LETRAMENTO DIGITAL: A IDENTIFICAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NAS MÍDIAS DIGITAIS POR ALUNOS DA EaD UFC VIRTUAL-POLO-RUSSAS-CE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CED

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

CARLOS JOSÉ XAVIER JUNQUEIRO

LETRAMENTO DIGITAL: A IDENTIFICAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NAS MÍDIAS DIGITAIS POR ALUNOS DA EaD UFC VIRTUAL-POLO-RUSSAS-CE

LIMOEIRO DO NORTE-CEARÁ

2015

CARLOS JOSÉ XAVIER JUNQUEIRO

LETRAMENTO DIGITAL: A IDENTIFICAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NAS MÍDIAS DIGITAIS POR ALUNOS DA EaD UFC VIRTUAL-POLO-RUSSAS

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Coordenação do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação à Distância da Universidade Estadual do Ceará como requisito parcial para obtenção do título de Especialista.

Orientadora: Profa. Me. Maria Nahir Batista Ferreira Torres

LIMOEIRO DO NORTE-CEARÁ

2015

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Estadual do Ceará

Sistema de Bibliotecas

LETRAMENTO DIGITAL: A IDENTIFICAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NAS MÍDIAS DIGITAIS POR ALUNOS DA EaD UFC VIRTUAL-POLO-RUSSAS

Carlos José Xavier Junqueiro

E-mail: musicaljunqueiro@gmail.com

RESUMO

Ler e escrever, para muitos constitui algo complexo e desafiador. Sabe-se que para tais ações é preciso dedicação, prática e intimidade com o mundo dos signos, dos símbolos e dos significados. Se a leitura no papel já instiga fatores cognitivos, imagine na tela de um computador, em uma plataforma virtual. O objetivo deste artigo é analisar se os discentes que ingressam no sistema UFC/UAB virtual conseguem identificar os gêneros dentro do AVA. Trata-se de pesquisa quantitativa, exploratória, de campo, que tem, enquanto cenário, o polo de Russas-CE localizado no interior do Ceará. Participaram quarenta discentes dos cursos de pedagogia e letras. Foi utilizada como técnica de coleta de dados um questionário composto por 10 questões com cinco opções de resposta. Teve como aportes teóricos trabalhos de autores como: Moran (1999), Moreira (2007), Lima (2008), dentre outros. Através da análise dos questionários percebeu-se que a maioria dos discentes conseguem identificar os gêneros em sua forma física,ou seja, escrita no papel. Porém, quando os mesmos se encontram digitalizados no AVA eles têm dificuldade em reconhecê-lo devido a multiplicidade de informações que permeiam tais gêneros. Concluem-se que a maioria dos discentes não conseguem fazer uma leitura satisfatória de todos os gêneros presentes nos AVAs, tal fato adicionado a aversão à tecnologia acaba por afetar o seu desempenho acadêmico.

Palavras-chave: Letramento digital, gêneros textuais, tecnologias digitais, EaD.

ABSTRACT

To read and write for many is a complex and challenging. It is known that for such actions it takes dedication, practice and intimacy with the world of signs, symbols and meanings. If the reading on paper already instigates cognitive factors, imagine on a computer screen in a virtual platform. The aim of this paper is to analyze if teachers coming into the UFC / UAB virtual system can identify the genders within the AVA. It is quantitative, exploratory, research field, which has as scenario, the Russas-EC polo located in Ceará. Attended forty students of pedagogy courses and letters. It was used as data collection technique a questionnaire consisting of 10 questions, each with five answer options. He had as the theoretical work of authors such as: Moran (1999), Moreira (2007), Lima (2008), among others. By analyzing the questionnaires it was noticed that most students can identify genres in physical form, or written on paper. But when they are scanned at AVA they have difficulty recognizing its because of multiplicity information that permeate such genres. It is concluded that most students can’t to make a satisfactory reading all genres present in AVAs, this fact added the aversion to technology ultimately affect their academic performance.

Keywords: Digital literacy, textual genres, digital technologies, EaD.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................06

2. MARCO TEÓRICO..............................................................................................07

2.1. AS TECNOLOGIAS E A INTERNET NA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO.........

2.2. GÊNEROS TEXTUAIS- EVOLUÇÃO E CONCEITOS.......................................09

2.3. GÊNEROS E O DOMÍNIO NO CONTEXTO ESCOLAR....................................13

2.4. LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO HUMANA...................................16

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................................22

3.1. TIPO DE PESQUISA E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.............

3.2. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.......................................................................23

3.3. POPULAÇÃO DA PESQUISA.............................................................................

4. ANÁLISE DOS DADOS.......................................................................................24

5. CONCLUSÃO.......................................................................................................29

6. REFERÊNCIAS...................................................................................................

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos as tecnologias têm avançado bastante causando uma verdadeira revolução em todos os segmentos sociais, e assim, o sistema educacional também está vivenciando essa revolução. Em um passado não muito distante para estudar os gêneros era necessário ter acesso a livros, revistas, jornais e para produzi-los: Ter caneta e papel, ou ainda para aqueles mais atentos ao tema, bastava uma boa conversa, uma propaganda em um cartaz, um outdoor etc. Porém, atualmente vivencia-se outra realidade, ou seja, com a “invasão” tecnológica os gêneros migraram para os sistemas digitais redefinindo-se e fazendo com que os sujeitos tenham acesso a uma quantidade enorme de conteúdos relacionados ao tema em questão.

Esse novo cenário fez surgir o letramento digital, que consiste em uma abrangência de informações tais como: textos, gravuras, vídeos, áudios etc. De acordo com Moreira (2013, p.19) o letramento digital deve ser entendido [...] “como o uso das habilidades de leitura e de escrita incorporadas às novas tecnologias de comunicação digital, enxergando os objetos tecnológicos como auxiliadores nos procedimentos de aprendizagens”[...]. Desse modo este artigo tem como objetivo saber se os discentes que ingressam no sistema EaD UFC Virtual do polo de Russas conseguem visualizar tais gêneros e assim, tendo um maior aproveitamento do seu curso.

A motivação para a realização do referido estudo surgiu apartir de leituras relacionadas ao tema. Observou-se que alguns indivíduos têm dificuldades em identificar os gêneros quando o mesmo muda de ambiente. Estes, agora estudantes da EaD se depararam com a necessidade de entender e usar plenamente os gêneros. Observando que por não levarem em consideração na sua vida escolar os gêneros, não conseguem “entender” o sistema virtual. Mesmo que usando não se davam conta da importância dos mesmos para a sua vida escolar, e também para o seu convivio social com a expansão dos avanços tecnológicos.

