Anos 60

O ensino de Língua Portuguesa nos anos 60 por incrível que pareça, virou mesmo coisa do século passado.Entretanto, não se via tanta barbaridade quanto agora em relação à escrita.

Naquela época se usava pendurar no "quadro negro" gravuras ou estampas (como eram chamadas), as quais as professoras "primárias" chamavam a atenção de seus alunos para que observassem bem para daí então, escreverem em seus cadernos o que haviam observado, nos mínimos detalhes. Era uma maneira de fazer com que os alunos escrevessem e, ao mesmo tempo, pudessem também criar, dar asas à imaginação; onde as professoras podiam mostrar os erros e corrigi-los, mostrando assim, a forma correta de escrever.

Um outro meio também utilizado era a Leitura Silenciosa, o que fazia, naturalmente, com que os alunos lessem para então partir para a interpretação.

Atualmente, nossas crianças e jovens quase não escrevem mais, tudo lhes é dado em folhas xerocopiadas, ou seja, escrevem cada vez menos também. Ensino moderno???

A grande constatação de tudo isso está nas redações dos vestibulares e nas provas do ENEM.

São tantos os absurdos que chegam a envergonhar os professores de Língua Portuguesa, pelo menos àqueles que escolheram como profissão ensinar a língua materna.

O que será dessas crianças e jovens no futuro?

Será que o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação ou qualquer outro órgão ligado à Educação, não percebem que mudar nomenclaturas de nada resolve em relação ao ensino propriamente dito?

Aonde iremos parar com tantos absurdos que vemos escritos todos os dias? No entanto, nada é feito para reverter esse equadro.

Cento e oitenta(180) dias ou duzentos (200) dias letivos? Primeira série do Ensino Fundamental ou Segundo Ano? Segundo Grau ou Ensino Médio?

Que outras modificações como essas ainda teremos de nos habituar apenas por uma questão formal? E o ensino de fato, não conta? Não é necessário?

A que ponto chegou o ensino no Brasil!

Por Martha Castro