Expansão marítima europeia e chegada dos portugueses ao Brasil

Toda vez que se indagam as razões do pioneirismo português na conquista ultramarina, várias explicações aparecem. Algumas delas: a falta de ouro, que angustiava mercadores de reis; a insuficiência de mão-de-obra e de produtos agrícolas; a posição geográfica favorável do reino, entre o oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo, a Escola de Sagres, fundada por dom Henrique, e a tradição pesqueira lusitana; a cruzada católica contra os mouros, a incentivar o conhecimento de novas terras ao norte da África; finalmente o fortalecimento do Estado e de seus aparelhos político-administrativos, condições propícias à expansão marítima e à busca de novos mercados.

No início do século XV, Portugal era a primeira nação européia a possuir um Estado com poder centralizado e voltado para o comércio, fatores essenciais ao surgimento do mercantilismo. Era somente no comércio internacional que o rei poderia buscar o metal precioso de que necessitava para abastecer seu exército e armada e assegurar seu poder. Existia, também, o atrativo das especiarias da Índia, em cuja rota atuavam os grupos mercantis lusitanos, vendo aí uma oportunidade de obter grandes lucros.

Durante muito tempo, o comércio desses produtos foi feito por mercadores das cidades italianas de Veneza e Gênova, que controlavam as rotas mediterrâneas. Mesmo assim, pouca era a pimenta, a canela, o cravo e o gengibre que chegavam às cidades europeias, e quem atingisse mais rápido as fontes produtoras conseguiria grandes quantidades por melhores preços.

Durante o reinado de dom João II (1481-1495) foram feitas as primeiras tentativas portuguesas de alcançar as Índias: realizou-se a expedição terrestre de Pero da Covilhã e a expedição marítima de Bartolomeu Dias. A última trouxe preciosas informações que confirmavam a existência de uma ligação entre o oceano Atlântico e o oceano Índico, através do cabo da Boa Esperança (sul da África).

No reinado de dom Manuel I, sucessor de dom João II, organiza-se a primeira grande expedição marítima, comandada pelo almirante Vasco da Gama. Ele deixou o porto de Lisboa em julho de 1497, à frente de quatro embarcações, retornando dois anos depois. Apesar dos problemas encontrados nas Índias, a viagem trouxe mais especiarias do que entravam anualmente em Gênova, rendendo lucros da ordem de seis mil por cento.

A fim de garantir a supremacia lusa sobre as rotas para o Oriente, organizou-se a maior e melhor frota que jamais saíra dos portos ibéricos. Comandada por Pedro Álvares Cabral e constituída por treze embarcações, a expedição zarpa em março de 1500. Afastou-se, no dia 21 de abril, avistou sinais de terra. Na manha seguinte, em plena semana da Páscoa, surge um monte, que é batizado com o nome de monte Pascoal. Descobria-se, assim, a Terra de Vera Cruz, depois Terra de Santa Cruz e, hoje, Brasil.

Chegando ao Brasil, os portugueses entraram em contato com diversas tribos indígenas que habitavam o litoral. Os mais importantes grupos eram os tupis, que viriam a tornar-se ferrenhos adversários da colonização, e os tamoios, que, mais tarde, se aliariam aos franceses. Viviam numa economia auto-suficiente, baseada na caça, na pesca, na coleta de frutos e na agricultura de mandioca, batata-doce, aipim, favas, etc.

Nas primeiras décadas que se seguiram ao descobrimento do Brasil, a Coroa Portuguesa não demonstrou interesse pela terra. Só a atraíam, por seu lucro certo e imediato, as ricas especiarias e o marfim, as sedas e outros objetos luxuosos vindos do Oriente. Algumas expedições, como as chefiadas por Gonçalo Coelho, Cristóvão Jacques e Martim Afonso de Souza, alternaram-se na busca de riquezas nas novas terras ou na tentativa de protegê-las de corsários e invasores franceses. O estabelecimento de feitorias para o escambo com os índios, de pau-brasil por canivetes, miçangas e tecidos também tornou-se uma prática habitual.

