ESTUDO E REFLEXÃO SOBRE A ESCRITA A PARTIR DA OBRA AULA DE PORTUGUÊS, DE IRANDÉ ANTUNES

INTRODUÇÃO: A escrita, como toda atividade interativa, implica uma relação cooperativa entre duas ou mais pessoas, cujas ações se interdependam na busca dos mesmos fins, nesse sentido a escrita é tão interativa, tão dialógica, dinâmica e negociável quanto à fala. A atividade da escrita é então uma atividade interativa de expressão, de manifestação verbal das ideias, informações, intenções, sentimentos que querem partilhar com alguém, para de algum modo interagir com ele. Tem-se aqui o objetivo apresentar um estudo reflexivo sobre a prática da escrita, tomando como base a obra Aula de Português, de Irandé Antunes, fazendo um comparativo entre os pressupostos apresentados com atividades apresentadas em livros didáticos. Justifica-se a escolha do tema pois, como futuras profissionais da área de pedagogia, concorda-se com a colocação de Irandé (2003) de que, embora ainda persistam práticas “inadequadas e irrelevantes, não condizentes com as mais recentes concepções de língua”, urge e se faz necessário rever princípios teóricos que sugiram pistas que “possam ajudar na reorientação da atividade pedagógica” da escrita.

A ESCRITA SOB A VISÃO DE IRANDÉ ANTUNES

Toda vez que se escreve é destinado a alguém, no qual estamos interagindo, escrever sem saber para quem é uma tarefa difícil e inútil, pois o texto não fica adequado faltando referências do outro, o que acaba acarretando a falta de linguagem.

O professor antes de aplicar a prática de uma escrita deve decidir sobre o que e para quem vai ser escrito, pois a escrita cumpre funções comunicativas socialmente especificas e relevantes, nas sociedades letradas constatamos que a escrita esta presente no cotidiano das pessoas em suas atividades, e também é através da escrita que alguém informa, avisa, adverte, anuncia, descreve, explica, comenta, opina, argumenta, instrui, resume, documenta, faz literatura, organiza, registra e divulga o conhecimento produzido pelo grupo.

Produzir um texto não é apenas o ato de escrever, são varias etapas começando desde o planejamento, passando pela escrita no papel em seguida a revisão e depois a reescrita.

A realidade de nossas salas de aula mostra exatamente o contrário, pois a falta de esforço, a improvisação e a pressa com que nossos alunos escrevem parece indicar que lhes sobra competência e arte.

Para a escola, a rasura é apenas uma marca que deve ser eliminada, pois suja o texto que, por isso mesmo deve ser passado a limpo, apagando-se assim, os sinais de que entre a primeira versão e o texto passado a limpo houve uma leitura avaliativa e se decidiu por outra forma considerada mais adequada.

A maturidade na atividade de escrever textos adequados e relevantes se faz assim, e é uma conquista inteiramente possível a todos, mas é uma conquista, uma aquisição, isto é, não acontece gratuitamente, por acaso sem ensino, sem esforço, sem persistência, supõe orientação, vontade, determinação, exercícios, prática, tentativas, aprendizagem, exige tempo final.

O trabalho com a escrita (Produção Textual)

Reconhecendo textos

Podemos distinguir os textos pela sua forma (aspecto) e pelo que dizem (assunto), também podemos reconhecê-los pela maneira como as palavras e expressões são utilizadas para desenvolver e indicar as ideias do texto, que é pela forma de expressão.

Lidando com os gêneros/Elaborando textos

Que aspecto tem uma carta?

Uma carta vem dentro de um envelope, começa com o nome do lugar de onde se escreve e a data em que foi escrita, que é o cabeçalho. Em seguida contem saudação a quem é endereçada com exemplo: Prezado, Caro, Querido... E para terminar uma nova saudação, Até breve, Respeitosamente, Um abraço...,e no final a assinatura de quem escreveu.

Qual o conteúdo de uma carta?

Pode tratar de assuntos pessoais, profissionais e comerciais. Escrevemos cartas pessoais para dar noticias.

Para que serve uma carta?

