COMO ME CONSTITUO COMO PROFISSIONAL PROFESSOR!!!

COMO ME CONSTITUO COMO PROFISSIONAL PROFESSOR

Na minha jornada pedagógica sempre procurei cumprir com minhas obrigações pedagógicas, desenvolvendo conteúdos na minha disciplina, basicamente por conta dos meus conhecimentos e também, somando com os conteúdos programáticos como suporte ao saber disciplinar.

Por isso, quando se fala em “conhecer a matéria”, sabemos que este termo representa mais de um significado. Mas nem todos os educadores estão atentos a essa premissa. Coloco-me, diante desse termo como um professor que busca saberes através de pesquisas, a fim de conhecer a fundo a minha disciplina.

Gauthier dizia: “O saber das ciências da educação. Todo professor adquiriu, durante a sua formação ou em seu trabalho, determinados conhecimentos profissionais que, embora não o ajudem diretamente a ensinar, informam-no a respeito de várias facetas de seu ofício ou da educação de um modo geral”.

Como professor, confesso, conheço o sistema da escola, o trabalho gestor, os problemas dos alunos com quem eu trabalho diversos fatores que envolvem a disciplina, enfim com o envolvimento global da escola e da comunidade.

Recordo-me muito bem, quando trabalhei numa empresa de energia elétrica por muito tempo, sempre procurei a evolução na minha profissão, nessa empresa trabalhei por muitos anos diretamente com pessoas, nela ganhei experiências de vida, foi fascinante e parecida com a profissão professor que exerço. Naquela empresa trabalhei com pessoas das quais me sociabilizei, na escola não é diferente o tratamento com as pessoas é o mesmo, aliás, no mundo em que vivemos temos que nos adaptar a qualquer profissão e com as pessoas, mas com dignidade, seriedade e responsabilidade

Quando falamos em escola o panorama muda, no meu caso, ela me transformou num educador de pessoas, que necessitam de um saber diferente daqueles empregados que trabalhavam comigo na empresa em que atuei por longos anos. Essa experiência me levou a uma reflexão mais profunda, isto porque, eu trabalho com saberes da educação de forma profissional e respeitosa, embora diferenciada da empresa, na qual trabalhei. Por serem empresas e profissões diferentes, considero que as profissões podem ser diferentes, mas o trabalho profissional e a responsabilidade não podem mudar em qualquer profissão que seja.

Como educador me integro na transformação de que o saber curricular, não é ensinar uma disciplina de qualquer maneira, pois ela sofre transformações, assim sendo sinto-me na obrigação de conduzi-la e adaptando-a nos moldes curriculares propostos pela escola. Cada profissional da educação deve “conhecer o programa” que engloba outros saberes, avaliá-los de acordo com a realidade de ensino.

Sempre falo na sobre a minha profissão anterior, embora nela não houvesse ações pedagógicas atribuídas às pessoas como aquelas que ensinamos na escola, mas considero que as profissões podem ser diferentes, mas o trabalho profissional e a responsabilidade não podem mudar em qualquer profissão que seja.

Como professor, durante a minha trajetória pedagógica, sempre me apoiei no ensino tradicional e o ensino moderno com alunos certos e na hora certa, a meu ver a tradição pedagógica não atrapalha o aprendizado do aluno, desde que ele seja adaptado a esse tipo de ensino, no caso dos alunos do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), que trazem uma bagagem de experiências vividas diferentes das crianças e adolescentes do ensino regular, mas isso não quer dizer que não se podem trabalhar os saberes tradicional com esses alunos, tudo vai depender da ocasião, o importante é que o aluno aprenda, mas que aprenda de verdade, por isso a minha preocupação no dia a dia na escola é dar uma boa aula, seja ele no ensino tradicional ou moderno, o que importa é que o aluno aprenda e aumente a sua fonte de conhecimento.