Na primeira metade do século XVI, Portugal atingia o auge da expansão nas Índias. A manutenção desse império, entretanto, não era fácil. Os muçulmanos reagiam à imposição do catolicismo, e eram imensas as despensas do Estado com a construção de navios, de fortalezas, a manutenção de tripulações e soldados e compra de armas. Os gastos crescentes e o sucesso da exploração de ouro e prata nas colônias espanholas levaram dom João III a pensar numa forma de colonizar o Brasil.

Na esperança de transformar a colônia num empreendimento capaz de atrair povoadores e render lucros para a metrópole, foram criadas as condições as capitanias hereditárias. Para assegurar a autoridade da Coroa Portuguesa na colônia, instituiu-se um governo-geral. Tomé de Souza foi escolhido como primeiro governador-geral, sendo também encarregado de várias outras tarefas: fazer aliança com tribos amigas, conceder-lhes terras e proibir sua escravização; estabelecer feiras nas vilas e povoações para controlar o escambo entre índios e brancos; taxar o pau-brasil; explorar terras no sertão e combater piratas e corsários na costa brasileira.

Ora, em 1555, o vice-almirante Nicolau Durand Villegaignon estabelece-se na baía de Guanabara, onde tenta criar uma colônia – a França Antártica. Não eram piratas, mas, sim, adeptos do calvinismo que fugiam das guerras religiosas que aconteciam na França.

Os franceses fixam-se numa ilha, onde constroem um forte e uma povoação que chamam de Henriville, em homenagem ao rei Henrique II, da França. De início, têm dificuldade de se adaptar ao clima, às novas terras e aos costumes dos índios. Enfrentavam, também, sérios problemas de discordâncias religiosa com Villegaignon, que é obrigado a voltar à França para entender-se com seus superiores.

Em 1560, aproveitando-se dessa ausência, uma armada comandada pelo então governador-geral Mem de Sá ataca o forte francês, chamado Coligny. Após dois dias de luta, os franceses são derrotados, tendo de abandonar a ilha junto com os tamoios que os apoiavam. Apesar do fim da França Antártica, os franceses continuam a vir ao Brasil para trocar mercadorias por pau-brasil.

Esse é o momento em que a colônia dá os primeiros passos para sua futura organização econômica e social. É certo que os conflitos com os índios ainda se prolongariam por muitos anos, colaborando para o massacre e o quase desaparecimento de várias tribos. Piratas e corsários de várias procedências continuaram a chegar às praias brasileiras, na esperança de realizar trocas comerciais ou extrair riquezas. Breve, desembarcariam os primeiros escravos africanos para desenvolver a força de trabalho. Portugueses, índios e africanos viviam, nesse momento, um grande amálgama cultural, aprendendo a língua, os hábitos e o modo de ser uns dos outros. Apesar da distância da metrópole e falta de instrumentos de controle sobre gente tão diferente, a colonização começava lentamente a tomar forma.

(Fonte: Documentos de História do Brasil)

ATIVIDADES

1.Identifique os fatores que levaram ao pioneirismo português nas grandes navegações?

2.Como ocorreu a derrota francesa no Rio de Janeiro?

3.Então, por que os franceses vêem para o Brasil?

4.Por que Portugal não se interessou pelo Brasil nas primeira décadas pós-descobrimento?

5.O que são feitorias, para que serviam?

6.Que eventos ocorreram no reinado de d. João II e d. Manuel I?

7.Identifique as cidades italianas que controlavam o comércio de especiarias das Índias?

8.Tomé de Souza foi enviado para o Brasil pelo rei de Portugal, por que isso ocorreu, que tarefas lhe cabia aqui?

9.Como viviam os nativos que habitavam o litoral brasileiro?

10. Releia o texto e elabore uma síntese ou um resumo, de 20 linhas. Não esqueça do título.

NAS QUESTÕES OBJETIVAS MARQUE UM X (Lembre-se que ao entregar as respostas dessas questões use letra Maiúscula)

1. Assim como as Cruzadas dinamizaram o renascimento das atividades comerciais na Europa, a expansão marítima provocou uma verdadeira revolução comercial, na medida em que a atividade mercantil passou a ser exercida em escala mundial. Em meio a esse processo,

estruturava-se uma nova ordem socioeconômica, que alguns estudiosos denominam:

a) feudalismo.

b) capitalismo industrial.

c) capitalismo comercial.

d) capitalismo financeiro.

e) socialismo.

