Curvatura da vara: Para além das pedagogias da essência e da existência, concurso PARA diretor, SP 2017.

Ambas são as pedagogias sem materialidade, portanto ingênuas, falta lhes a consciência dos condicionamentos históricos.

É próprio da consciência não crítica sentir que não é condicionada, imagina-se determinada objetivamente, pois não tem espírito dialético.

Com efeito, acredita na superioridade da consciência em relação aos fatos históricos, o que caracteriza com caráter não científico.

Entretanto, a consciência da essência foi revolucionária na passagem do antigo regime, para o novo, ou seja, na criação do Estado moderno, em defesa do revolução burguesa, posteriormente, conservadora. Portanto, do mesmo modo, a pedagogia da existência.

No entanto, a escola da essência, como também da existência, enquanto teorias pedagógicas defendem a igualdade somente formal, ou seja, do homem perante as leis.

Jamais a igualdade perante a realidade, ou seja, na defesa do direito aos bens materiais.

Portanto, a verdadeira igualdade é econômica, todas as demais formas de igualdades desguarnecidas da materialidade econômica, são ideologias camufladas.

Motivo pelo qual a verdadeira pedagogia é revolucionária, de conteúdo social crítico dialético.

Desse modo, propõe superar a sociedade antagônica de classes, na perspectiva de Saviani em seu livro, a teoria da curvatura da vara, a defesa da sociedade igualitária.

Com efeito, a necessária à superação das duas pedagogias referidas, da essência e da existência.

Indispensável uma pedagogia que vai além da tradicional ou da escola nova, uma pedagogia verdadeiramente revolucionaria, sustentada na concepção dialética e materialista da história.

Uma pedagogia que busca a verdadeira igualdade entre os homens que não poderá ser simplesmente formal, ou seja, da essência ou da existência.

A nova pedagogia de conteúdos críticos para Saviani converge-se para articulação com as forças emergentes da sociedade como mecanismo de transformação revolucionária da sociedade política, um novo modelo de Estado, responsável pela superação da marginalidade social.

A instauração da igualdade econômica de tal modo proposto pela teoria da curvatura da vara, formulação desenvolvida por Saviani.

Desse modo, a pedagogia revolucionária é crítica, por ser crítica entende-se condicionada, sendo assim, não compreende a educação como condicionante principal no processo político de transformação social.

Por outro lado, não aceita a pedagogia de conteúdos reprodutivistas, por legitimar uma estrutura de dominação de classes subalternas.

A educação de conteúdos críticos dialéticos situa-se como perspectiva revolucionária, indo muito além das duas tendências em análises, as teorias da essência e da existência.

A nova pedagogia, transformadora, tem como cerne a questão de um posicionamento radial, cujo fundamento, a superação da crença na autonomia da própria crítica.

Portanto dentro das condições históricas, a nova sociedade não mais construída com os requisitos do liberalismo econômico. Exatamente a proposta elaborada na obra, a teoria da curvatura da vara.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 05/07/2017
Reeditado em 05/07/2017
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