ANÁLISE DOS TESTES SELETIVOS QUE IDENTIFICAM A CAPACIDADE MENTAL DO INDIVÍDUO

Greyce Hellen Santos

Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, greycezem@gmail.com

RESUMO

Este artigo tem a finalidade de discutir a respeito de testes psicológicos, muito utilizados para seleção de pessoas, com fins acadêmicos e profissionais; Também observar a utilização dos testes avaliativos, que detectam aptidões do indivíduo.

PALAVRAS –CHAVE: testes, inteligências, seleção, aprendizado.

INTRODUÇÃO

O homem é um ser de muitas identidades, com características e personalidades, e uma mente que executa múltiplas funções de raciocínio e estímulos. Os medidores de “inteligência” consideram cálculos de faixa etária e idade intelectual com crianças, e a porcentagem intelectual pela estatística populacional, porém vale salientar que “As qualidades intelectuais não se podem medir como se medem paredes, comprimentos ou volumes” (MACIEL, 2007 apud BINET, 1905, pg 40).

Com essa perspectiva, este artigo propõe síntese de pesquisas defendidas por educadores, sociólogos e psicólogos sobre testes psicológicos que medem a capacidade de inteligência do homem; propomos também expor e discutir sobre esses testes e a validade de utilização nas escolas, o qual acreditamos serem norteadores para um melhor conhecimento do indivíduo e aprendizagem.

1-DEFINIÇÃO DOS TESTES

No século XIX, Alfred Binet, psicólogo de Paris iniciou pesquisas com crianças para traçar um perfil mental que definiria o nível de inteligência delas, para isso ele desenvolveu testes que mediriam o desenvolvimento acadêmico e social delas. Seguindo esses estudos de Maciel (2007), observamos que, posteriormente os testes foram adaptados e também ficaram conhecidos pela sigla “QI”, que é o quociente de inteligência; os testes ganharam mais amplitude em escolas; seleção de militares, escolhas profissionais, e até comparativos de inteligência por etnias.

Contudo, os testes passaram a ser mais utilizado de maneira discriminatória, causando baixo desenvolvimento de vários indivíduos e o preconceito pelas diferenças “intelectuais”, o que diferenciava da proposta original de Binet que defendia que os testes deveriam identificar os problemas de aprendizagem e auxiliar para a que a criança se desenvolva, e não para criar rótulos (Maciel, 2007 apud Binet, 1905).

Considerando que os testes de “QI” apontam apenas parte das habilidades de um indivíduo, (BOND, 2010 apud GOULD, 1981) defende que, os resultados são “apenas medidas matemáticas”, portanto, um dado discriminatório que não mede a inteligência total do indivíduo. Nessa perspectiva, o “QI” indicaria um índice unilateral Junior, (2004), considerando as diferentes inteligências defendidas por Gardner (1995): Linguística, Lógico-matemática, Espacial, Musical, Sinestésica, Interpessoal e Intrapessoal; as quais estão presentes em cada indivíduo em níveis diferentes, contudo elas interagem, podendo ser combinadas para resolução de problemas, Gardner (1995).

2-INTELIGÊNCIA À PROVA

Os indivíduos possuem maneiras diferentes de desenvolver suas habilidades, de acordo com seu perfil cognitivo; para Bond (2010), o “cérebro utiliza dois sistemas diferentes”, um é “intuitivo e espontâneo”, o outro “deliberativo e racional”, sendo que os dois primeiros auxiliam nas escolhas por conta da experiência do indivíduo, e o ultimo pode ajudar na resolução de problemas, e de modo mais racional controlam nossas intuições; portando, considerar apenas a avaliação de um dos sistemas, por exemplo, não permite calcular a inteligência completa do indivíduo.

Considerando esta totalidade, Gardner (1995) esclarece que as pessoas têm interesses, habilidades e maneiras de aprender diferentes, também não podem aprender tudo. Na defesa dessa perspectiva, observamos a necessidade de flexibilização de ensino, principalmente das provas e exercícios praticados nas escolas, ou seja, avaliações, que também são testes, pois estas precisam estar adequadas para avaliar o conhecimento do aluno, promovendo desenvolvimento e não exclusão.

O ambiente em sala de aula é propício para formação de conceitos e é importante que o professor tenha conhecimento de todas as habilidades dos seus alunos, para poder estimulá-los a se desenvolver bem. Gardner defende a utilização de atividades extra-sala, para que o aluno trabalhe seu “intelecto” e possa ter outras experiências que não sejam atividades com papel e lápis.