2 MARCO TEÓRICO

2.1 AS TECNOLOGIAS E A INTERNET NA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO

Atualmente o homem está cada vez mais dependente da máquina para realizar as suas atividades. Isso é recorrente do acentuado processo de globalização que o mundo está vivenciando. Seja na cidade, seja no campo a máquina está presente, e com isso surgem novos conceitos, novos horizontes, e certamente envolve todos os setores que integram a sociedade moderna. Nesse contexto adentra-se as questões referentes a educação, que históricamente não consegue acompanhar as inovações tecnológicas em tempo real,ou pelo menos em níveis aceitáveis, principalmente no que diz respeito às tecnologias voltadas ao processo de ensino/aprendizagem. Sobre esse tema Ribeiro (2002, p.70) afirma que:

A ideologia atual, enquanto expressão dos fatos sociais e econômicos, principalmente, cria a necessidade de um ser humano transversalizado, com visão holística, de totalidade, que possa operar e gerir um projeto de educação em que se veja o conhecimento como processo, como rede [...] Necessita-se, hoje, de um pensamento que compreenda a tecnologia como parte de um momento histórico: a tecnologia é parte dessa história e está interligada à formação e a construção do sujeito.

Nesse sentido, fica evidente nas palavras do autor que a construção do conhecimento não está mais centrada na figura do professor, como fora durante muito tempo. Nesse novo cenário composto por inúmeras fontes de informações advindas do mundo virtual, o professor passa a ter o papel de mediador desse conhecimento, agindo de forma construtiva para que os discentes possam buscar e sintetizar essas informações, e transforma-las em conhecimento. Entende-se que no decorrer da história a educação tem se apropriado das tecnologias, porém como fora citado anteriormente com certo receio, resquícios do tradicionalismo cultural, e isso acaba por atrasar o acesso da mesma à tecnologia de ponta.

É inegável a importância da educação para a sociedade, sabe-se que os profissionais que atuam em diversos campos do conhecimento tais como: medicina, engenharia, direito e a própria educação passam pelas mãos do professor. A grande questão está no entendimento errôneo de que o professor seja o grande redentor, e que irá resolver todos os problemas causados por algumas décadas de atraso. Na realidade, o atraso está no sistema educacional como um todo, que demorou algum tempo para perceber que em um país de dimensões continentais como o Brasil, não faz sentido que não se use de forma plena a EaD, fato presente já há algum tempo nos países de primeiro mundo.

É notório que há uma necessidade crescente entre as sociedades no que diz respeito ao crescimento da educação, e isso interfere diretamente no fator comunicação, pois a comunicação em massa, democratizada pela internet conseguiu diminuir as fronteiras formando uma teia multimidiática, e com isso, aproximando os individuos. Sobre esse assunto Goulart (2007, p.54 ) afirma que:

Navegar na internet, por sua vez, nos possibilita acessar muitos textos e de gêneros variados, ao mesmo tempo, por meio de links que vamos acessando: um texto se abre, então, em muitos textos, operacionalmente, e não mais só em nível metafórico, se relacionarmos à leitura de textos escritos em papel. Essa possibilidade nos faz experimentar o conhecimento de um modo novo, diferente das fontes tradicionais de referência. Um texto pode nos levar a outros textos, subjugando a linearidade espacial do texto no papel a uma verdadeira rede de textos que nos permite criar trajetórias de leituras diferenciadas, pelas opções que fazemos.

A supracitada autora aborda a importância da internet e do hipertexto, em que aponta as possibilidades comunicativas com o uso da navegação paralela. Nesse contexto, o indivíduo que utiliza a rede tem total liberdade para escolher qual caminho percorrer para construir conhecimento. Tem a liberdade para escolher os gêneros que julgar pertinentes à sua pesquisa, tornando-se assim, autor do seu próprio conhecimento, desenvolvendo a sua autonomia que é uma das características peculiares da EaD. Tal peculiaridade é tão importante quanto os conhecimentos adquiridos no decorrer de um curso, isso porque o aluno torna-se capaz de buscar o conhecimento da maneira que achar conveniente.

De acordo com esses conceitos e abordagens teóricas, conclue-se que seria possível democratizar a educação fazendo com que a mesma chegue aos lugares mais remotos da internet, dos programas e sites educacionais, e assim, contemplando um maior número de indivíduos, independente da classe social, cor, ou etnia. E ainda sobre a citação acima, quando a autora aborda sobre a transversalidade nota-se que, com essas transformações adiquire-se um novo olhar sobre o currículo, ou seja, o aluno deverá estar integrado a uma aprendizagem em que passa por todas as disciplinas, por isso o termo transversalidade, porque “corta” transversalmente as disciplinas.

Partindo desses pressupostos deve-se considerar o fato de que as informações estão interligadas no meio digital, formando uma espécie de teia, onde é possivel acessá-las a qualquer momento, desde que, esteja conectado a um terminal, ou ponto de acesso à internet. Esse sistema de interligações digitais é cada vez mais crescente e rico, isso porque a necessidade de comunicar-se, de usar o sistema digital é cada vez maior. Em consonância com o exposto Borba , afirma que “a interação via internet, por sua vez, permite combinar às várias possibilidades da interação humana, no que diz respeito aos softwares e as interfaces, com a liberdade referente ao tempo e/ ou ao espaço” (2007, p.26 ). Nesse sentido pode-se afirmar que o sistema permite várias possibilidades de atuação dos individuos, de forma síncrona ou assíncrona, e assim, sendo possível haver diálogo entre as partes envolvidas. Na acepção de Silva & Pessanha:

Com o advento da internet, maior rede de comunicação e informação já criada, novas formas e práticas de escrita vêm sendo desenvolvidas com características próprias e específicas. A escrita está sendo cada vez mais utilizada e as formas de se comunicar, ampliadas. São milhares de pessoas conectadas à rede por meio de chats, e-mails e outros programas de comunicação, que transmitem e recebem informações diariamente. (2012, p.05)

Nesse sentido fica evidente a importância e a oportunidade de acesso propiciado pelas tecnologias, em especial a internet, pois, como especificado por esse autor com o advento da internet, os sistemas comunicativos se ampliaram através das mídias digitais. Se antes tínhamos apenas a oralidade, e mais tarde, a escrita, hoje temos uma infinidade de possibilidades comunicativas, e inclusive em processo de transformação. Vale salientar que essas transformações são constantes, bem diferentes de outros tempos onde a mesma era apenas pontual. Com isso os gêneros sofreram mutações provocadas por essa velocidade exorbitante da tecnologia.

