PEÇO DESCULPAS  PELO EQUÍVOCO NA VERDADE O TEMPO TODO REFERIA-ME
A MONTEIRO LOBATO

DE VOLTA A CENSURA?!
 
 
Tenho acompanhado a polêmica sobre a divulgação de uma certa obra de MONTEIRO LOBATO como parte do material didático, fiquei pasma. Sinceramente não percebi uma segunda intenção na fala da boneca Emília sobre a “carne preta” de Tia Nastácia, foi simplesmente uma forma de expressão e de querer mostrar que Tia Nastácia era diferente. Quantas pessoas falam que têm sangue azul?!
Acabei de comentar em alguns Grupos Poéticos dos quais tenho a honra de participar que se lembrarmos dos nossos antigos livros de historinhas. Nossa! Quanto preconceito existia, e mesmo numa época onde a censura estava abertamente ativa, nenhum deles foi proibido!
Na história de “Chapeuzinho Vermelho”, vemos uma mãe irresponsável que manda sua filhinha pelo bosque adentro levar um lanchinho para vovozinha. Além dos perigos que sabemos haver numa mata, a criança ainda é vítima de “lobo mau”, mas que “lobo mau”? O lobo não é um animal selvagem e carnívoro?! Então ele não tem nada de mau, simplesmente ele seguiu o seu instinto.
Na historinha de “Cinderela” temos uma moça que mesmo fazendo parte da família, por não ser filha da dona da casa, ela é maltratada, humilhada, faz todos os afazeres domésticos, não tem nenhuma liberdade, vestia trapos ou os restos das outras,um trabalho escravo mesmo, ninguém proibiu a divulgação e até hoje as crianças lêem quer seja na escola, que seja em casa.
“Branca de neve” foge de casa por causa dos maus tratos  da madrasta que a perseguia de todas as formas, ela encontra guarida na casa dos sete anões, e mesmo assim é envenenada pela madrasta que a encontra.Será que essa história serviu de influência para as madrastas de hoje que estão maltratando as enteadas, jogando de edifícios, ou simplesmente matando friamente as vezes até com o apoio do próprio pai?! E a pobre da Cigarra? Tadinha...era uma artista, uma poeta, não gostava do trabalho braçal, vai me dizer que a formiga enquanto trabalhava não gostava de ouvir o canto da cigarra, entretanto, por pura inveja, ela vingou-se da Cigarra negando-lhe casa e comida deixando-a  ao léu para morrer congelada, não seria isso um incentivo a não se ter amor ao próximo como manda um dos mandamentos?!
Joãozinho e Maria, duas crianças maltratadas, abandonadas num bosque, caem nas mãos de uma megera que quer comê-los, daí já sabemos a origem de tantas crianças abandonadas que caem nas mãos de pessoas erradas.
Lembrei-me também de uma musiquinha “O Cravo e a Rosa”, que apesar de namorados desentendem-se, agridem-se de tal  forma que o Cravo sai ferido e a Rosa “DESPEDAÇADA”, olhem o incentivo a agressão física.
Depois disso tudo, podemos afirmar sem sombra de dúvida, que a obra de Machado de Assis é de uma ingenuidade grandiosa em relação as outras. Tanta coisa para o Conselho de Educação e o MEC preocuparem-se, como mais um escândalo do ENEM,prejudicando milhares de alunos, provando como disse um jornal local que “ o raio pode cair duas vezes no mesmo local”, não bastou aquele escândalo absurdo do ano passado com a prova sendo vazada, agora
temos perguntas mal formuladas, repetidas, ambíguas e para piorar, gabarito contendo erros  que veio prejudicar a forma dos estudantes responderem, será que isso não é mais importante!? E as novas regras ortográficas? O único país que assinou o acordo de mudança urgente foi o BRASIL, os outros ainda estão pensando nessa possibilidade. O prejuízo e o custo serão incalculáveis com a substituição de todos os livros didáticos, técnicos, enfim, tudo que estiver escrito em língua portuguesa. Tanta gente passando fome, sem teto, sem saúde e o governo alegando falta de verba, isso não teria prioridade!?
Nós, professores de português estamos desorientados, como ensinar e cobrar dos alunos a nova ortografia se os livros didáticos utilizados ainda estão com a antiga ortografia ?
Onde estão os políticos que elegemos para nos representar, para defender os nossos direitos, para olhar pelas nossas necessidades? Quando o Brasil vai deixar de ser um país do futuro, para ser um país do presente?