Educação

Hoje “comemora-se” o dia da educação. Há que se fazer deste dia um motivo a mais para pensarmos e repensarmos os rumos da educação em nosso país, confrontando-o com a realidade vivida pelas comunidades escolares.

É, de fato, muito lindo tudo aquilo que se lê nos manuais de educação: teorias idílicas que, infelizmente, ainda encontram-se distante das salas de aula, dos gabinetes de direção ou pedagogia e, mais ainda, da relação professor-aluno-professor.

Não se pode refutar que o Brasil vive um momento especial em sua história. Durante muitas décadas encarnamos o papel de país do futuro sem que este futuro se mostrasse, ao menos de longe. No entanto, quando abrimos os olhos, tínhamos nos tornado o país do presente. “O Brasil está na moda”. Os olhos do mundo tem se voltado para as terras tupiniquins, sua política, suas riquezas, suas culturas, suas paisagens. Entretanto, há que se desfazer a imagem estereotipada, construída desde sempre, sobre o país do carnaval e do futebol.

Se o Brasil almeja passar, de fato, da fileira dos países coadjuvantes para a dos protagonistas, há a necessidade urgente de se preparar para tal. E esta preparação perpassa, em todos os níveis e sentidos, pela educação. Estamos experimentando o “boom” do crescimento, mas ainda nos faltam condições para torná-lo sustentável e sólido. Mais que formarmos engenheiros, arquitetos, advogados, professores, médicos, cientistas, construtores, pesquisadores, artistas etc., precisamos formar cidadãos capazes, conscientes, preparados, com base suficiente para que ele seja, também, o motor propulsor que dará continuidade e assegurará a ascensão do Brasil no cenário internacional e, para além disso, a melhoria na qualidade de vida da própria população, com serviços mais eficientes e com tratamentos e atendimentos mais humanizados e mesmo em suas relações interpessoais.

Essa mudança de paradigma deve ter seu início nas bases da educação, na aparelhagem, ferramentas e recursos disponíveis nas escolas. Devem-se garantir condições aprazíveis tanto para ensinar quanto para aprender. O ambiente escolar deve ser transformado de um simples local de armazenagem de crianças e adolescentes, identificados por uma uniformização de vestimentas e regras, onde o aluno perde seu nome, sua identidade e torna-se apenas um número no diário de classe e nas estatísticas. A escola deve estimular as múltiplas inteligências e dar suporte para que os talentos individuais sejam apurados e valorizados.

A condição dos educadores e dos alunos deve ser vista para além dos números expressos em estatísticas. Há que se firmar um compromisso para mudança da realidade.

Marcos Sodré
Enviado por Marcos Sodré em 29/04/2011
Reeditado em 29/04/2011
Código do texto: T2938104
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