GOVERNO 171 SÓ DÁ GOLPE NOS PROFESSORES: Secretário Herman deveria se chamar Hell Secretary

The Hell Secretary, parece que vivemos o inferno da educação, é um golpe encima de golpe. No estado que mais arrecada é inadimissível um professor ganhar 900 reais por mês.

Impostômetro Marca nesta sexta-feira: São Paulo arrecadou até agora 65 bilhões de impostos, Rio de Janeiro 16 e Minas Gerais 17 bilhões. Por que São Paulo para tão pouco aos professores? O que Alckmin acha de Kassab gastar 420 milhões na construção de estádios? Claro, para o tucano Geraldo isso é normal, por isso que aparece sorrindo na foto quando o prefeito apresenta ao diretor do timão o projeto sancionado liberando essa dinheirama toda destinado à construção do Itaquerão.

São Paulo nesse momento é o Estado que mais arrecada impostos no país, deixando no chinelo Minas Gerais e Rio de Janeiro, entretanto o salário base dos professores não chega a dois salários mínimos. Depois de estudar tanto, é frustrante sair hoje de uma faculdade para se submeter a ganhar menos de dois salários mínimos por mês. Como não bastasse, o governo ainda quer dividir as férias dos professores em duas etapas: 15 dias em julho e outros 15 dias em janeiro. A cara de pau do governo do 171 é tão grande que ainda tem coragem de justificar sua decisão de dividir as férias alegando que foram os professores que pediram durante reuniões promovidas pelo secretário Herman. Será que um professor que sofre o ano inteiro com stress iria pedir: por favor governador, divida as minhas férias? Não acredito nisso. Se 30 dias é pouco, imagine 15 dias. Alguém distante da realidade do professorado das escolas públicas paulistas poderia dizer que os professores estão reclamando e fazendo greves de barriga cheia, porque, tem trabalhador por ai ganhando 600 reais, além disso, os professores têm recesso escolar. Verdade, mas o recesso é dos alunos, e não do professor, apesar de que passar recesso sem dinheiro seria melhor mesmo fazer algum bico nesse período. Agora, se os alunos terão 31 dias de férias, e os outros 15 dias depois das férias de julho? Com certeza irão convocar o professor para algum curso. Agora, serão 15 dias de férias: como estará o bolso do professor e da professora? Receberão o equivalente à 30 dias de férias: que vantagem há nisso? Antes recebia por 30 dias completos, mais um terço acrescido ao salário que caia dia 20 de janeiro. E agora, como será isso? Tal impo¬sição encontra-se na Resolução SE 44/2011.

A APEOESP denuncia no Fax Urgente nº 54 de 20/07/2011:

“Todos os trabalhadores têm direito a fé¬rias integrais... e o Estado está querendo tirar este direito dos professores. A catego¬ria necessita de um período ininterrupto de férias, suficiente para que possa estar com suas famílias e para se recompor das exte¬nuantes jornadas de trabalho, muitas vezes em mais de uma escola. Também as es¬colas precisam ficar totalmente vazias por período equivalente para que possam ser realizados trabalhos de manutenção ne¬cessários para o bom andamento do ano letivo. Portanto, não vamos aceitar mais este ataque aos professores.” Para ler mais sobre isso, entre no link http://apeoespsub.org.br/teste/Fax/Fax_5411.pdf.

Como vemos, não só os professores, mas todos aqueles que um dia estiveram em sala de aula, como a maioria dos diretores e diretoras de escolas precisam apoiar a luta dos professores contra tamanho descaso. Toda a sociedade, os estudantes, pais e alunos, funcionários (maioria hoje terceirizada e com seus direitos reduzidos, já que o governo preferiu abrir mão deles). O que o governo pretende? Primeiro ele foi aos poucos abrindo mão dos funcionários que cuidam de limpeza, merenda etc, agora ele acaba com secretários e secretárias pela PLC 38/2011 enviado à ALESP.

"Estamos fazendo o primeiro movimento de valorização e qualidade da escola pública do Estado de São Paulo. Começamos pelo professor. Mantemos o bônus por desempenho e a valorização pelo mérito", afirma o governador Alckmin. Dando um aumento para profissionais ativos e aposentados de 13,8% em julho? De que valorização o governador está falando? Já acumulamos perdas de 37%, quase 40 e ele dá 13% e ainda faz pose frente as lentes midiáticas de bonzão?

