HÁ VAGAS. Falta qualificação!

Estava dando uma olhada nos comentários constantes nas mais variadas mídias e constatei que, diferentemente do que alguns bradam à plenos pulmões, há muitas vagas no mercado de trabalho brasileiro.

Criou-se um modismo entre a população brasileira de afirmar-se que o país está contratando mais, mas mesmo assim, as oportunidades são insuficientes para comportar a quantidade de trabalhadores que estão no ócio, fora do mercado.

Após uma pesquisa detalhada, estudos em vários centros de recrutamento e seleção, reafirmei a assertiva de que há vagas, o que não há é pessoal capacitado, habilitado para o feito.

O resultado disto são profissionais disputados "à tapa" quando preenchem os requisitos para determinadas vagas.

Os governantes já atentaram para esta deficiência e estão conclamando a população para se capacitarem, visando o preenchimento de vagas que demoram às vezes mais de 1 ano sem serem preenchidas.

Um gestor de RH me relatou que há realmente muitas vagas, mas falta pessoal qualificado.

Falta pessoal de Tecnologia da Informação, Representantes de Vendas, Mecânicos, Motoristas.

Ressaltou também acerca de cargos em extinção, que oscilam entre alguns mais requintados (engenheiros, professores) aos mais simplórios (marceneiros, torneiros mecânicos, pedreiros, manicures, padeiros, pizzaolos, etc...)

No que concerne aos engenheiros, frisei que o governo federal já interveio neste âmbito, disponibilizando mais vagas nas universidades públicas e credenciando o curso em universidades privadas.

O alunado acolheu a ideia e temos muita gente em sala de aula neste momento.

Desta feita, pelos meus cálculos, em mais ou menos uns 2 anos, teremos uma 'safra' de novos engenheiros no Brasil. Se não erradicar o problema, pelo menos atenua bastante.

Problema resolvido!

No tocante aos professores, a coisa fica muito mais séria e preocupante. Descobri que a classe, infelizmente está caminhando à extinção.

Há universidades oferecendo bolsas integrais e ajuda de custo para quem desejar cursar pedagogia, letras, licenciatura em matemática, inglês, espanhol, biologia, história, etc...

Só que mesmo assim, não há interessados, ou seja, mesmo com todas estas facilidades, está difícil granjear, atrair novos profissionais para compor o quadro de docentes no Brasil.

Fui à caça dos motivos.

Infelizmente, eles têm de sobra: O não reconhecimento nem gratidão por parte dos alunos, o descaso das autoridades competentes, a baixa remuneração, a falta de planejamento em planos de cargos e salários e a insegurança nas escolas onde estes profissionais ficam lotados. Estes e outros fatores, fazem com que muitos interessados desistam da linda carreira da docência.

Uma lástima para a educação brasileira.

Teremos que trazer educadores de fora também? Será? Creio que não!

Quem, melhor do que nós para contar a História do Brasil?

Deixa estar. Resta aguardar!

Fui saber onde estão aqueles outros profissionais que o mercado está à procura.

Descobri que eles estão em sala de aula.

Estão estudando, afinal, querem, anseiam mudar de vida e sabem que só com muito estudo, conseguirão um futuro mais promissor.

O efeito disto? Mão de obra escassa e preço da diária ou serviços prestados em alta. Pois é, por exemplo, pedreiro agora é 'artigo de luxo', cobrando do cliente uma média de R$ 120,00/R$ 150,00 por diária e ainda assim exibindo uma agenda lotadíssima.

Minha preocupação: Chegará um momento em que necessitaremos de técnicos, profissionais medianos, jardineiros, carpinteiros, assistentes, auxiliares e afins, mas não iremos encontrar, pois todos capacitaram-se em cursos superiores e não mais se submeterão a cargos subalternos.

Custa nada sonhar: Neste momento, o Brasil será tomado por uma leva de estrangeiros para suprir nossas demandas, invertendo os valores que por décadas nos levam a sair do nosso país para nos tornarmos babás, faxineiras, diaristas, entregadores de pizzas, carpinteiros, eletricistas ou marceneiros em outros países no afã de uma remuneração mais justa, atraente e que realmente satisfaça todas as nossas necessidades.

Quem viver verá!