2.2 GÊNEROS TEXTUAIS- EVOLUÇÃO E CONCEITOS

O foco principal desse artigo são os gêneros nos AVAs e a sua relação com os alunos da EaD, no que tange ao curso de graduação da UFC virtual do polo de Russas-CE. Nesse sentido considera-se importante investigar se os alunos que ingressam no sistema Virtual de ensino conseguem identificar e utilizar de forma consciente os gêneros presentes no AVA, e ainda se conseguem fazer a correlação entre os conhecimentos de fora e de dentro do supracitado sistema. Essa temática é relevante, pois busca melhorar e aprimorar a relação aluno/conteúdo e aluno/professor. Como menciona Pagnoncelli:

A tecnologia traz benefícios tanto para o professor quanto para o aluno. O primeiro pode, com ela, criar novas opções didáticas para aulas expositivas ou para viabilizar as informações aos seus alunos e, no caso dos professores de língua portuguesa e literatura, o uso da Internet é especialmente interessante. Com o surgimento dessa, nasceram também novos tipos de textos com características particulares. Assim, surgiram: o e-mail, o hipertexto, a multimídia e a hipermídia, que podem ser explorados pelo professor juntamente com os alunos ampliando suas possibilidades comunicativas e propiciando uma forma diferente de leitura e produção de textos. (2008, p.11)

De acordo com as palavras do autor, grande parte dos alunos que ingressaram, ou ingressam na EaD são àqueles que por falta de oportunidade não conseguiram cursar, na fase regular de estudo, uma graduação, porém, com a expansão da EaD no Brasil alguns deles, já professores, voltaram aos bancos escolares, só que agora, não mais como mero ouvintes e sim, como gestores do seu próprio conhecimento, haja vista, as configurações do novo sistema educacional em que eles se submeteram. Vale salientar que a maioria deles são adultos, portanto mais uma peculiaridade a ser tratada: a andragogia, que trata das questões referentes ao ensino de adultos. Com isso, entende-se que seja significativo abordar o tema gêneros textuais, pois, esse grupo que não faz parte dos chamados letrados digitalmente foram alfabetizados em seu período regular usando o que tinha de mais moderno em sua época: o caderno, o lápis, o livro e a oralidade.

Os gêneros textuais surgiram apartir da necessidade de interação entre os homens, não bastava somente saber falar ou escrever, mas também entender e dominar as situações comunicativas. Nesse sentido o homem criou padrões comunicativos que serviram de parâmetros para o surgimento de novos gêneros. Ferreira & Dias afirmam que:

É no intuito de se comunicar com os outros que o ser humano cria e utiliza variadas formas de linguagem. É através dela que o homem se comunica, tem acesso a informações, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento. Porém, para que a comunicação estabeleça-se é necessário que os interlocutores atribuam sentido ao texto (falado ou escrito), tornando-o compreensível. (2005, p.323).

Essa compreensão textual a qual as autoras se referem trata-se da padronização que o homem estabeleceu para cada situação comunicativa, da oralidade à escrita. Para melhor compreensão torna-se necessário uma explicação mais aprofundada sobre a oralidade e a escrita. Segundo Ferreira e Dias (2005, p.323)

No que tange à comunicação oral, que se caracteriza pelo encontro face a face entre os interlocutores, estes têm à sua disposição pistas não-verbais, como por exemplo, a prosódia e a gestualidade, que os ajuda a construir o sentido da mensagem. Neste tipo de comunicação, os seus participantes têm a possibilidade do diálogo imediato, que lhes permite intervir no processo de produção textual e a superar os prováveis problemas de compreensão no momento e na situação em que eles ocorrem. Por outro lado, na comunicação escrita, as pistas paralinguísticas não estão presentes. A possibilidade do diálogo imediato é vetada devido à defasagem de tempo entre a produção e a recepção do texto.

Compreende-se, assim, que os gêneros oralizados como bate-papo, discursos dentre outros, por terem apoio do aporte linguístico são mais comunicativos, ou seja, são mais interativos. Já os gêneros escritos são mais complexos porque dependem principalmente da interpretação do receptor. Acerca da dimensão dos gêneros textuais e de sua relação com o ser humano, Pagnoncelli ensina:

[...] gêneros textuais são tipos específicos de textos de qualquer natureza, literários ou não. Tanto na forma oral como na escrita, os gêneros textuais são caracterizados por funções específicas e organização retórica mais ou menos típica. São reconhecíveis pelas características funcionais e organizacionais que exibem e pelos contextos onde são empregados. Gêneros textuais são formas de interação, reprodução e possíveis alterações sociais que constituem, ao mesmo tempo, processos e ações sociais e envolvem questões de acesso (quem usa quais textos) e poder. (2008, p.10)

De acordo com as afirmações dessa autora, trata-se por gênero tudo aquilo que envolve a comunicação humana e as suas especificidades, e percebe-se ainda que nenhum gênero é puro em si, ou seja, há sempre em cada um, resquícios de outros sofrendo, assim, uma espécie de mutação em função da necessidade comunicativa. Ainda sobre os gêneros textuais Marcushi afirma que:

O tema em si – gêneros textuais - não é novo e vem sendo tratado desde os anos 60 quando surgiram a Lingüística de Texto, a Análise Conversacional e a Análise do Discurso, mas o enfoque dado aqui, com atenção particular aos gêneros textuais no domínio da mídia virtual, é mais recente e carece ainda de trabalhos, embora já apareçam estudos específicos sobre esse novo modo discursivo também denominado discurso eletrônico. (2004, p.2)

O trabalho de Marcushi (2002) ainda discorre sobre os gêneros textuais emergentes nas mídias digitais, além de reiterar a sua importância para o meio comunicativo, ou situação comunicativa, e ainda afirma que mesmo com o advento da internet e das mídias digitais, a escrita no ambiente virtual (apesar da existência de outras fontes comunicativas como o som e a imagem) é indispensável para a comunicação. Isso é evidente, pois, a escrita foi uma das primeiras tecnologias criadas pelo homem, e é através dela que acontece os mais variados tipos de comunicação, principalmente no que diz respeito a comunicação formal, seja ela impressa ou mesmo virtual. Na realidade o que mudou foi o locus, ou seja, o local onde os gêneros são produzidos.

Ainda, na acepção de Marcushi “esse “discurso eletrônico” constitui um bom momento para se analizar o efeito de novas tecnologias na linguagem e o papel da linguagem nessas tecnologias” (2004, p.14). Compreende-se que a combinação entre tecnologia/linguagem/comunicação culminaria com o aparecimento de novos gêneros, que hoje são conhecidos como os gêneros híbridos. Sobre esse ponto Carneiro discorre o seguinte:

Os gêneros textuais, no domínio da virtualidade, ganham novas características e, assim, destacam-se por transmutar gêneros já existentes, mesclar alguns deles ou até inovar totalmente a partir das complexas relações entre um meio de comunicação, o uso social deste meio e a linguagem empregada para tal no ciberespaço. (2012, p.246).

Fica entendido que, os gêneros físicos, no caso o escrito, e também os gêneros oralizados ao serem importados para os sistemas virtuais sofreram mutações, tornando-se híbridos. Tal fenômeno aconteceu devido o amplo suporte oferecido pela rede mundial de computadores, que permite além da escrita, a inserção de vídeos, áudios e a intertextualidade. O gênero se torna híbrido porque passa a ter uma infinidade de informações em seu contexto situacional, como por exemplo, os hipertextos.