O governo não respeita nossos direitos, somos trabalhadores como qualquer outro, não temos fundo de garantia e se não passamos nos concursos para efetivação somos apenas contratados por período temporário podendo perder aulas a qualquer momento, fora os abusos que temos que suportar, chega a ser humilhante as vezes ter que engolir um palavrão do aluno em silêncio, já que qualquer resposta dada volta-se contra o professor que perde o cargo, mesmo sendo efetivo. Salas superlotadas, trabalhando em duas a três escolas porque o que se ganha em uma não daria para pagar nem um prestação de 300 reais de um automóvel desses mais baratos e usados, quer dizer: professor não come, não tem que pagar aluguel, prestação de imóvel ou outras prestações, não tem família, já que passa maior parte do tempo percorrendo escolas, enfim, essa é a vida de grande parte dos professores que vivem uma dura realidade desconhecida por que não sabe nem nunca irá saber como é entrar numa sala de aula repleta de debochados que só vão para a escola por conta da “Bolsa Escola”. Cada aluno representa para uma mãe cerca de 200 reais pagos pelo governo do Estado, e se a criança matriculada não freqüentar a escola, perde-se esse benefício, essa esmola que nos obriga a aguentar alguém que por vontade própria jamais estaria ali, por isso há sempre uma meia dúzia de alunos nessas condições de esmoleis que só estão na escola por conta dos míseros 200 reais do governo, da merenda escolar e só, nas aulas só faltam derrubar a escola. Alunos de atitudes e reações delinqüentes, cujas atitudes por vezes até intimidam o professor, qualquer coisa eles evocam o ECA que por vezes o diretor ou a diretora, o coordenador escolar tremem e esfregam na cara do professor passando-lhe o maior sabão por ter por um deslize ofendido o aluno que passou a aula toda lhe atrapalhando uma aula que poderia ter sido ótima. O professor por vezes planeja uma aula e vai todo empolgado, mas quando chega na classe e vê lá de trás um aluno que está ali só para lhe perturbar, pronto: lá se foi todo o estímulo com que chegou! Quantos saem atrasados da sala de aula? Pior é que não existe um profissional para lhe dar suporte? Não existe um refúgio sequer para esse profissional se refazer5 da decepção e das afrontas que sofreu. Não tem um psicólogo para lhe dar uma palavra de estímulo, e o único suporte desses pobres profissionais são aqueles textos que alguns coordenadores mal instruídos trazem para os HTPCs, textos de pseudos especialistas que lucram escrevendo sobre como lidar com os alunos em sala de aula, pedagogia do afeto, construtivismo, aulas mais motivadoras etc, chega a irritar quando após sair de uma sala estressante e nos deparamos com um texto onde o especialista que escreveu nunca pisou em uma sala de aula de uma escola pública, pior é que tais textos parecem até uma receita de como dar uma boa aula com aluno que só estão ali por uns míseros duzentos reais, mas não quer e ainda tem raiva de quem estuda e do professor que está ali para instruí-lo, para esse tipo de aluno, o professor é inimigo dele, mesmo não sendo. As vezes é como jogar pérolas aos porcos, parafraseando um dos sermões de Cristo. Vivemos uma era em que qualquer um dá palpite sobre educação, estamos cheios desses mestres na psicologização dos problemas que o aluno trás de casa, problemas relacionados com os traumas, a vida que leva, os pais separados, pais presos, condições econômicas, até a vida pessoal do aluno ou aluna passa a ser alvo e falas subservientes. Argumentações inconvincentes que tentam promover, não só o aluno, mas também a incompetência de saber separar as coisas, acaba-se avaliando o aluno não por aquilo que ele produz, mas por aquilo que ele passa em sua vida miserável, e um fato familiar acaba tendo mais peso num conselho de escola que qualquer atividade realizada de fato pelo aluno, e quando não são os problemas de ordem psicológica, econômica ou social que acabam tendo maior peso entre os participantes do conselho tem-se a fala: cuidado, aquele aluno do EJA é perigoso, uns estão em liberdade assistida, então vem a famosa fala: “Convém aguentar esse “traste” por mais um ou dois anos?” Parte dos professores assustados concordam: “É mesmo na, pensando bem...” Logo vem o ultimato: “Vamos passar logo esse aluno”! Ponto final...

