Semia e Índice: A Comunicação e a Não-Comunicação

A Comunicação entre o EU________TU é uma ação muito complexa e merece cuidados. Isso porque aquilo que se comunica deve ser reconhecido como MEIO pelos interlocutores e não como MEIO para um e EFEITO para o outro. Todo ato de comunicar-se possui duplo caráter: o SOCIAL (que é a comunicação intencional propriamente dita) e o PSICOLÓGICO (é a comunicação sem intenção, ou seja um ÍNDICE). A comunicação intencional influencia no ÍNDICE e vice-versa. Mas saiba que quando você se comunica com alguém, esse outro já por hábito tende a interpretar a sua comunicação como ÍNDICE, claro, sem o seu consentimento. Entretanto você, como locutor, também por hábito, já entra no processo comunicativo prevenindo-se para que seus ÍNDICES (não-comunicação, aspectos psicológicos) não sejam interpretados, pegando-o de surpresa.

Muitas pessoas ficam em silêncio, com medo de falar o que pensa num debate , numa reunião, ou em qualquer outros eventos coletivos, por medo de que seu ato comunicativo seja interpretado como EFEITO ao invés de MEIO. Isso acontece, porque somos falantes da língua materna com a qual todos nos comunicamos e as nossas relações sociais são IDEOLÓGICAS. Ora, a ideologia está o tempo todo sugando nossas entranhas, agindo muito menos no ato comunicativo do que em nossa não-comunicação.

Os psicanalistas estudam e dominam os ÍNDICES, porém seus pacientes são as pessoas que não se dão conta da sua não-comunicação, da sua não-intencionalidade linguística,; essas pessoas que passam o tempo todo reprimindo sua maior fonte de comunicação INVOLUNTÁRIA: o CORPO. O nosso corpo é ERÓTICO e, sempre, na maior das vezes, ele se comunica involuntariamente muito mais do que a nossa consciência que rege a nossa comunicação intencional.

QUANDO A SENHORA OU O SENHOR DIZ QUE AMOR È ATITUDE E NÃO SOMENTE PALAVRAS, o que você está dizendo é exatamente isso: o Amor é EROS, é corpo, é ÍNDICE, é a não-comunicação. Você (o tu) quer que o outro (o eu) saiba que para haver sintonia entre ambos, ele entenda que você ja determinou que vai interpretar toda a comunicação dele como EFEITO e não como MEIO. Que ele\ela saia da defensiva.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

SEMIOLOGIA E COMUNICAÇÃO LINGUÍSTICA, ERIC BUYSSENS, CUTRIX- SÃO PAULO

lucheco
Enviado por lucheco em 01/06/2013
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