CULTURA E SOCIEDADE

Neste artigo desenvolverei uma reinterpretarão dentro do pensamento sociológico de Marx, buscando respostas para uma sociedade que visa satisfazer suas necessidades humanas.

Essa reinterpretação aborda as principais transformações sócio-culturais vividas por essa sociedade capitalista. Portanto a educação é o elo de ligação que transforma o individuo e a sociedade fazendo assim com que o mesmo possa atuar de forma critica e consciente, reconhecendo sua própria identidade cultural.

Com o capitalismo surge um novo modelo de cultura social onde o ser humano é desumanizado, pois a nova ordem social capitalista criou possibilidades despertadas antes e durante a sua edificação.

O capitalismo explora a mão de obra o trabalho e ainda tende a excluir o homem do processo de produção, havendo assim contradições deste modo de produção decisivo.

No capitalismo a mercadoria tem papel fundamental, porque o lucro é obtido através da comercialização, pois o trabalhador precisa do trabalho para sobreviver sendo essa a sua única mercadoria de troca, enquanto o proprietário pago pouco e tem varias fontes de renda: Usando o trabalhador para adquirir matéria prima e ainda para transformá-la em mercadorias, isso tudo pela pouca educação que é oferecida a classe trabalhadora.

Na sociedade capitalista é impossível sobreviver sem entrar na esfera do mercado, pois é o mercado que mediatiza as relações entre homens pois para consumir é preciso estar apto a comprar. Ou seja, ter o equivalente à troca em dinheiro.

A concorrência entre produtores desencadeia uma ação de aperfeiçoamento do processo tecnológico para se produzir mais em menos tempo, este processo foi chamado de a mais valia-relativa. Em outros setores produtivos incrementava-se a tecnologia e o aumento da jornada de trabalho, persistindo assim o processo de mais valia-absoluta.

O aumento da produtividade social do trabalho é conseqüência da forma capitalista de produção, marcada pela concorrência e pela busca do desenvolvimento tecnológico.

Para Marx, o capital não pode incorporar e explorar na esfera produtiva todos os que estão aptos ao trabalho, existe uma massa excluída que hoje são os empregados que o sistema gera.

Outra forma de exploração capitalista esta em relação ao preço pago pela força de trabalho e as grandes jornadas que são impostas ao trabalhador. Em um mundo onde o trabalho humano passa por mudanças à própria forma de existência social também muda.

Marx colocou a crise do capitalismo a partir da exploração do trabalho pelo capital com a tese do subconsumo da classe trabalhadora e com a super produção de mercadorias, pois segundo Marx o dinheiro tem a função de entesouramento, fugindo assim do seu verdadeiro papel no mercado pois deveria ser usado apenas para a troca e não para especulação de outras mercadorias, inclusive moedas, indo contra o caráter social e aos postos de trabalho.

O fetichismo da mercadoria, descrito por Marx mostra a criação de um mundo onde as relações sociais fluem através das coisas. As coisas têm o poder de estabelecer as relações sociais, e os homens às relações materiais, devido a isso o mundo capitalista se alarga e o processo e a expansão do capital crescem a cada dia.

A questão da educação para Marx: Deveria ser uma educação Politécnica, dentro de um processo produtivo e mostrando ao aluno o poder de transformação da sociedade no qual ele é responsável.

A escola politécnica deveria ser de tempo integral, formando-se dentro do processo global, trabalhando o corpo e a mente, tendo o aluno a possibilidade de se desenvolver em vários sentidos, formando-se plenamente e tendo vários caminhos a seguir, rompendo-se assim com a alienação imposta pelo trabalho capitalista. Dessa forma poderia o homem se emancipar e construir um ser social pleno.

Segundo Paulo Freire em seu livro "Pedagogia da Autonomia" é essencial que o individuo conheça a realidade em que vive para analisar criticamente a sua posição enquanto individuo como membro de um grupo social.

Podemos dizer então que a relação sociedade individuo ocorre quando o individuo é incentivado a compreender seu papel na sociedade. A participação do homem na sociedade se da na medida em que o mesmo desenvolva sua conscientização, assim a educação assume um caráter amplo, e não restrita a escola e a educação formal, mas sim consiste na educação problematizadora que objetiva o desenvolvimento da consciência critica e a liberdade como meios de superar as contradições da sociedade.

A educação e a cultura se interligam na sociedade a partir do momento em que educador e educando vão estar juntos para um aprendizado entre ambos, levando assim todo esse saber para a sociedade influenciando diretamente na cultura, com isso poderá ingressar na corrente da educação critica.

É preciso de coragem e vontade para lidar sem medo e sem preconceito com as diferenças que envolvem o cotidiano.

Conclusão:

Concluo, portanto que dentre as diversas transformações que a sociedade capitalista passou, podemos dizer que o capitalismo abriu o campo das possibilidades para o homem, tanto na área da educação como a humanização do mundo natural,entre outros, mas a exploração do valor a partir da exploração do trabalho humano a que Marx se refere, é o centro das contradições deste sistema social de produção.

Não se pode condenar o capitalismo, as idéias de Marx podem servir de guia para essa sociedade atual, pois o capitalismo de hoje é muito mais complexo.

Somente educando melhor e dando liberdade ao aluno podemos transformar o ser humano em algo novo, e que ele não se deixe ser explorado por nenhum modelo sócio econômico imposto pela minoria.

Bibliografia:

Marx, Karl. Contribuições à crítica da economia política (1857). São Paulo: Martins Fontes, 1983.

Marx, Karl. O Capital. Livro I. vol. I. Tradução de Reginaldo Sant Anna. São Paulo. DIFEL, 1984.

Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa/

Paulo Freire.- São Paulo:Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).