Quando escrevemos uma carta, queremos manter contato com outra pessoa para contar-lhe como estamos o que fazemos ou vamos fazer, ou para perguntar como esta ou o que tem feito. A carta da noticias pessoais ou familiares, trata de assuntos de dinheiro ou de negócios. Os textos das cartas comerciais costumam ser mais curtos e formais. Mas, indepemdente do assunto sempre nos dirigimos a uma pessoa ou empresa colocando nome e o endereço.

Uma carta tem fotos ou desenhos ou apenas letras?

Quase sempre tem apenas letras, embora possa ser acompanhada de um desenho engraçado ou uma foto.

A organização dos textos

Os contos, as cartas, as noticias, os artigos de opinião são textos. Mas cada tipo de texto, nós fazemos de forma diferentes. Nas noticias, informamos algo que já aconteceu, esta acontecendo ou vai acontecer.Nos contos, podemos narrar historias. Nas cartas, nos comunicamos com outros por escrito. Cada tipo de texto esta organizado de uma maneira.

Ha não muito tempo à escrita era trabalhada de forma mecânica. Os dados do livro didático eram transcritos para o caderno sempre na ordem dos capítulos, fazia a leitura do texto e copiava-se para o caderno também eram respondidas as perguntas que o livro fornecia.

Os gêneros textuais não eram muito aprofundados, explicava-se para os alunos a função de cada gênero, e aplicava duas ou três atividades para a memorização do conteúdo.Com o passar dos anos com as novas tendências pedagógicas e com profissionais melhores capacitados o processo de ensino aprendizagem da escrita teve melhoras significativas, possibilitando aos alunos compreensão do gênero textual através de atividades mais lúdicas, porém, direcionadas para a compreensão e assimilação dos gêneros trabalhados

A produção de textos também teve significativos avanços, pois a maioria dos profissionais buscam diversos recursos para a produção de texto, deixando de lado temas poucos estimulantes para os alunos como, por exemplo ''minhas ferias'' ou ''meu final de semana''.Existem inúmeros gêneros textuais que os professores podem utilizar para que os alunos produzam textos mais interessantes e gostosos de ler.

O livro Aprendendo Português, no capitulo 2, linguagem e escrita os autores Cesar Coll e Ana Teberosky nos fornecem exemplos clássicos de gêneros textuais que podem ser transformados em outros, ou seja, ao produzir um cartaz o aluno poderá vincular uma noticia em seu conteúdo, dessa forma os autores nos proporcionam um leque de opções no que se refere a produção de textos, e cabe aos professores transmitirem aos seus alunos para que eles compreendam e façam uso da escrita de forma mais produtiva.

Ainda hoje algumas editoras de livros didáticos colocam os conteúdos a serem trabalhados no decorrer do ano letivo de uma forma pouca informativa, e ainda há professores que fazem do livro didático uma regra, não utilizando de outros recursos didáticos para trabalhar com seus alunos.

A escrita deveria ser trabalhada com mais recursos não apenas com o livro didático, pois tudo é escrita, estamos cercados de textos por todos os ambientes, basta uma saída da sala de aula para observarmos as inúmeras formas de textos que encontramos ao nosso redor, placas, outdoors, fachada de empresas, etc. São textos cotidianos e bons para trabalhar com a escrita de nossos alunos, partindo do pouco para introduzir textos mais elaborados de livros, jornais e revistas de livros, jornais e revistas.

Conforme autores Coll e Teberosby (2000), é de extrema relevância considerar os rascunhos, pois, a rasura é uma marca que deve ser eliminada, suja o texto e deve ser passado a limpo, apaga assim, os sinais entre a primeira versão e o texto passado a limpo,levando assim o aluno a frustração, devido a desconsideração pelos os primeiras tentativas.

Referencias Bibliográficas

Antunes Irandé, Aula de Português. Editora Parábola, São Paulo 2003

Coll Cesar, Teberosky, Ana. Aprendendo Português, Editora Ática, São Paulo 2000 pags.92 a 101.

Jaqueline Pletsch
Enviado por Jaqueline Pletsch em 12/03/2014
Reeditado em 12/03/2014
Código do texto: T4725197
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