Conclusão: em tese é isso que impera hoje em dia nas escolas, principalmente nas periferias, e só digo isso porque tenho a oportunidade de trabalhar em duas escolas diferentes, mas as falas são as mesmas. Se alguém gravasse poderia constatar que a psicologização, as desculpas e o medo do ECA ou de ter que suportar por mais um anos determinados alunos é que determina quem passa ou não. Questionamos as faltas do aluno que quase não compareceu e foi compulsóriamente promovido em relação ao aluno que freqüentou, ficou tímido em seu canto, mas seu rendimento foi insuficiente e por isso ficou, já o atormentador, o “coitadinho” sem mãe e sem pai, o LA, o passador de drogas, o que destrói carteiras e a escola, o que prensa diretor contra a parede quando está de turma em uma sala onde só estão eles e a diretora, esse passa. Enfim, são muitos os casos de diretores e professores subservientes, complacentes, nada críticos de sua profissão que estão ali só para cumprir tabela, mas parar para fazer uma boa reflexão sobre para onde as leis e os governos subservientes da quadrilha dos tucanos estão querendo levar a nossa profissão, isso os diretores morrem de medo de questionar, e se um professor mais crítico aparece, logo vem a ordem de cima e diz: “Pega esse idiota e enterra”, parafraseando o trecho de uma música “Milho aos Pombos” de Zé Geraldo.

“Se chega alguém querendo consertar

Vem logo a ordem de cima

Pega esse idiota e enterra”

Mas não tem nada não, um dia quem sabe esse medo acaba, a complacência deixa de existir e a crítica aflora, ai as coisas mudarão. Porque os professores mais críticos e que não se enquadram dentro dos podres padrões do sistema, e não cabem nos moldes que os governos impõem neo são os profissionais ideais dos diretores, estes sempre vão existir, sempre haverá um que erguendo a mão sugere: “Pela ordem senhora diretora, posso fazer uma pequena intervenção nesse assunto”, outros torcerão o nariz, porém, mal sabem que estão sendo escravizados pela sua falta de percepção, cumplicidade e comodidade que os tornam incondicionalmente convenientes aos interesses do governo e daqueles que só querem manter-se numa posição mais confortável na sociedade. Não podemos aceitar a condição de mantenedores do “status quo” de alguns. Por que precisamos nos perguntar: “O que eu estou fazendo aqui”? “Por que estudei tanto?” E não simplesmente aceitar o último trecho da música de Zé:

“Ta todo mundo querendo descobrir

Seu ovo de Colombo

Isso tudo acontecendo

e eu aqui na praça

dando milho aos pombos”.

Precisamos retomar a nossa capacidade de se indignar

Os professores e os outros profissionais da educação precisam readquirir a capacidade de questionar as coisas

Precisamos reaprender o caminho das ruas

O professor precisa redescobrir o poder da indignação

Redescobrir a si mesmo e, redescobrir-se no outro que luta

Oo segredo está a força da união!

Precisamos voltar a ser utópicos, e a ter paixão pelo que ensinamos

Fazer de cada lição, uma aula

De cada aula um gesto de cidadania crítica e participativa

Podemos transformar a dura realidade em material didático, e podemos transformar idéias em poder

Precisamos multiplicar sonhos

Fazer acreditar que é possível mudar,

E se alguém perguntar: é possível?

Sim, é possível... (I have dream)

O professor, a professora podem mais...

Podem mostrar em cada gesto, que as coisas nem sempre foram se encontram hoje, e que na História, tudo pode mudar...

Quem é crítico tem uma missão:

Fazer com que cada aluno e professor saibam que as coisas nem sempre foram assim, como nos são apresentadas hoje

Fazer com que cada um saiba, que por trás de cada estrutura e superestrutura, existe alguém muito poderoso querendo que pensemos assim: que realmente não tem mais jeito e que nada há de mudar.

O duro é ter “saco” pra aguentar aqueles já conformados dizem: “A educação ta falida”, ou “Não tem mais jeito não” e para completar sua verborragia de palavras, vem outro idiota e completa: “E a globalização, a moda é essa agora, reduzir gastos, o que se pode fazer?”

Quem tem o poder, por mais efêmero que seja, não quer ter por perto pessoas que lutam, questionam e revidam

Não querem que questionem seus abusos

Eles querem pessoas conformadas, bestas no sentido mais estrito da palavra.

Mas está na hora de refletir, de tomar atitudes mais drásticas, de ir para as ruas

Dar o grito de liberdade

Virar a mesa, se preciso, mas nunca se calar

Claro, não sejamos ingênuos de pensar que não sofreremos retaliações

Não seremos bem vistos nem bem quistos

Até nossos colegas nos estranharão

Mas tem problema não

Importante é saber que só se luta quando se sabe a razão, e a nossa está bem clara...

Todos pela educação!