Gardner (1995) defende uma escola nova, com currículo e métodos de ensino flexíveis, para melhor atender as diferentes habilidades dos alunos, de maneira a não limitar o desenvolvimento dos mesmos. A qual, consideramos articulações inclusivas que estimulam os indivíduos e promovem aprendizagem sem discriminações Considerando que, para o bom desenvolvimento do aluno é necessário fazer com que ele pense, solucione problemas, invente e interaja com os demais, observamos:

“O que as crianças devem aprender em primeiro lugar não são as matérias ensinadas, por mais importantes que pareçam. Devem receber aulas de vontade, atenção (auto estima) e disciplina. Em poucas palavras, têm de aprender a aprender” (MACIEL, 2007 apud BINET, 1908, pg 257).

Nesse pensamento, Binet esclarece que o desenvolvimento do saber está envolvido com os estímulos do meio que os indivíduos estão inseridos. Portanto, concordamos que é necessário ativar todos os sentidos de quem vai aprender, integrando: corpo, mente e espírito. Maciel (2006) também propõe que as dimensões da aprendizagem são: aprender a fazer e construir, perceber, conviver, sentir, inventar, estar consciente, pensar (conhecer, compreender, explicar e memorizar) e estar em movimento com o corpo, ou seja, em ambas perspectivas, é necessário estimular o aluno a “ser”; para que o indivíduo seja mais autônomo, se conhecendo melhor e consequentemente, desenvolvendo suas habilidades.

TESTES EM SALA

Práticas simples utilizadas em sala de aula como trabalhar com questões que estimulem o aluno a avaliar e refletir sobre as respostas, pode ajudar no desenvolvimento das inteligências dos alunos. Como comentado, testes e perguntas podem detectar possíveis distúrbios ou dificuldades, para ajudar o aluno saber a área de trabalho que ele mais se interessa. Para tanto, é válido o uso de testes vocacionais, que podem possibilitar melhor conhecimento das escolhas dos alunos, proporcionando melhor aprendizagem, auto-estima, e melhor envolvimento com grupos em sala.

Os testes vocacionais também podem auxiliar na escolha de afinidades profissionais, tendo em vista que, as preferencias ocupacionais estão relacionadas à identidade do indivíduo (Stonner, 2013 apud Holland [?]). Nessa perspectiva, os testes para esses fins, precisam contemplar a observação de traços hereditários e traços pessoais para, se adequando a personalidade do aluno.

Esclarecemos que, os testes citados não são conclusivos, porém, podem auxiliar a escola e o indivíduo a se um melhor conhecimento e desenvolvimento de si. Portanto, consideramos que os testes têm sua validade e podem impulsionar na busca pelo conhecimento, considerando que “cada pessoa pode melhorar o seu raciocínio e sua capacidade de tomar decisões” (BOND, 2010), ou seja, com decisão, conhecimento e desenvolvimento.

4- CONCLUSÃO

Observando a dinâmica e autores estudados, concluímos que os testes que avaliam o raciocínio ou grau de inteligência do indivíduo, assim como qualquer experiência ou objeto criado, se forem usados de maneira incorreta, podem acarretar problemas sociais e pessoais. Esses problemas podem levar as pessoas ao preconceito, descontentamento e falta de perspectivas, porém utilizado de maneira correta, podem ajudar a detectar o que está “faltando” no desenvolvimento de determinada pessoa.

A importância dos testes é fato, não são apenas jogos matemáticos, mas se utilizado de forma científica, ou seja, por meio de pesquisas, através de métodos e normas adequadas, e observações corretas, podem ajudar o aluno a desenvolver suas habilidades e auxiliar o professor na escolha de metodologias escolares mais satisfatórias.

Referências Bibliográficas:

BOND, Michael. QI, alto Raciocínio Confuso, 2010. Revista Info Exame. Disponível em: https://issuu.com/revistainfo/docs/fev2010. Acesso em 24.02.15.

GARDER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Tradução de Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

MACIEL, Graccho. O Falso Paradigma do Grau de Inteligência, 2007. Disponível em:http://www.administradores.com.br/mobile/artigos/negocios/o-mito-dos-testes-de-qi/20632/. Acesso em 24.02.15.

MACIEL, Graccho. Como produzir qualidade na sala de aula. Cap.2: O caminho para o diploma (2006). Disponível em: http://br.monografias.com/trabalhos3/produzir-qualidade-na-aula/produzir-qualidade-na-aula2.shtml. Acesso em 24.02.15.

STONNER, Rodolfo. Tipologia de Holland – Personalidades Vocacionais e Estilos Interpessoais, 2013. Disponível em: http://blogtek.com.br/tipologia-de-holland-personalidades-vocacionais-e-estilos-interpessoais/. Acesso em 24.02.15

JUNIOR, Marlísio Oliveira Cecílio. Ensino-Aprendizagem, Um Estudo de Caso no Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Disponível: http://www.abenge.org.br/CobengeAnteriores/2004/artigos/02_025.pdf. Acesso em 24.02.15

Greycensaios
Enviado por Greycensaios em 24/02/2016
Reeditado em 18/07/2016
Código do texto: T5553687
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