Como fora citado acima os gêneros surgiram da necessidade de comunicação entre os homens, e depois dos oralizados surgiram os escritos. Sobre esses gêneros Coscarelli & Ribeiro afirmam que:

A cultura escrita (necessariamente impressa) estabilizou gêneros como a carta, o conto, o bilhete, o anúncio classificado, a notícia de jornal, o editorial ou o artigo científico; a cultura escrita digital (mais do que digitalizada) reconfigurou certos gêneros e originou outros tantos, conhecidos hoje como o E-mail, a conversa de chat, os gêneros postados em blogs e os textos produzidos para webjornais. (2005, p.9).

Ficou entendido nas palavras das autoras que os gêneros escritos passaram um bom tempo de forma estática, pois não havia nenhuma tecnologia que fosse capaz de transformá-los. Foi somente com o advento dos computadores, e a chegada da internet que os gêneros passaram a ter outra identidade com o surgimento das plataformas virtuais como webjornais, (AVA’s) dentre outros. Com essas transformações, tais gêneros escritos passaram a ser chamados de hibridos, por terem várias características simultâneas. Porém, os gêneros podem ser identificados em sua essência, ou seja, eles podem ser identificados no meio virtual da forma que são produzidos no meio físico. Pode-se, por exemplo perceber na ferramenta fórum( fórum livre) as características de uma conversa informal, onde geralmente se usa a variante coloquial da língua. Ou mais recente no uso de ferramentas das redes sociais como: Whatsaap, facebook.

O grande desafio no âmbito escolar é fazer com que o aluno consiga identificar esses gêneros no meio digital. Sobre esse tema Sardinha assim se pronuncia:

O conceito de letramento, ao ser incorporado à tecnologia digital, significa que, para além do domínio de “como” se utiliza essa tecnologia, é necessário se apropriar do “para quê” e do “como” utilizar essa tecnologia de forma efetiva no ciberespaço, novo espaço de interação social. (SARDINHA 2011, p.218).

Percebe-se, então nas palavras da autora que, em se tratando de leitura no ciberespaço não adianta apenas saber ler e escrever, é preciso saber utilizar os recursos de forma inteligente, buscando novas percepções e redefinindo o conceito de leitura que ciberespaço se torna mais abrangente.

Os alunos que são nascidos na era digital sabem pesquisar e buscar a informação que lhes for conveniente, ou seja, que desejem. O que se discute é a consciência em relação ao que eles estão fazendo. No tocante a comunicação virtual, o mediador das partes envolvidas são os gêneros. Eles norteiam os caminhos a serem percorridos pelos interlocutores, determinam os critérios de entendimento entre as partes. Desde um símples bilhete, ou até mesmo uma sentença judicial, os gêneros intermedeiam e influenciam na vida dos seres humanos, por isso a grande necessidade de compreendê-los em sua plenitude, principalmente nos ambientes virtuais de aprendizagem, onde os mesmos se encontram com mais frequência.

2.3 GÊNEROS E O DOMÍNIO NO CONTEXTO ESCOLAR

Da mesma maneira que a língua é um organismo vivo, pode-se afirmar, também, que o processo de ensino/aprendizagem segue essa mesma linha. Isso porque com os avanços tecnológicos professores e alunos estão sempre se reinventando, se recriando, caso contrário, cairão em descaso ou decadência. Sobre esse tema Moran afirma que:

Na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. É importante conectar sempre o ensino com a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis: pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações, simulações), pela multimídia, pela interação online e offline. (1999, p.7).

Fica entendido, nas palavras do autor que, em decorrência do momento que a sociedade está vivenciando, ou seja, das transformações instantâneas e diversificadas que a sociedade está passando se faz necessário que os indivíduos aprendam a lidar de forma plena com o novo, com o diferenciado. E no contexto escolar há, ainda, uma maior pressa para que isso aconteça, tendo em vista que as relações entre o homem e a máquina estão cada vez mais estreitas. Não há mais como negligenciar essas transformações e adentrar de vez nesse “novo mundo” repleto de novos paradigmas, e de importância para a democratização do conhecimento. Observa-se ainda que certos parâmetros e conceitos se mantêm, porém, muitos desses parâmetros sofreram mutações para se adequarem a nova realidade.

É sabido que no contexto escolar, fica difícil para qualquer instituição de ensino conseguir manter os alunos focados nas ações escolares se ainda usa uma metodologia tradicional secular, que além de utrapassada está centrada na figura do professor. Na contemporaneidade é necessário que se ofereça ao aluno o que há de mais moderno em termos de metodologias de ensino. Sabe-se que, atualmente há espectativas por parte da sociedade para que se melhore a qualidade da educação, e isso é positivo, pois, sabe-se que a base de uma sociedade é a educação, não há como progredir sem que haja mudanças nos processos educativos. Numa sociedade que aprimora-se e os novos aparatos tecnológicos é uma realidade seria insano não pensar em usá-los na educação. Para isso as TICs- tecnologias da informação e comunicação deram outro rumo às velhas metodologias de ensino. Sobre esse assunto Araújo expõe:

As possibilidades de comunicação que encontramos hoje na sociedade através das tecnologias e mídias nos propõem repensar nosso processo de ensino e aprendizagem. Se até pouco tempo o letramento convergia para as tecnologias tipográficas, hoje as tecnologias digitais são uma realidade, e despontam novas modalidades de leitura e escrita, desencadeando novas práticas e eventos de letramento. (2008, p.3).

Nesse novo contexto, percebe-se, no que a autora advoga sobre, a ênfase às várias possibilidades de uso da tecnologia nos processos educativos, abordando aspectos do letramento nas novas práticas de leitura e escrita. Verificou-se que o mundo virtual é repleto de oportunidades de acesso ao conhecimento, de diversas possibilidades comunicativas que, tornam possível a interação entre os sujeitos e para que esse conhecimento se difunda surgiu o letramento digital que torna possível a relação de virtualidade entre o homem-conheciento e a máquina. Usando com suporte os sitemas virtuais de aprendizagem através do ciber espaço. Sobre os sistemas virtuais de aprendizagem Araújo pontua que:

No ciberespaço as práticas e eventos de letramento começam a ser mediadas por um conjunto de gêneros virtuais de modo que, a capacidade interativa e multisensorial oferecida pela multimídia que constitui os gêneros virtuais instiga o sujeito a lançar mão de novos processos cognitivos ajustáveis a dinâmica de interação desse espaço. (2008, p.4)

Entende-se, nas palavras da autora que o próprio sistema virtual conduz de forma intuitiva os sujeitos a interagirem relacionando-se com os gêneros. Porém, acredita-se que se os sujeitos tiverem um conhecimento prévio sobre essas formas comunicativas será bem mais fácil o processo de interação entre homem/máquina. Vale salientar que os gêneros são a ponte entre essas relações que integram a construção do conhecimento. Nesse sentido conhecer e dominar os gêneros advindos do meio físico (gêneros escritos, bilhete, carta, editorial, notícia jornalistica. E os gêneros orais ou do discurso: bate papo, anedotas, recado etc) é, significativo, pois, eles migraram para o meio tecnológico criando assim uma nova cultura, a cultura dos gêneros virtuais e que alguns ainda se tornaram híbridos. Sobre esse tema Pereira afirma que:

Para isso, precisamos dominar a tecnologia da informação, estou me referindo a computadores, softwares, Internet, correio eletrônico, serviços etc., que vão muito além de aprender a digitar, conhecer o significado de cada tecla do teclado ou usar um mouse. Precisamos dominar a tecnologia para que, além de buscarmos a informação, sejamos capaz de extrair conhecimento. (2007, p17).