2. O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da Coroa portuguesa, no século XV. Embora não houvesse interesse específico de expansão para o Ocidente:

a) a posse de terras no Atlântico Ocidental consolidava a hegemonia portuguesa neste oceano.

b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente.

c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias.

d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava da América.

e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempéries que desviaram a esquadra da rota da Índia.

3. Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava:

a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima.

b) estimular a consolidação do reino português, por meio de exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional.

c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais.

d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.

e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da invencível Armada de Filipe II, da Espanha.

4. Com o processo de expansão marítima, empreendido nos séculos XV e XVI, Portugal constituiu-se como um império ultramarino, espalhado em diversas regiões do globo.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre a história do Império português e da colonização no Brasil.

( ) A organização das instituições eclesiásticas nas colônias lusitanas foi

estabelecida a partir da subordinação do Estado português à Igreja católica, prevista no chamado padroado régio.

( ) O Estado português valeu-se, pela primeira vez no Brasil, do trabalho

escravo de africanos, posteriormente estendendo o mesmo procedimento ao conjunto das suas colônias.

( ) A estrutura política do Império português foi marcada por redes de poder locais que permitiam aos colonos um considerável grau de autonomia política e econômica, tornando, muitas vezes, conflitivas as

relações entre metrópole e colônias.

( ) Os colonos e os mercadores estabelecidos no Brasil não mantinham relações comerciais com as colônias africanas, pois todo o sistema mercantil português estava centrado na metrópole, por onde

necessariamente passavam os produtos comercializados.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

(A) V- V- V- F.

(B) V- V- F- V.

(C) F- F- V - F.

(D) F- V- V- F.

(E) F - F - F - V.

5. A descoberta do Brasil foi fruto da expansão marítima portuguesa que se tornou possível devido, basicamente, aos seguintes fatores, EXCETO:

(A) Consolidação da monarquia portuguesa.

(B) Valorização da classe mercantil.

(C) Desejo de difusão da fé cristã.

(D) População abundante.

(E) Desenvolvimento técnico.

6. Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.

(Fernando Pessoa. Mar Português. Obra poética, 1960. Adaptado.)

Entre outros aspectos da expansão marítima portuguesa a partir do século XV, o poema menciona

(A) o sucesso da empreitada, que transformou Portugal na principal potência europeia por quatro séculos.

(B) o reconhecimento do papel determinante da Coroa no estímulo às navegações e no apoio financeiro aos familiares dos navegadores.

(C) a crença religiosa como principal motor das navegações, o que justifica o reconhecimento da grandeza da alma dos portugueses.

(D) a percepção das perdas e dos ganhos individuais e coletivos

provocados pelas navegações e pelos riscos que elas comportavam.

(E) a dificuldade dos navegadores de reconhecer as diferenças entre os oceanos, que os levou a confundir a América com as Índias.

7. “O século XVI assistiu à transição da geografia fantástica para a da experiência. Os relatos de viagem que surgiram neste período, portanto, estão impregnados pela mudança na forma de ver e de descrever o mundo. [...] O imaginário europeu quinhentista caracterizava-se pelo ‘fantástico’, pelo ‘maravilhoso’, pelo ‘prodigioso’, pelo ‘monstruoso’, etc. Esse imaginário aplicava-se ao remoto, ao distante, ao longínquo... Quanto maior o afastamento da Europa civilizada, maior também o

‘maravilhoso’! [...] O imaginário europeu foi transplantado para o novo mundo. Os seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e na África, também passaram a existir na América.” STEIGLEDER, Carlos Geovane. Staden, Thevet e Léry. Olhares europeus sobre os índios e sua religiosidade. São Luís/MA: EDUFMA, 2010, p. 23-50.

Analise as proposições considerando o contexto histórico e as questões a ele referentes, abordadas no excerto:

I. Os viajantes europeus do século XVI destacavam, em seus relatos, a produção de um olhar eurocêntrico sobre os continentes africano, asiático e americano.

