COMO SUPERAR O DESERTO DA VIDA

Li o livro “Treinando A Emoção Para Ser Feliz”, do escritor e psiquiatra Augusto Cury, no qual ele diz que todos estamos adoecendo coletivamente no campo da emoção.

Diz ele que não há ninguém na face da terra que não passa por um tipo de problemas. Todo ser humano passa por turbulências em sua vida. Muitos vivem os desertos dos problemas exteriores ligados ao desemprego, à falta de atendimento médico, às crises financeiras, à rejeição social, doenças na família; e, podemos acrescentar: desavença familiar, drogas e bebidas.

Mas, o mestre da vida – continua ele – sabia das nossas dores e costumava dizer que o mal era o que saía da boca do homem e não o que entrava, vez que “aquilo que sai da boca provém do coração, e é do coração que provem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as impureza, os furtos, os falsos testemunhos, as calúnias, a inveja, difamação, orgulho e insensatez. Isso é o que faz mal, acrescento eu, pedindo vênia ao autor para fazer essa citação (Mt 15,18).

As piores dores humanas são geradas na nossa alma, daí o mestre da vida insistir em dizer: “não andeis ansiosos pela vossa vida”.

Se somos impacientes, ansiosos, impulsivos e tentamos mil vezes mudar e não conseguimos, talvez ainda tentemos mais um milhão e vamos ainda falhar. É que ninguém muda rapidamente. É preciso treinar diariamente, de forma lenta e continuamente. É uma questão de treinamento interno, de transformação interior, de mudanças.

No deserto da nossa existência, ao invés de nos tornarmos pessoas tristes, mais tensas e amargas com os acidentes da vida, deveríamos aproveitar cada oportunidade para crescer, usando cada erro, cada perda, cada fracasso para nos enriquecermos. Afinal, aqueles que os superam ficam mais ricos interiormente e se tornam mais belos por dentro.

Precisamos descomplicar nossas vidas e não ser escravos de nossas preocupações, e quando formos incompreendidos e as respostas não surgirem, não tenhamos medo. Talvez uma das causas da nossa angústia seja que nós queiramos nos aquecer com o calor imediato da madeira seca.

Para conquistar a sabedoria, a mansidão e a felicidade é preciso ser um viajante nas trajetórias do nosso próprio ser e nos permitir ser um pequeno aprendiz diante da vida, ainda que o tempo sulque a nossa pele e traga as marcas da velhice.

Ao mostrar que o orgulho e a autossuficiência infectam a sabedoria e a arte de pensar, ele nos diz que o orgulho anula as pessoas e toda vez que você se considerar autossuficiente, se achando que é maior ou que está mais elevado que outro, você destruirá sua capacidade de aprender e não se abrirá para outras possibilidades de pensar.

Não deixe nunca a emoção governar a razão ! Deixe-a solta para amar, ser tolerante e tranquilo, mas não a deixe solta para dirigir a sua razão.

Prosseguindo, nos diz que sábio não é o que nuca erra, mas o que usa seus erros para crescer. Faça como os poetas da vida que sabem transformar os mais amargos dramas nas mais belas poesias; e quem quiser ser um mestre precisa aprender a ser, antes de tudo, um grande aluno na escola da vida.

Por fim, o autor nos mostra que para superar o deserto da vida é preciso, sem dúvida, treinar nossas emoções porque no mundo das emoções não existem reis, mas somente súditos, e todos podem cometer os mais variados desatinos.

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