ANALFABETISMO ATÉ QUANDO?

Não sei por que motivo, os brasileiros consideram alfabetizadas as pessoas que conhecem as letras, assinam mal o nome, fazem uma leitura, mas não compreendem o que foi lido. Escrevem palavras e frases simples, mas não conseguem contextualizá-las em uma produção, mais ou menos, longa e bem concatenada .Pessoas como essas não são, realmente, analfabetas absolutas, e a UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura- classifica-as como analfabetas funcionais,” pois não conseguem entender o que leem e nem elaborar um enunciado, por mais curto que seja, sobre um assunto genérico”.

O conceito de “analfabeto funcional” não é aplicável apenas ao Brasil, mas a outros países, variando de um para o outro. Enquanto aqui, está sendo considerada nesse nível a pessoa com mais de vinte anos, que não tem quatro anos de estudo formal, na Polônia e no Canadá, o cidadão que possui menos de oito anos de escolaridade.

No Brasil, 75% da população, entre 15 e 65 anos, pode ser classificada como analfabeta, incluindo, nesse percentual, os analfabetos absolutos e os funcionais. Assim sendo, apenas 25% dos brasileiros podem ser considerados verdadeiramente alfabetizados, conforme a compreensão da UNESCO. Na nossa ótica, a mais correta.

Na realidade, são muitos os discursos que se desenrolam , neste país, sobre alfabetização, todavia sem retirar os chamados alfabetizados do alto percentual de analfabetos, parece que o maior valor concentra-se na quantidade de alunos passando por esse processo, do que por uma alfabetização de qualidade, preparando o alunado para conquistar o hábito da leitura, da escrita, desenvolver a inteligência, a lógica do pensamento e o poder de comparar, deduzir...

Pense no Brasil e na Coreia do Sul, por volta do ano de 1960. Ambos eram bastante carentes, em termos de educação, mas o governo coreano investiu pesado na sua educação, já que de três coreanos, dois eram analfabetos, passos que não foram seguidos pelos nossos governantes, pois de dez pessoas que ingressam no ensino fundamental, apenas três chegam ao fim do ensino médio, e olhe lá! Na Coréia, hoje, de cada dez jovens, oito concluem o ensino superior.

De 1960 para cá, quantos governadores e presidentes, tivemos? Que governo implantou uma política para retirar os brasileiros da situação de penúria educacional em que vivem? Que foi feito em termos de valorização do professor, quanto à sua formação profissional, remuneração condigna, segurança no trabalho? Por que não investe o governo na sua formação continuada, na possibilidade de um salário mais decente?

Será que a política atual está propiciando o afastamento dos jovens mais inteligentes e estudiosos, da área do magistério?

Que todos pensem nisso para que possam cobrar do governo uma educação mais digna, com uma alfabetização que corresponda aos anseios da UNESCO!

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ELIANE ARRUDA
Enviado por ELIANE ARRUDA em 20/04/2011
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