II. O contexto abordado pelo autor refere-se à Idade Média. Os escritores medievais – em sua maioria pertencentes à Igreja Católica – escreviam histórias fantásticas sobre os lugares do mundo, para além da Europa. Esses lugares e os personagens que neles habitavam quase sempre eram caracterizados com elementos do inferno, demônios e outros monstros

fantásticos.

III. Ao escrever que “o século XVI assistiu à transição da geografia fantástica para a da experiência”, o autor do excerto refere-se ao fato de que a ideia de uma geografia fantástica marcada por mapas ilustrados de monstros marinhos e abismos que informavam o “fim do mundo” passaria, aos poucos, a ser substituída por uma geografia marcada pela observação e experiência de diferentes viajantes que se lançaram aos mares, no contexto da expansão marítima europeia.

IV. Ao escrever que “Os seres e lugares fantásticos que existiram na Ásia e na África, também passaram a existir na América”, o autor do excerto refere-se ao fato de que as viagens no contexto da expansão marítima europeia acabaram também fortalecendo as relações culturais

nos diferentes continentes, haja vista que os viajantes não apenas levavam nativos americanos para a Europa, mas também traziam asiáticos e africanos para o Brasil.

Assinale a alternativa correta.

a. ( ) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.

b. ( ) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

c. ( ) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

d. ( ) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.

e. ( ) Todas as afirmativas são verdadeiras.

8. A expansão marítima e comercial ampliou as fronteiras econômicas, sociais e culturais da Europa medieval. A expansão portuguesa teve início em 1415, com a tomada de Ceuta, no norte da África. Portugal antecipou-se aos demais países europeus no processo de expansão marítima devido

(A) à centralização política nas mãos do rei e à formação de um tesouro nacional.

(B) ao crescimento demográfico e à anexação de territórios espanhóis.

(C) aos lucros conquistados com o comércio oriental e ao desenvolvimento da manufatura.

(D) ao dinheiro dos mosteiros e ao apoio do papado ao governo português.

(E) à sua aliança com as cidades italianas e à sua vitória sobre a França.

9. Na viagem do “descobrimento”, a frota de Cabral precisou navegar contra o vento uma boa parte do tempo. Isso só foi possível graças:

A) À força de escravos remadores que substituíram as velas durante o percurso da viagem que exigia navegar em sentido contrário ao vento.

B) À fusão do trabalho escravo com o uso das velas que faziam um ângulo de 90° com a direção dos ventos.

C) À tecnologia de transportes marítimos mais moderna da época: as caravelas. Nelas, o perfil das velas é tal que a direção do movimento pode formar um ângulo agudo com a direção do vento.

D) À força das galés de invenção portuguesa que usavam velas triangulares e retangulares, para enfrentar os ventos em sentido oposto à navegação.

E) Aos primeiros motores de combustão à lenha usados na navegação da época da expansão marítima.

10. Representam movimentos de expansão do ocidente, de sua cultura e de seus vínculos econômicos

A) as Cruzadas e o feudalismo.

B) a Expansão Marítima e a Guerra dos Cem Anos.

C) as Cruzadas e a Expansão Marítima.

D) as Guerras Púnicas e a Guerra do Peloponeso.

E) o colonialismo e as reformas religiosas.

11. A expansão marítima e comercial europeia teve início no século XV. Porém, este processo foi acelerado no último terço do século XIX com a industrialização e fortalecimento da eficiência organizacional dos

Estados-nações. Neste período, a ideologia nacionalista prosperou. Ela

baseia-se na ideia de que uma nação se refere a uma grande comunidade de pessoas que compartilham uma pátria e a mesma identidade cultural. Porém, a unificação política e administrativa de alguns destes Estados-nações europeus ocorreu tardiamente. Podemos citar como Estados nestas condições:

(A) Alemanha e Itália.

(B) Holanda e França.

(C) Suécia e Áustria.

(D) França e Inglaterra.

(E) Espanha e Portugal.

