O coloquial.

Me lembro quando fazia estágio em uma escola pública de São Paulo, na Vila Sônia , isso já faz tempo, e era um período difícil para mim, pois havia sido transferido para a Volkswagen com uma promoção, e ao mesmo tempo terminava " Letras", e tudo isso com família ,que precisava muito de mim. Se dormia quatro ou cinco horas já era motivo de comemoração, mas sem sacrifício nada se consegue.

Voltando ao assunto, nesse estágio senti o quanto a vida de licenciatura é difícil, peguei salas de sétima e oitava série noturnas, com adolescentes que já no primeiro momento me mediram de cima a baixo sem a menor cerimônia, e uma professora veterana que me pareceu ter bom controle de classe.

Ás vezes ela me pedia ajuda com os jovens, como fazer correções e esclarecer dúvidas, o que fazia com enorme prazer, sempre tive jeito para o ensino, e o vocacional já indicava isso. As professoras as vezes tem licenciatura curta ou professorado, o que não implica em nada, mas aprendem alguns conceitos que nem sempre são verdadeiros. Um dia ela chegou e durante a aula ela falou em "coloquial", como sendo uma linguagem errada, e eu nada disse, mas pensei: Ela está enganada.

A linguagem coloquial é a do colóquio (conversa), informal, popular, a que falamos a todo o momento, com a família, no trabalho, na padaria da esquina, e não é errada, pois ninguém anda por aí rebuscando o idioma como nos livros de Rui Barbosa ou Jânio Quadros, ou até mesmo como se estivesse lendo a ata de um juiz, nada disso, e vou mais longe, o errado é misturar ou inserir termos e palavras heruditas em textos simples e coloquiais, e aqui no Recanto eu vejo muito isso, e não gosto.

Cada forma de falar e se comunicar depende de aonde estamos e com quem falamos.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 09/10/2016
Reeditado em 10/10/2016
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