Brincando com conflitos, aprendendo possibilidades.

A brincadeira auxilia no processo educacional pelo fato de proporcionar de maneira segura e eficaz a execução dos conflitos e das manifestações de agressividade. Modula as pulsões de vida, de modo que a construção seja possível a partir de uma “aparente” destruição.

O

[...] conflito não é, necessariamente, sinônimo de indisciplina. Um conflito é produzido cada vez que há um choque de interesses [...], cada vez que há um ‘enfrentamento’ devido a um desacordo ideológico [...]. No entanto, esse conflito entre pessoas civilizadas pode dar lugar a um enriquecimento mútuo (CASAMAYOR, 2002, p. 22).

A partir do momento em que a criança abre-se à possibilidade de uma relação de confiança com o outro, esta é capaz de outorgar a este alguém o poder de ensinar-lhe.

Por meio da brincadeira a criança experimenta também a descoberta das possibilidades. Percebe que há muitos meios de aprender o mesmo conteúdo. Descobre que seus desafios podem ser enfrentados e renovam a crença em si mesma.

As propostas de resolução de seus próprios conflitos fazem a criança sentir-se autorizada a solucionar seus problemas. A relação de confiança com o grupo, apoiada pela certeza de relações que são construídas em um contexto de comunicação diferenciado garante-lhes a certeza de ser parte de um todo. Automaticamente, sua autoestima eleva-se, favorecendo o seu desenvolvimento psíquico.

Referências Bibliográficas

CASAMAYOR, G. Reinvindicação do pacto e outros “conchavos”. In: ANTUNEZ, S. et al. Disciplina e convivência na instituição escolar. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 21-27.