Chegará o dia em que alguns de nós, envergonhados da nossa covardia diremos: o que aprendemos com os estudantes e professores do Chile? Eles foram às ruas, enfrentaram tanques e a polícia por uma reforma educacional mais decente. E nós? Fizemos o que frente aos abusos do governo que impõe decretos que aniquilam e acabam com a nossa carreira. Não precisamos de secretários com boa lábia e refutamos a democracia do “Fala que eu te escuto” de Herman. O que queremos é, não apenas sermos ouvidos, mas sermos atendidos em nossas propostas, queremos uma valorização real, sermos mais respeitados como profissionais, salas de aulas com no máximo 25 a 30 alunos, menos tempo nas escolas e mais tempo com a família. Que adianta trabalhar 12 horas por dia para poder ao fim do mês poder pagar nossas contas e futuramente ficarmos loucos e inválidos para o sistema. O Estado enlouquece seus profissionais da educação, depois o mundo do trabalho os refutam como lixos, escórias da sociedade que ajudou a formar. É preciso denunciar: 930 reais não é salário. Sair quase louco da sala de aula por 20 horas-aulas e ver ao final do mês um holerite de 995,87 centavos.

Todos pela educação!

Chegará o dia em que alguns de nós, envergonhados da nossa covardia diremos: o que aprendemos com os estudantes e professores do Chile? Eles foram às ruas, enfrentaram tanques e a polícia por uma reforma educacional mais decente. E nós? Fizemos o que frente aos abusos do governo que impõe decretos que aniquilam e acabam com a nossa carreira. Não precisamos de secretários com boa lábia e refutamos a democracia do “Fala que eu te escuto” de Herman. O que queremos é, não apenas sermos ouvidos, mas sermos atendidos em nossas propostas, queremos uma valorização real, sermos mais respeitados como profissionais, salas de aulas com no máximo 25 a 30 alunos, menos tempo nas escolas e mais tempo com a família. Que adianta trabalhar 12 horas por dia para poder ao fim do mês poder pagar nossas contas e futuramente ficarmos loucos e inválidos para o sistema. O Estado enlouquece seus profissionais da educação, depois o mundo do trabalho os refutam como lixos, escórias da sociedade que ajudou a formar. É preciso denunciar: 930 reais não é salário. Sair quase louco da sala de aula por 20 horas-aulas e ver ao final do mês um holerite de 995,87 centavos. Para ver o holerite com esse valor e ler mais sobre isso, visite o blog Ciências Humanas e Suas Tecnologias em http://paulinhistory.blogspot.com.

No mês de maio, recebi 985,87 reais. Agora pense!

Você se submeteria a fazer uma faculdade para passar o que passamos em salas superlotadas para ao fim do mês ver no holerite 995,87 centavos?

Quando vi que não dava nem para pagar as contas, quis desistir! A maior revolta é ver um governo sorrindo para um projeto de 420 milhões destinados a construção de estádios de futebol e ver que São Paulo tem a maior arrecadação do país, entretanto o governador diz que não dá pra melhorar os salários, além disso, divide as férias dos professores de forma arbitrária e impõe decretos que elimina cargos de secretários, uma política de méritos que contempla apenas 20% da categoria que passar em provas para aumento e quem quiser pegar aulas entre os ACTs, precisa passar em provas, correndo o risco de não ter aulas atribuídas. Uma completa violação dos nossos diretos trabalhistas. Esse é o governo dos golpes.

A política do 171 em pleno vigor em São Paulo!

- Professores terão férias em duas etapas.

- Aumento parcelado como suaves prestações em até 2014: quem viver verá!

- PLC 38 acaba com os secretários de escolas.

- Resolução SE 44/2011- férias parceladas para professores.

- 13% de aumento em julho, enquanto isso o impostômetro acusa: São Paulo arrecada até essa sexta-feira, advinha?

65 Bilhões de reais! (http://www.impostometro.com.br) No Brasil a cifra é de 800 bilhões. É muito dinheiro!

- Deputados ganhando 26 mil reais para comparecerem três vezes apenas na Câmara.

- Prefeito Kassab tem aumento: vai ganhar 25 mil por mês com aprovação dos vereadores paulistanos. E o professor... Óhhhhh!

Oba, a coisa ta esquentando. Ta ficando bom... Daqui a pouco não nos restará mais nada, aos poucos vemos nossos direitos indo pro ralo e os tucanos comemorando a destruição da escola pública. Enquanto isso, ganham as instituições privadas!

É isso que merece quem vota em tucano. Muitos puxa-sacos que se encontram nas escolas, inclusive professores e diretores votaram em Alckmin, agora...

Tome!