Como se percebe nas palavras do autor que o predomínio na discussão do letramento digital não é o simples fato de dominar o computador e as suas ferramentas, mas sim, buscar o conhecimento através de dados, do cruzamento de informações. Não basta simplesmente conhecer a máquina e os seus programas, deve-se, além disso, fazer a ponte entre às informações disponíveis na web.

Com o advento das novas tecnologias a leitura, como parte integrante, é de suma importância nos processos de ensino/aprendizagem tornando-se mais ampla. Para além das letras estão: figuras, áudios, vídeos, animações dentre outros. E alguns desses conteúdos midiáticos ainda são providos da possibilidade de serem editados, reconstruídos didaticamente, como é o caso de alguns objetos de aprendizagens. Araújo afirma que:

Com o texto digital, escrita e leitura se estruturam hipertextualmente, através dos nós e dos links, em um novo suporte: a tela do computador. A partir de agora, o leitor pode escolher o melhor caminho da leitura e o conteúdo a ser lido, explorando o espaço virtual de acordo com seus interesses e suas necessidades e construindo seu conhecimento com base nas escolhas que vai realizando. (2008, p.3)

O que torna interessante a leitura na tela do computador é essa infinidade de caminhos a ser percorrido, a critério do leitor. Na realidade nesses tempos de avançados sistemas tecnológicos o leitor, não é mais um mero espectador, e sim, coautor tendo em suas mãos múltiplas possibilidades de escolha para que chegue ao resultado final da sua pesquisa. Porém, é necessário autonomia e maturidade para que tais objetivos sejam alcançados, haja vista, as possibilidades de desvio de sua atenção, causada por diversas ferramentas interativas, também conhecidas como redes sociais.

No que se refere a gêneros textuais presentes nas midias digitais na internet percebe-se que com a migração dos gêneros escritos e orais para o sistema virtual surgiram novos tipos de textos, além de várias possibilidades de leitura que aumentam o grau de complexidade de leitura, sobre esse tema Carneiro afirma que :

O texto digital é um documento de circulação social via Internet. Uma vez lançado na rede mundial de computadores conectados pelo universo virtual (World Wide Web – WWW), torna-se uma publicação, pronta para ser lida, discutida, alterada. Os textos digitais, nos seus mais variados formatos, misturam oralidade e escritura, o que implica diversos gêneros de discurso; de exposição argumentativa, crítica, opinativa, narrativa, descritiva, etc., o que, por sua vez, implica diversos gêneros de texto.

(2012,p.44)

Concebe-se que todo esse aparato em prol do conhecimento é necessário, por parte do leitor que redobre os seus cuidados em relação a qualidade da sua pesquisa. O meio digital é muito amplo (por isso, o uso do termo navegar) realmente trata-se de múltiplas possibilidades de acesso à informação, Porém essas informações devem ser filtradas para que prevaleça a qualidade da pesquisa. Nem tudo que está na imensidão da internet tem fundamento, base teórica, pois, a mesma é de livre acesso entre os indivíduos que podem postar a informação que quiserem, e sabe-se que muitos não têm o compromisso com o científico baseando-se, apenas em conhecimento empírico sem nehuma base teórica.

2.4 LETRAMENTO DIGITAL NA FORMAÇÃO HUMANA

No processo educativo, especialmente no que se refere a Educação a distância(EaD) é necessário que exista uma particularidade por parte dos discentes, é de suma importância que os mesmos sejam letrados digitalmente, que conheçam pelo menos o básico para que possam avançar com qualidade nos estudos. Precisa além de inteirar-se das novas tecnologias, também conhecer e dominar os gêneros presentes nas midias digitais. Ao se refeirir ao tema, Lima afirma que:

Exige‐se, do sujeito letrado, autonomia em relação as suas atitudes enquanto responsáveis pelo seu sucesso na construção do conhecimento, tanto individualmente, como de maneira colaborativa. Para isso, o cidadão letrado necessita se relacionar bem com o ritmo acelerado do processo de ensino‐aprendizagem ao passo que precisa ser sensato ao compartilhar informações e ao ampliar a dimensão dos significantes de que fará uso. (LIMA 2008, p.06).

Na educação mediatizada, ou seja, aquela que usa as tecnologias como apoio no processo pedagógico, mesmo apesar dos avanços ainda estarem muito longe de ser uma realidade absoluta, já se tem algo que pode ser chamado de siginificativo. Sabe-se que por causa da educação tradicional herdada com a chegada dos jesuítas ao Brasil, e mais tarde consolidada pelas elites econômicas, em que só as classes dominantes deveriam ter acesso à educação, criou-se um mito de que certas regras não podem ser quebradas, e uma delas, e talvez a mais intolerante, é exatamente a da aula expositiva, convencional e presencial onde tudo gira em torno do professor e de uma instituição. Nesse processo secular o aluno é tratado apenas como ouvinte, como receptor de mensagens, para o professor e a instituição o conhecimento prévio desse aluno não tem importância, e o professor, por sua vez é o emissor dono da verdade absoluta que tem em suas mãos o poder de gerir o conhecimento.

A educação mediatizada quebra esses paradigmas e a mesma acontece através de um sistema online em que alunos e professores interagem continuamente. Vale salientar que não é porque seja um ambiente onde o aluno tem autonomia (umas das alegações tradicionalistas) que não possa ter regras, ao contrário, pois, ao acessar o AVA (ambiente virtual de aprendizagem) os sujeitos vão se deparar com inúmeras situações que os obrigam a cumprirem regras como: horários para envios de trabalhos, ter autonomia para produzir, e acima de tudo, serem letrados digitalmente, para que dessa forma possam interargir de forma plena com o sistema e os atores envolvidos. Dentre esses atores, além do aluno vale a pena destacar a figura do professor orientador que segundo Pagnoncelli:

O professor/orientador deve chamar a atenção do aluno/produtor para o plano composicional, o conteúdo temático e o estilo pertencente a determinado texto que se pretenda produzir e/ou que se está em interação. Com isto, certamente, ele estará contribuindo para a construção do sentido do texto, o que confirma a imbricação entre produção, recepção e compreensão daqueles. (2008, p.10).

