OS PRINCIPAIS RECURSOS NECESSÁRIOS À INCLUSÃO EFETIVA DE ALUNOS SURDOS NO ENSINO REGULAR

Este texto traz algumas questões a respeito da inclusão do deficiente visual no ensino regular, trazendo uma breve discussão sobre o processo de inclusão do aluno surdo, sobre a forma de comunicação que este utiliza e os obstáculos que dificultam o processo de sua inclusão, relata também sobre as dificuldades encontradas pelos docentes e pela própria escola, bem como ainda vem mostrar e evidenciar da necessidade em dar continuidade ao processo de formação dos professores ao destacar sobre os principais recursos que são necessários para a sua inclusão de forma efetiva no ensino regular, trazendo sugestões, recursos e algumas formas sobre como podermos lidar da melhor maneira com a situação da inclusão do aluno surdo.

Grande têm sido as polêmicas em relação à inclusão do aluno com deficiência auditiva no ensino regular em relação as suas diversas perspectivas, no exercício de sua cidadania, dos seus direitos de pessoa deficiente de poder usar a língua de sinais como primeira língua no seu aprendizado.

O envolvimento dos docentes da escola e da família é de fundamental importância para que se desenvolva uma inclusão verdadeira. Podemos analisar que os professores ainda não estão acostumados ao fato de que estes alunos têm necessidade em usar uma outra língua para se comunicarem com os ouvintes e da necessidade de ouvintes também aprenderem esta língua de sinais para uma melhor integração e inclusão destes alunos do ensino regular. A verdadeira escola é aquela que abre seu espaço para todas as crianças abrangendo as que têm alguma deficiência qualquer que seja, tendo como desafio promover uma pedagogia direcionada para a criança devendo ser capaz de educar a todas sem nunca discriminar, respeitando as diferenças individuais e trazendo as respostas necessárias para dar conta dessa diversidade.

É necessário que a criança surda no ensino regular não só tenha acesso à língua portuguesa, mas também a libras através de um professor intérprete diariamente. O professor deve realçar para que a criança desenvolva as habilidades de comunicação e atividades sociais para que possa compreender e interagir com as demais, pois é através da troca de comunicação quer seja em libras ou português que os alunos surdos podem construir os seus conhecimentos, esta educação bilíngüe tem a capacidade de alcançar tanto os objetivos da educação regular como os objetivos da cultura surda desejáveis para a sua comunidade, sendo necessário ainda que os profissionais da educação façam parte da comunidade surda para melhor ser operacionalizada e melhor contemple as necessidades lingüísticas e dando sustentação a educação inclusiva. É importante ainda que a escola assuma uma postura política ideológica para que possa respeitar o deficiente auditivo enquanto este pertencer a uma minoria na sua forma de se comunicar, e ter mais conhecimento acerca do seu grupo social, e que possa também levar a língua de sinais para aqueles alunos surdos que ainda não a conhecem mas sem deixar de lado o trabalho pedagógico, é dever da escola usar este recurso e fazer isto como forma de inclusão para se minimizar as dificuldades considerando que o processo de construção do conhecimento por este aluno começa a partir da sua participação nas práticas sociais envolvidas pela comunicação, daí a necessidade que se ensinem libras na escola para que o aluno surdo possa se comunicar, sendo que às vezes este não foi incentivado pela própria família a obter a língua de sinais.

É recomendável ainda que a escola tenha estrutura quanto aos recursos humanos, físicos e materiais, e que o processo de integração ocorra após o período de alfabetização quando o educando já possui razoável domínio da Língua Portuguesa seja ela falada ou escrita, que a escola que receber este aluno tenha conhecimento da sua forma de comunicação e que o receba no ensino regular quando tiver uma complementação curricular em Sala de Recursos, devendo possuir professores itinerantes ou intérprete de LIBRAS,

sendo importante organizarem a classe de forma que não tenha muitos alunos para melhor incluir o aluno, que a idade seja compatível com os demais, manter contato com a família visando uma participação de todos no processo de inclusão, e ainda os alunos surdos que não tiverem ou apresentarem condições de freqüentar o ensino regular e não obtiverem um rendimento satisfatório devem ser integrados em classe de ensino especial na própria escola, inclusive os da educação infantil ou no processo de alfabetização.

