AOS PROFESSORES - INDISCIPLINA ESCOLAR (DESPERDÍCIO DE TEMPO E DE CRESCIMENTO)

ESTE PRETENSO ARTIGO OBJETIVA DESPERTAR A ATENÇÃO PARA O PROBLEMA DA INDISCIPLINA NAS ESCOLAS. É UMA FORMA DE HOMENAGEAR OS PROFESSORES.

O princípio básico que deve reger o trabalho de qualquer cidadão profissional há que sempre pautar-se em seriedade, respeito e honestidade no desempenho de suas funções.

Preocupa sobremaneira o desperdício de horas, quando estas envolvem jovens e adolescentes em período escolar. Pois o tempo é demasiadamente importante e perdê-lo implica em desperdiçar oportunidades de crescimento. Ocupar carteiras escolares sendo meros espectadores que nada edificam, significa atrasar-se em conhecimentos e situar-se entre aqueles que pouco podem fazer por si mesmos.

O MEC anualmente apresenta os resultados obtidos pelos estudantes brasileiros ao serem avaliados e observamos que os maiores índices de aproveitamento foram colhidos por escolas que valorizam a manutenção disciplinar. Isso é de fácil compreensão, já que a disciplina oportuniza a reflexão e a organização do raciocínio, de forma simples e coordenada.

Não há necessidade de bruta rigidez no ambiente escolar, a ponto de assemelhar-se a um quartel militar, mas o estabelecimento de ensino e a comunidade escolar precisam de cuidados suficientes, para serem levados a sério.

Segundo Jean-Paul Sartre, os indivíduos são livres e a liberdade os condena a tomarem decisões na vida. São responsabilidades decididas e assumidas por eles mesmos e que os obrigam a ter uma existência verdadeira. Disse ele, ainda, que a vida deve ter um sentido e que este deve ser atribuído também à escola, para que os alunos a vejam como algo importante e aprendam a não negar suas responsabilidades sobre coisas que fazem e pelas atitudes que tomam.

Estas considerações aqui são feitas almejando que a educação brasileira ofereça instrumentos que conscientizem o estudante do que significa ter o livre arbítrio para usá-lo em benefício próprio, ao invés de atuar contra si mesmo, como se fora seu algoz.

Michel Foucault dizia que “As luzes que descobriram as liberdades inventaram também as disciplinas.” Ele pregava que a educação detém a possibilidade de modificar o corpo e a mente e que a escola “tem mecanismos que controlam os cidadãos e os mantêm na iminência da punição”. Para resolução dessa complexidade, o pensador criou o conceito de poder-conhecimento, dizendo que “não há relação de poder que não seja acompanhada da criação de saber e vice-versa”.

Partindo da premissa estabelecida por Foucault, Veiga-Neto afirmou que se pode agir contra o que não se quer e buscar novas maneiras de se organizar o mundo.

Anton Makarenko pregava a concretização de um projeto educacional centrado na formação coletiva para a vida coletiva, sem se esquecer, porém, dos princípios do autocontrole, da disciplina e do trabalho. Dizia que, ao invés da massificação e do utilitarismo, é necessário promover o aprimoramento individual e uma “Educação para a cultura”.

Trazendo as ideias desses pensadores da educação para a atualidade, é de grande importância que o tempo gasto por alunos e professores em salas de aulas brasileiras tenha o gosto e o resultado de algo que vale a pena e que sejam atingidos os objetivos almejados. São muitas horas dedicadas entre muros escolares, para que sejam desperdiçadas.

Para isso, seria necessário que a orientação de Makarenko fosse acatada e transmitida aos educandos, para que eles percebessem a seriedade de sua afirmativa, quando disse “é preciso mostrar ao aluno que o trabalho e a vida dele são parte do trabalho e da vida do país” e que “a tarefa da educação é torná-lo tão firme e seguro que, como um todo, ele já não possa ser desviado de sua rota”.

É imprescindível que o Poder Público tenha seriedade quando se propõe a pensar e estruturar a Educação no país. Que delegue possibilidades para profundas transformações educacionais a pessoas realmente capacitadas e comprometidas com o verdadeiro sentido da Educação.

Já dizia Henry Adams que “o professor se liga à eternidade; ele nunca sabe onde cessa a sua influência”. Todavia, uma andorinha só não faz verão. Urge um trabalho coletivo que parta das esferas federais, respeitando o verdadeiro significado da Educação no país e que surta o efeito de séria influência dos mestres na vida de seus orientandos.

O primeiro passo para grandes mudanças na Educação brasileira será dado quando a sociedade passar a exigir do Ministério da Educação e do Poder Público a manutenção de ensino de qualidade em todo o território brasileiro, principalmente, oferecendo respeito aos professores em todos os aspectos, pois o Brasil foi apontado, vergonhosamente, como país que desconsidera o profissional da Educação.

Criar teorias simplistas para resultados mirabolantes, que partam de mentes de prodigiosos especialistas, confortavelmente instalados em ambientes diferenciados, é algo que não combina com escolas onde faltam materiais básicos para o bom andamento das aulas.

Tampouco combinam com a violência a que ficam expostos os professores que não encontram apoio das autoridades, sequer para manutenção da defesa física, diante da indisciplina generalizada que impera nas escolas brasileiras, sujeitando-se a agressões de toda espécie.

Que dizer, então, da obtenção de bons resultados?

Dalva Molina Mansano

15.10.13

http://educarparacrescer.abril.com.br/pensadores-da-educacao/

http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/michel-foucault-307907.shtml

http://pt.shvoong.com/social-sciences/1632203-vigiar-punir-pan%C3%B3ptico-michel-foucault/

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 15/10/2013
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