A ESCOLA QUE ENSINA E A ESCOLA APRENDENTE
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Os professores sabem que os seus alunos aprendem mais fora da escola do que dentro da escola. É importante salientar de que a metodologia que as escolas imprimem no trabalho rotineiro diário, em várias vezes ajuda a retirar dos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio a chamada possibilidade de apropriação dos conhecimentos acadêmicos (científicos ensinados na escola) e produzidos pela humanidade como um todo, desestimulando-os enquanto aprendentes à compreensão do significado do porquê dos fatos ou ações e da contextualização dos referidos alunos e daí tem como conseqüência a exclusão de sala de aula, primariamente, da chamada participação e da transformação da própria realidade. Em síntese, os sistemas federais, estaduais e municipais de ensino matriculam o maior número possível de alunos para a Educação Básica, porém, o aproveitamento, a aprovação por mérito e a permanência em sala de aula é apenas para justificar a freqüência, muitas vezes forjadas para o discente receber benefícios sociais do tipo bolsa escola, etc, e o sistema continuar recebendo mensalmente a verba advinda do FUNDEB. A escola precisa ser internamente avaliada e questionada pela comunidade. E os professores e demais profissionais que vivem diariamente no interior do cotidiano escolar, tem que ser os primeiros a estar disponíveis em todos os sentidos pedagogicamente falando para repensar as chamada práticas continuístas, rotineiras, de descaso do dia-a-dia, e totalmente acomodadas à desinformação. Segundo César Coll (1996, 1998) que preconiza em suas obras, em primeiro lugar a responsabilidade da avaliação de cada escola (pública ou particular) há de recair em sua direção, em seus professores e na comunidade educativa como um todo, tudo porque são eles que conhecem a verdadeira história da escola, tais como, suas características principais, suas tradições, seus objetivos e expectativas, bem como, os projetos e problemas que existiam no passado recente e que condicionam os dados presentes, isto é se por acaso se pretenda melhorar a qualidade de ensino e a escola pública (federal, estadual e municipal) passaria a ser respeitada e valorizada pelos alunos, suas famílias e pela comunidade em geral.
Por fim, segue o quadro comparativo entre a escola que ensina e a escola como instituição aprendente, fundamentado nos escritos da educadora Heloísa Luck (1990,1995, 1998).