O Trabalho com a linguagem com o aluno surdo deve-se desenvolver da mesma forma que com o aluno ouvinte levando-se em conta o resultado de interação dos sujeitos que com certeza deve ser feito com a língua de sinais possibilitando a vivência das práticas que envolvem a escrita, assim o aluno surdo poderá construir seu conhecimento no mesmo processo das crianças ouvintes. É preciso ainda que aconteça uma mudança no currículo escolar com adaptações, preparação de recursos humanos, novas tecnologias de ação, pesquisas, trocas de experiências, organização da comunidade em seus diferentes níveis: Família, escola, sociedade, etc.; para que se possam contemplar os alunos surdos em relação à didática e a metodologia e trazer mais informações a respeito de surdez e envolver a família no aprendizado da língua de sinais e poder dispensar o uso do intérprete na sala de aula, pois este tira a atenção do aluno surdo para si, não havendo dessa forma uma verdadeira inclusão para com os outros alunos e o professor.

A LDB 9394/96 (Constituição Federal/88) prevê que a integração do aluno com necessidades especiais no sistema regular de ensino deve ser um processo individual, fazendo-se necessário estabelecer para cada caso o momento oportuno para que o aluno comece a freqüentar a classe comum, com possibilidade de êxito e progresso, devendo ser uma conquista a ser feita com muito estudo, trabalho e dedicação de todas as pessoas envolvidas neste processo: aluno surdo, família, professores, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais, alunos ouvintes, funcionários da escola e outros.

Os profissionais docentes devem estar informados e atentos quanto à necessidade de aceitar o aluno surdo, ajuda-lo a pensar sem lhe dar o resultado pronto, não protegê-lo alem do necessário, trata-lo sem discriminação ou distinção, falar sempre de frente para ele, estimular o convívio com os demais de forma natural, utilizar dos recursos necessários para uma melhor compreensão do conteúdo ensinado e acreditar em sua potencialidade. Assim sendo as funções ações e limites devem ser planejados antecipadamente pelo educador envolvido nesta inclusão.

Considerando que a integração do aluno surdo é um desafio que deve ser determinante por parte do ensino regular, este deve ter uma certeza que esta integração não seja de forma apenas a sua colocação em uma sala de aula onde os outros alunos sejam ouvintes. A verdadeira inclusão deve iniciar com a sua integração na família, na sociedade, na comunidade que vive, participando de atividades sociais e recreativas, culturais ou religiosas com crianças e adultos que sejam ouvintes e continuando este processo de inclusão na escola de ensino regular, sendo um fator fundamental para a integração plena. É necessidade que aconteça mudança nas atitudes e nas concepções dos educadores em relação ao aluno surdo. Todos os professores devem estar preparados para atender às necessidades desses alunos no contexto escolar e social, aceitando-os nas suas diferenças. Nesse sentido, percebemos o processo educativo regular como o principal recurso à inclusão sendo que o espaço escolar é onde realmente podem acontecer as interações positivas, pois favorecem o processo do ensino, da inclusão, da integração e da aprendizagem tendo a contribuição e aceitação de todos os educadores, alunos, familiares e da sociedade com suas diferenças e singularidades.

REFERÊNCIA

ANDRADE, C. F. C. Bilingüismo: uma abordagem educacional para surdos. 2001. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Formação de Professores para o pré-escolar a 4ª série do Ensino Fundamental) – Universidade do Estado do Pará, Belém 2001.

DECRETO Nº. 5626, de 22 de Dezembro de 2005, disponível em:

https://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2004-2005/Decreto/D5626htm

Acesso em: 07 Out. 2009.