A condição de letrado está atrelada ao fato de que às novas concepções de relações humanas no âmbito sociocultural tem se transformado rapidamente, ao passo que os processos educativos não conseguem acompanhá-los a contento. Sobre a importância do letramento digital Moreira afirma que:

Vemos a necessidade de compreender o letramento nas suas mais variadas dimensões, as quais se relacionam e são complementares entre si, por partirem da gênese da imprescindibilidade da organização sócio-cultural de qualquer comunidade e/ou sociedade. As reflexões teóricas que suscitam o letramento focam-se, através da óptica de diferentes autores, não apenas no aspecto individual, mas, sobretudo, nos aspectos históricos e sociais da aquisição das habilidades de leitura e de escrita realizadas pelos indivíduos inseridos nas teias das organizações sociais, políticas e culturais de uma sociedade. (2013, p.17).

Percebe-se nas palavras desse autor que o letramento é imprescidível ao indivíduo para que o mesmo possa interagir entre os meios. “Pode-se dizer que o letramento digital, então, implica tanto a apropriação de uma tecnologia, quanto o exercício efetivo das práticas de escrita que circulam no meio digital”. Frade (2007, p.60). Letrar-se significa, sobretudo, saber fazer a leitura de mundo, na sua pluralidade, e não simplesmente saber decifrar o código alfabeto, por exemplo, ou mesmo saber ler uma partitura musical. Ser letrado é ter consciência de tudo que envolve a comunicação humana, e em seus sentidos. Atualmente quem não é letrado sofre as consequências dos avanços tecnológicos e fica excluído socialmente dessa cadeia de conhecimentos e das relações virtuais. Sobre essa témática Pereira afirma que:

O termo alfabetização, sempre entendido como uma forma restrita de aprendizagem do sistema da escrita, foi ampliado. Já não basta aprender a ler e a escrever, é necessário mais que isso para ir além da alfabetização. No caso do letramento digital não é diferente. É preciso ir muito além do aprender a digitar em um computador. Quando pessoas em situação de exclusão social passam a ter acesso ao computador e a seus recursos, pode-se falar em popularização ou mesmo democratização da informática, mas não necessariamente em inclusão digital. (2007, p.15).

Isso se torna óbvio porque saber usar o computador para atividades símples, ou até mesmo um pouco mais avançadas como manusear programas de edição de áudio, vídeo ou editor de texto, de certa forma não exige que o indivíduo seja completamente letrado digitalmente, isso porque o próprio computador e alguns programas são autoinstrucionais. Agora, se o indivíduo deseja qualificar-se e pretende fazer um curso em alguma plataforma virtual, aí sim, ele terá que ser letrado porque irá lidar com algo diferente e mais complexo do que ele está acostumado a fazer. Terá que fazer várias leituras que envolvem certo grau de dificuldade, principalmente no que diz respeito os aspectos de cunho linguístico.

Já para os grupos nascidos na era da informação, também chamados de geração “y” não têm problemas com a tecnologia, pois, nasceram e cresceram utilizando-a. Xavier acentua que:

A Geração Y é constituída por pessoas, que, quando crianças ou adolescentes, realizavam em seu cotidiano com naturalidade algumas ou todas das ações a seguir: (a) jogavam e ainda hoje jogam vídeo-game com frequência em suas casas ou em lan-houses; (b) acompanhavam a evolução das versões de diferentes jogos eletrônicos; (c) vivenciavam a chegada e a popularização do computador e do celular on-line; (d) acessavam a Internet usando os primeiros navegadores que tornavam amistosa a relação homem máquina e permitiam que um usuário não especialista navegasse pelas informações da grande rede sem muita expertise em computação. (2011,p.14)

As novas gerações tiveram a oportunidade de nascer em um ambiente evoluído digitalmente, sabem lidar bem com as tecnologias de ponta, e estão abertos ao novo, ou melhor, não têm medo do novo, isso porque a velocidade tecnológica para eles é familiar, bem diferente de outras gerações em que, as diferenças entre eles era apenas de cunho ideológico.

Dominar a tecnologia não significa ser necessário que alguém seja letrado, significa que o mesmo consiga manusear os novos aparelhos tecnológicos com facilidade, e até mesmo consiga, com maestria, interagir nas redes sociais, dominar alguns programas, detre outras coisas, como afirma o supracitado autor, mas não consegue, por exemplo, identificar os gêneros presentes naquele ambiente. Aliás, muitos não sabem, sequer, o que são gêneros textuais. Ser letrado em sua plenitude é saber identificar tais gêneros e a sua aplicabilidade de forma consciente, e assim adentrar no seleto campo daqueles que, além de dominar a tecnologia também são letrados.

E adentrando, com mais afinco, o debate sobre o uso das tecnologias e das mídias virtuais no meio educativo Marcushi afirma que:

[...] um dos aspectos essenciais da mídia virtual é a centralidade da escrita, pois a tecnologia digital depende totalmente da escrita. Assim, nessa era eletrônica não se pode mais postular como propriedade típica da escrita a relação assíncrona, caracterizada pela defasagem temporal entre produção e recepção, pois os bata-papos virtuais são síncronos, ou seja, realizados em tempo real e essencialmente escritos. Assim, se com o telefonema tornou-se um dia impossível continuar postulando a co-presença física dos interlocutores como característica exclusiva da oralidade, já que era possível interagir oralmente estando em espaços diversos, hoje se retira também a necessidade da concomitância temporal. (2004, p.18).

Pelo que se percebe, de acordo com as palavras de Marcushi, em linhas gerais quando se trata de tecnologia é necessário que se despreze as generalizações. Isso porque elas avançam com muita rapidez, e muitas vezes o que se têm como verdade absoluta hoje, amanhã já pode estar ultrapassada. Portanto é necessário cautela para que os postulados e definições não se tornem obsoletos de um dia para o outro.

A cultura cibernética propiciou aos nossos jovens e adolescentes a oportunidade do acesso rápido à informação. Dessa forma o mundo para eles se tornou pequeno, porém a informação em si, não é conhecimento. O conhecimento, por sua vez, é o cruzamento dessas informações, nesse aspecto é que entra a maturidade intelectual, para que se possa buscar o conhecimento em meio a esse emaranhando de informações. Sobre esse tema Vidal & Maia afirmam que:

O fato de os indivíduos manusearem essas tecnologias sem o menor domínio e conhecimento sobre seus processos de produção, exercendo um papel alienado de "apertadores de botões", vem gerando o que muitos autores designam de analfabetismo tecnológico. Este conceito surgiu no final do século XX, no Primeiro Mundo, e é motivo de grandes preocupações por parte dos educadores e dos planejadores de políticas públicas. (2014, p.43).

Sabe-se que por características biológicas os jovens, apesar de espertos, têm certa dificuldade de concentração, principalmente no ambiente escolar, desde então trabalhar a tecnologia com fins educativos é algo atrativo para eles. Desde que sejam incorporadas ao currículo , planejadas e gerenciadas.

