outros textos, construindo referências sobre o funcionamento da literatura e entre esta e o conjunto cultural da leitura.”

Analisando esta citação percebemos que não se deve habituar o aluno a ler um só tipo de literatura, pois assim, ele ficará restrito a um único estilo literário. Deve haver a extensão leitora de outros gêneros, abrindo um leque maior de opções de leituras e informações diversificadas que as mesmas contém, sendo primordial a ampliação não só do tipo de leitura como também da análise feita da obra, em que o aluno não transcreverá mais o que está escrito nela, mas estará interagindo através do seu parecer como já argumentamos antes.

Como conhecedores que somos dos vários gêneros que se divide a literatura, fica ao nosso interesse mostrá-los aos alunos e incentivá-los a realização de leituras críticas e produção de textos de: poesias, contos, fábulas, romance, e etc. Conscientizando desta forma a variação dos textos e o exercício prazeroso de poder conhecer todos esse gêneros e produzir através deles.

QUESTÕES PARA DEBATE

1 – Como devemos repensar nossa prática na sala de aula em relação à produção de texto?

2 – Que dificuldades existem no trabalho com produção de texto?

3 – Como superar essas dificuldades e trabalhá-las?

Alessandro Mello
Enviado por Alessandro Mello em 30/06/2010
Código do texto: T2350643