12. (Modificada) A Expansão Marítima europeia durante os séculos XV e XVI expressou não apenas a epopeia das Grandes Navegações, mas também o avanço comercial da Europa.Entre os efeitos da Expansão Marítima, podemos citar, EXCETO:

A) a constituição dos impérios coloniais, destacando-se os ibéricos

B) a decadência do Renascimento porque provocou o enfraquecimento comercial das cidades italianas.

C) o fortalecimento dos Estados Nacionais e do Absolutismo Monárquico, através da canalização

dos recursos gerados inicialmente pelo comércio e posteriormente pela exploração das colônias.

D) a transferência do eixo econômico do Mundo Moderno do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.

E) a consolidação do domínio burguês que ampliou o seu controle sobre o aparelho do Estado.

13. Os mares já não eram mais os mesmos de antes quando, na escola de Sagres portuguesa, técnicas de navegações novas impulsionaram os

sonhos da Coroa e de seus aventureiros pela conquista de novos territórios. Afinal, a rota comercial da Europa, feita especialmente pelo mediterrâneo, foi tomada pelos turcos otomanos, restando como única

alternativa comercial para os povos ibéricos a saída pelo Oceano Atlântico, mesmo que este fosse cercado de mistérios. O assunto do texto está relacionado diretamente com:

(A) Os mistérios que cercavam os mares.

(B) As grandes navegações espanholas.

(C) A expansão comercial marítima europeia.

(D) A descoberta das técnicas de navegação.

(E) A presença dos turcos otomanos no Mediterrâneo.

14. Um grupo de arqueólogos julga ter encontrado os destroços perdidos da Santa Maria, a principal das três naus usadas por Cristóvão Colombo quando partiu em busca de uma nova rota para a Ásia. O navio foi descoberto pelo pesquisador Barry Clifford em um banco de corais 4 metros abaixo da superfície da água, na costa norte do Haiti. Uma das mais importantes descobertas arqueológicas subaquáticas, caso seja comprovada, foi recebida com ceticismo por outros especialistas da área. “Os arqueólogos somos como os médicos. Não podemos dar um diagnóstico sem antes termos as provas”, disse o especialista em escavações submarinas Carlos León em entrevista ao jornal espanhol El País. (Revista Aventuras na História, Ed. Abril, julho 2014, p. 9)

A aventura marítima de Cristóvão Colombo está inserida no contexto da expansão marítimo-comercial realizada pelos países europeus nos séculos XV e XVI, que teve os seguintes fatores, exceto:

a) encontrar metais preciosos para satisfazer o metalismo mercantilista.

b) descobrir uma nova rota comercial que evitasse o mar Mediterrâneo.

c) promover a reconquista de Constantinopla invadida pelos Turcos.

d) retomar o lucrativo comércio de especiarias na Ásia.

e) encontrar novos mercados fornecedores de matéria-prima.

15. Leia o trecho da carta de Pero Vaz de Caminha para responder

A partida de Belém, como Vossa Alteza sabe, foi segunda-feira, nove de março. Sábado, 14 do dito mês, entre as oito e nove horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grã-Canária. Ali andamos todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três ou quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às dez horas, pouco mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, a saber, da ilha de São Nicolau, segundo dito do piloto Pero Escolar. À noite seguinte, segunda-feira, ao amanhecer, Vasco de Ataíde perdeu-se da frota com a sua nau, sem aí haver tempo forte nem contrário para [tal coisa] acontecer; o capitão fez suas diligências para o achar, a umas e a outras partes; e [ele] não apareceu mais.

E assim seguimos nosso caminho por esse mar de longo, até terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, quando – estando obra de 660 ou 670 léguas da dita ilha, segundo os pilotos diziam – topamos

alguns sinais de terra, os quais eram: muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, e assim outras a que também chamam rabo-de-asno. E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves, a que chamam fura-buxos. E nesse dia, a horas de

véspera, houvemos vista de terra, a saber: primeiramente, de um grande monte mui alto e redondo; de outras serras mais baixas, ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal –, e à terra, a Terra da Vera Cruz. Mandou lançar o prumo: acharam 25 braças. E ao sol posto, obra de seis léguas de terra, surgimos âncoras em 19 braças. Ancoragem limpa. Ali houvemos toda aquela noite. E à quinta-feira pela manhã, fizemos vela e seguimos direto à terra. Os navios pequenos [iam] adiante, indo por 17, 16, 15, 14, 13, 12, 10 e 9 braças, até meia légua de terra, onde todos lançamos âncoras em direção à boca de um rio. E chegaríamos a essa ancoragem às dez horas, pouco mais ou menos. E dali houvemos vista de homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo os [homens dos] navios pequenos disseram, por chegarem primeiro.