Sobre o uso do computador no processo educativo é preciso que se tenha o para não generalizar e chegando a falsa conclusão que o computador vai resolver tudo, pois sabe-se que computador é uma máquina, e assim sendo, precisa do comando de alguém, ou seja, o domínio do ser humano. Ribeiro se manifesta da sequinte forma:

A máquina precisa do pensamento humano para se tornar ferramenta auxiliar no processo de aprendizado. É necessário integrá-la às mais diversas atividades, pois elas podem ser entendida enquanto instrumento de expansão do pensamento. Que sirva para envolver os estudantes em processos práticos, desafiadores e que estimulem o raciocínio humano. (2005, p. 94).

Ao refletir sobre os individuos que não fazem parte da supracitada geração acontece o contrário, ou seja, muitos sabem e conseguem identificar os gêneros, porém, têm dificuldades com a tecnologia. Acredita-se que isso não seja o maior dos problemas, mas o desafio para eles é entender um emaranhado de códigos, de portas e linkse recursos que permeiam, o ambiente digital. São muitas informações e em muitos casos, em tempo real, tais como: vídeos, fóruns, wiki, chats dentre outras ferramentas educativas. Às vezes alguns AVAs são bastante interativos, dessa forma facilitando a interatividade entre os usuarios. Alguns adultos em relação aos mais jovens têm apatia a tecnologia, isso é compreensível, pois eles não fazem parte da geração tecnológica. Porém, isso não é fator determinante para que eles não possam ou não consigam interagir com a máquina. Os adultos têm a mesma capacidade de aprender dos jovens, o que deve ser observado é que os jovens dispõe de mais tempo para desbravar às tecnologias, ao passo que os adultos por estarem em uma fase da vida que, dispõe de pouco tempo, torna dificil um contato mais prolongado com a máquina.

Ao comentar sobre os processos de aprendizagem dos adultos, torna-se necessário abordar a andragogia, que se trata de um modelo de aprendizagem voltado especialmente para o ensino de adultos. Sobre o mesmo observa-se as seguintes referências: No aspecto da experiência observa-se que os adultos se sobressaem levando em consideração a sua maturidade e as informações acumuladas ao longo da sua vida. Sob o aspecto vontade de aprender, os adultos estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam a sua utilidade para melhor enfrentar os problemas relacionados à sua vida pessoal e profissional. Com relação a orientação da aprendizagem percebe-se que nos adultos, a aprendizagem é orientada para a resolução de problemas e tarefas com que se confrontam no seu cotidiano.

Já no que diz respeito ao quesito Motivação Vidal & Maia (2014, p.62).afirmam que “os adultos são sensíveis a estímulos da natureza externa (notas, etc.), mas são os fatores de ordem interna que motivam o adulto para a aprendizagem (satisfação, autoestima, qualidade de vida, etc.)”. Ao contrário das crianças e adolescentes os adultos são quem define o que querem aprender ou não. Nesse sentido o ensino se torna mais direcionado, as informações são mais específicas e mais práticas. O aluno assume a responsabilidade pelo seu próprio ensino e incentivado a buscar, por conta própria, maiores informações da maneira que julgar necessária. Afinal, o adulto é um indivíduo responsável por sua pessoa e assume caráter autônomo em sua postura na sociedade. Sobre o tema andragogia Rocha afirma que:

[...] embora a andragogia não esteja “oficialmente” presente nas salas de aula virtuais, as questões das “novas” competências nas relações humanas e suas emoções e sentimentos, durante os processos de ensino e aprendizagem a distância, são objetos de várias pesquisas e atenções na comunidade científica, tendo em vista o impacto dessas variáveis sobre o comportamento humano, adulto, nas relações virtuais de aprendizagem. (2014, p.12).

O adulto é mais sensível a certas situações, haja, vista que o mesmo, além de já ter o seu caráter definido, costuma ter foco naquilo que vai fazer. Ele tem mais capacidade de concentração e, geralmente é compromissado com os seus afazeres. Rocha assinala que:

Nesse contexto, a questão concentra-se no grande desafio para a consolidação da andragogia, como aliada na prática da EaD brasileira, aberta e flexível. Espera-se que, essa consolidação possa reforçar a questão da ética, da destreza tecnológicoandragógica e da qualidade desse novo sistema educacional, de modo a fortalecer, também, a formação e especialização de pessoas para a orientação da aprendizagem e gestão de ensino do adulto a distância. (2014, p.12).

Considera-se que, com a nova demanda perpetrada pelos avanços tecnológicos, novos cursos surgirão para capacitar profissionais da educação, e assim, atuarem na área da andragogia. Tal fato atenderá com qualidade aqueles que procurarem a modalidade EaD.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Com o intuito de alcançar o objetivo desse trabalho, que é analisar se os discentes que ingressam no sistema UAB-UFC Virtual polo de Russas conseguem identificar os gêneros presentes nas mídias digitais.

3.1 TIPO DE PESQUISA E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Como procedimento metodológico foi utilizado a pesquisa com abordagem quantitativa utilizando-se o método estatístico. Em comum acordo com o exposto GIL afirma que:

Mediante a utilização de testes estatísticos, torna-se possível determinar, em termos numéricos, a probabilidade de acerto de determinada conclusão, bem como a margem de erro de um valor obtido. Portanto, o método estatístico passa a caracterizar-se por razoável grau de precisão, o que o torna bastante aceito por parte dos pesquisadores com preocupações de ordem quantitativa. (2008.p.17).

Vale salientar que, pelo grau de precisão necessário à pesquisa, o público foi selecionado de forma criteriosa. A pesquisa foi realizada no polo da UFC Virtual (Russas-CE) com os discentes dos cursos de pedagogia e letras. O total de 40 alunos responderam um questionário específico adaptado por meio do preenchimento de um formulário. O questionário foi criado com foco nas indagações sobre os conhecimentos dos alunos sobre os gêneros textuais, gêneros do meio físico como: a escrita e a fala e, também sobre os gêneros digitais, contendo 10 questões, cada uma com cinco opções de resposta. A escolha do método de pesquisa através de questionário se tornou relevante porque não há necessidade de identificação dos sujeitos, deixando-os à vontade para respondê-lo com mais precisão. Outro fator significativo é o numero de questões. No trabalho desenvolvido optou-se por reduzir o questionário a apenas dez questões, com o objetivo de tornar o processo mais símples e obter-se um resultado de qualidade.

3.2 POPULAÇÃO DA PESQUISA

O público alvo da pesquisa foi criteriosamente escolhido, ou seja, optou-se por realizar à pesquisa com discentes que tivessem idade entre 25 e 50 anos, pois assim,teríamos um resultado mais preciso do objetivo desse trabalho que é saber se os discentes que ingressam no sistema EaD/UFC Virtual polo Russas (em sua maioria acima dos 25 anos) conseguem identificar os gêneros textuais no AVA.