Segundo a Professora Pesquisadora da Educação Solange Gomes da Fonseca, em seu artigo: “O Perfil do Professor na Educação de Jovens e Adultos (EJA)”, ela enfatiza: “O papel dos professores é destacar a curiosidade, indagar a realidade, problematizar, ou seja, transformar os obstáculos em dados de reflexão para entender os processos educativos, que como qualquer faceta do social, está relacionada com seu tempo, sua história e seu espaço”. Certamente, o professor não deve criar obstáculos que prejudique o aprendizado dos seus alunos, e sim, criar métodos que viabilize a eles um entendimento com mais racionalidade daquilo que lhes está sendo proposto, enfim, transformá-los em seres com capacidade reflexiva, tanto no aprendizado, quanto nas suas atitudes perante a escola e a sociedade, e que rumo devem tomar na vida.

Embora tenha sofrido críticas de colegas de profissão dizer que o ensino tradicional não ensina o individuo a ser um bom aluno, talvez não o faça um “bom aluno”, mas acredito que o aprendizado dele seja diferente, porque trabalho com o seu hábito e sua experiência profissional. A experiência de vida trazida para dentro sala de aula, onde há interatividade na troca dessa experiência, o que vale muito. Lembrando que existem falhas no ensino tradicional quando não aplicado de forma correta e coerente, não sou o dono da verdade, mas estou consciente daquilo que faço na minha profissão.

Essa particularidade entre o hábito e a experiência deve existir, para que indivíduo aprenda somando o estudo com a sua experiência, com certeza mudará completamente a sua postura e o seu modo de viver na sociedade.

Na rotina do dia a dia tenho adquirido várias experiências, que somam pontos positivos para o aprendizado na minha profissão professor. A cada momento vivido é uma experiência nova. Particularmente, procuro aplicar as minhas experiências na sala de aula de modo claro, com o cuidado de não dar informações erradas, pois não sou o dono da razão, não sendo o dono da razão a minha obrigação é fazer com que os alunos tenham a liberdade de pensar e criticar, ver através de argumentos coerentes e corretos, pois nem todo argumento é certo, se não é certo tenho que justificar a minha ação pedagógica nesse aspecto.

Como professor, devo saber discernir o que é uma ação pedagógica tradicional, visto que nesse campo o professor é tido como um instrumento que não passa por nenhuma comprovação.

Nas atividades que proponho em sala de aula, procuro enfatizar a importância da pesquisa, como uma ponte que liga o conhecimento. Já citei anteriormente, trabalho com o ensino tradicional com alunos que necessitam desses saberes, mas por outro lado, utilizo-me de argumentos fundamentados nas leis e diretrizes da educação pertinentes com a minha profissão de docente na prática de ensino com vários tipos de alunos, portanto não me direciono somente com o ensino tradicional.

Muitos docentes não dão importância aos saberes pedagógicos, ficam alheios a eles e não aceita tais saberes.

Certamente, não pode haver uma prática pedagógica ideal se o professor não trabalhar conscientemente os seus conteúdos básicos da sua disciplina, como também diversificar as suas aulas, nesse caso o professor não deve se ‘amarrar’ somente no ensino tradicional. Nas minhas aulas, procuro de todas as formas um repertório enriquecido de novidades para que eu me identifique melhor com os alunos e eles comigo, mostrando a minha qualidade de profissional da educação, por exemplo, na EJA, a minha identificação com os jovens e adultos é diferente do ensino regular, porque tenho por obrigação me identificar com ambos, e sempre utilizando as ferramentas de um saber pedagógico diferenciado, pois estou trabalhando com diversos tipos de indivíduos, embora todos com o mesmo propósito, estudar!

Aceito a minha função como um professor que reconhece a sua profissão e que trabalha com seriedade, pondo em prática o que a Universidade me propôs ao longo dos anos de estudos acadêmicos, para que pudesse contribuir como um suporte nos saberes de uma sociedade carente de conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GAUTHIER, Clermont. Por uma teoria da pedagogia: Pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. Trad. Francisco Pereira 2 Ed. – Ijuí: Ed. Unijuí, 2006 (Coleção Fronteiras da Educação).

FONSECA, Solange Gomes da. O Perfil do Professor na Educação de Jovens e Adultos (EJA). - http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2124657- 07/03/10.

João Lino Maciel
Enviado por Solange Gomes da Fonseca em 31/05/2015
Código do texto: T5261701
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