(Disponível: www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/0015.html)

A viagem relatada pode ser enquadrada dentro do movimento econômico político e cultural denominado

A) Feudalismo.

B) Revolução Francesa.

C) Cruzadas Medievais.

D) Guerra dos Cem Anos.

E) Expansão Marítima Europeia.

16. A Expansão Marítima e Comercial é produto de um conjunto de fatores que marcam a época de transição por que passava a Europa. Essa transição caracteriza a passagem de um modo de produção em crise para outro, isto é:

a) do escravista para o feudal;

b) do capitalista para o escravista;

c) do feudal para o capitalista;

d) do feudal para o escravista;

e) do escravista para o capitalista.

17. À época da expansão Marítima e Comercial, a Europa passava por profundas transformações. Entre elas, podemos destacar, exceto:

a) o advento das monarquias nacionais;

b) a desintegração do escravismo;

c) o processo de formação do capitalismo;

d) a ascensão da burguesia mercantil;

e) o Renascimento Comercial.

18. Na expansão marítimo-comercial moderna, Portugal foi o grande pioneiro do processo. Esse fato poder ser explicado pelos seguintes fatores:

A) A posição geográfica favorável que colocou o país na rota de navegadores que se dirigiam para o Mar Báltico e o Mar do Norte.

B) A grande contribuição da Escola de Sagres e o financiamento de navegadores por parte da nobreza.

C) O interesse da burguesia e da Igreja Católica que queriam expandir o processo inquisitorial para as colônias.

D) As rivalidades entre Portugal e Espanha em torno do comércio pelo Mar Mediterrâneo e o controle português do comércio das especiarias.

19. Com relação à Expansão Marítima Européia dos séculos XV e XVI, é correto afirmar que:

a) Um importante estímulo às navegações espanholas foi dado no século XV, quando D.João I funda a Escola de Sagres, centro de divulgação de idéias e de formação de marinheiros prontamente preparados para enfrentar as dificuldades de uma viagem pelos oceanos;

b) A principal conquista portuguesa nos mares foi a descoberta do Oceano Pacífico, em 1513, pelo navegador Vasco Nunes de Balboa;

c) No reinado de Francisco I, os franceses começaram a contestar o Tratado de Tordesilhas, dando início à pirataria, com especial atenção à América Portuguesa. Como resultado, temos neste momento as invasões francesas no Brasil que, sem sucesso, ocorreram no Rio de Janeiro e, no

século XVII no Maranhão;

d) Os ingleses investiram tardiamente em seu processo de expansão marítima; somente no século XVIII alcançam os territórios da América do Norte e dão origem às colônias de povoamento naquele local;

e) Os pioneiros nas investidas pelos oceanos são, sem dúvida alguma, os espanhóis. Isto foi o resultado de um conjunto de fatores econômicos e políticos, pois, o Estado espanhol foi o primeiro a surgir na Europa no século XIV, e a localização geográfica beneficiava a Espanha por sua

proximidade em relação ao Oceano Atlântico.

20. A expansão marítimo-comercial europeia iniciada no século XV tinha entre seus fatores causadores

a) os interesses dos Cruzados em atingir a Terra Santa.

b) a ampliação do comércio com os muçulmanos do Egito.

c) a expansão das rotas marítimas ligadas ao comércio de especiarias.

d) os interesses da Igreja Católica em expandir as áreas protestantes na América.

e) o fortalecimento do sistema feudal e das corporações de ofício.

21.

Filosofiaehistoriafacil
Enviado por Filosofiaehistoriafacil em 30/07/2015
Reeditado em 02/03/2017
Código do texto: T5328753
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