3.3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

O tipo de pesquisa escolhido para a realização deste trabalho foi exploratória e explicativa, sobre os tipos escolhidos Gil afirma que:

Pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis. [...] São aquelas pesquisas que têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Este é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. (2008, p.3).

Como afirma o autor acima mesmo havendo a possibilidade de ocorrer erros na pesquisa por seu complexo grau de dificuldade, mesmo assim optou-se por esse tipo de pesquisa levando em consideração a razão e o porquê dos fenômenos.

4 ANÁLISE DE DADOS

Após a realização da pesquisa e mensuração dos dados, e ter sido feita uma análise minuciosa de cada questão entendeu-se que: Na questão de número um foi apresentada a seguinte afirmativa aos discentes: Na minha vida escolar nunca tive dificuldade em identificar e utilizar conscientemente os gêneros textuais.Como resultado obteve-se: 53,85% dos discentes reponderam que concordavam parcialmente, ou seja, que não tinha segurança total no conhecimento e aplicação dos gêneros, 12,82% concordam totalmente,7,69% discordam totalmente e 25,64% discordam parcialmente.

(Gráfico 1).

Fonte: Elaborado pelo autor

Já na questão dois onde foi apresentada aos discentes a seguinte afirmativa: Percebo claramente a migração dos gêneros do ambiente físico para o ambiente virtual. O resultado obtido foi: 42,50% dos discentes afirmaram que concordavam totalmente, 42,50% disseram que concordavam parcialmente, 5,00% discordam totalmente, 5,00% discordam parcialmente e 5,00% disseram não ter opinião formada.

(Gráfico 2).

Fonte: Elaborado pelo autor

Na questão de número três foi apresentada a seguinte afirmativa:

Não percebo os gêneros textuais no AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem), e isso não têm relevância na minha vida acadêmica. A maioria 65% respondeu discordo totalmente,7,50% concordo totalmente,10,00% responderam concordo parcialmente,12,50% responderam discordo parcialmente e 5% dos discentes responderam o tópico sem opinião formada.

(Gráfico 3).

Fonte: Elaborado pelo autor

Dessa maneira entende-se que os discentes percebem os gêneros presentes no AVA e sabem que o mesmo é relevante para a sua formação acadêmica.

Sobre a questão quatro que tem como afirmativa: A quantidade de informação no AVA não dificulta a identificação dos gêneros. Percebe-se que 47,50% concordam parcialmente, 25% discordam parcialmente, 17,50% concordam totalmente, 10,25% discordam parcialmente, 5% discordam totalmente e 5% responderam não ter opinião formada. Levando em consideração a maioria, nesse caso os que concordaram parcialmente percebe-se que de acordo com os discentes a quantidade de informções contidas nos AVAs dificultam a identificação dos gêneros.

(Gráfico 4).

Fonte: Elaborado pelo autor

Na questão cinco que teve como como afirmativa: Consigo identificar mais de um gênero em apenas uma aba do AVA. Nesse caso percebe-se que 42,50% dos discentes concordam parcialmente,37,50% concordam totalmente,7,50% discordaram parcialmente. Vale salientar que para a conclusão final todos os resultados serão levados em consideração. Segue o gráfico com os resultados:

(Gráfico 5).

Fonte: Elaborado pelo autor

A questão seis tive a seguinte afirmativa: Com a mudança de suporte (do físico para o digital) os gêneros perderam a sua identidade. Nesse caso 50% dos discentes discordaram totalmente, 27,50% discordaram parcialmente,12,50% concordaram parcialmente, 7,50% responderam que não tinha opinião formada e 2,50% concordaram totalmente. Percebe-se de acordo com a questão que os discentes têm consciência de que os

gêneros mesmo mudando de suporte mantêm a sua identidade. Segue o gráfico com os resultados:

(Gráfico 6).

Fonte: Elaborado pelo autor

Já a questão de número sete teve a seguinte afirmação: Identifico, com facilidade, os gêneros textuais emergentes (gêneros que surgiram com o advento da tecnologia digital). A maioria, 67,50% dos discentes responderam que concordam parcialmente, 10% responderam que discrodam totalmente,10%responderam que discordavam parcialmente, 7,50% responderam que não tinham opinião formada e 5% responderam que discordavam totalmente. Isso mostra que os discentes realmente tem dificuldade de identificar os gêneros nas midias digitais. Segue o gráfico:

(Gráfico 7).

Fonte: Elaborado pelo autor

Fonte: Elaborado pelo autor

A questão de número oito teve como afirmativa: O letramento digital é de suma importância para que possa ter êxito na minha formação através da EaD. 32,50 % responderam concordo totalmente, 25% discordaram parcialmente, 22,50% responderam que concordavam parcialmente,10, 25% responderam discordavam totalmente,15% responderam que concordavam parcialmente e 5% responderam que não tinham opinião formada. (Gráfico 8).

Fonte: Elaborado pelo autor

A questão de número nove teve como afirmativa: Os gêneros presentes nas mídias digitais dificultam o aprendizado principalmente pela quantidade de informação oferecida ao leitor. Nota-se que 40% dos discentes discordam totalmente,37,50% discodam parcialmente,12,50% concordam parcialmente, 5% responderam que não tinha opinião formada e 5% responderam que concordavam totalmente. (Gráfico 9).

Fonte: Elaborado pelo autor

E por ultimo a questão de número dez traz a seguinte afirmativa: Considero importante o conhecimento dos gêneros, principalmente os digitais, pois, dessa forma consigo identificar as várias situações comunicativas. Percebe-se no gráfico abaixo que 62,16% dos discentes concordam totalmente com a afirmativa, ou seja que consideram importante conhecimento dos gêneros, principalmente, os digitais. Já 35,14% responderam que comcordavam parcialmente e 2,70% responderam que não tinham opinião formada.

(Gráfico 10).

Fonte: Elaborado pelo autor

5 CONCLUSÃO

No que concerne o objetivo deste artigo lançou-se o olhar em analisar se os discentes que ingressam no sistema UFC/UAB virtual do polo de Russas-ce conseguem identificar os gêneros dentro do AVA.

Após diálogo com os autores e percurso metodológico tencionou-se oferecer algumas contribuições para o debate acerca dos resultados desse trabalho. Após análise dos resultados chegou-se a conclusão que parte dos discentes não conseguem identificar os gêneros, e assim, não o usam conscientemente, e ainda não concordam que a identificação dos mesmos seja relevante para a sua vida acadêmica.

Foi observado também que uma parcela dos discentes, embora pequena, não sabe o que é letramento digital. Isso é preocupante, principalmente quando se trata de uma formação em EaD. Percebeu-se ainda que parte dos estudantes sabem usar os gêneros em algumas situações comunicativas, principalmente no que se refere aos gêneros oralizados.

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