Como evitar que os filhos se tornem delinquentes

Muitos pais sofrem com a perspectiva de que um dia seus filhos venham a se transformar em jovens delinquentes, isto sem falar nos que já vivem o problema. E infelizmente não são poucos.

Amiúde, surge-nos o seguinte pensamento: "como uma criança meiga e inocente pode vir a se tornar um adolescente ou jovem infrator?" Na maioria das vezes, entretanto, não nos damos conta, na condição de educadores da prole, que somos em parte responsáveis pela delinquência que vige.

O departamento de polícia de Houston no Texas (EUA) elaborou uma lista enumerando nove maneiras fáceis de se criar um delinquente. A lista é a seguinte:

1º Comece na infância a dar ao seu filho tudo que ele quiser, assim quando crescer ele acreditará que o mundo tem a obrigação de lhe dar tudo que ele deseja.

2º Quando ele disser nomes feios, ache graça, isso o fará considerar-se interessante.

3º Nunca lhe dê orientação religiosa, espere que ele chegue aos 21 anos e decida por si mesmo.

4º Apanhe tudo que ele deixar jogado, livros, sapatos, roupas. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.

5º Discuta com frequência na presença dele, assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6º Dê-lhe todo o dinheiro que quiser, nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que terá ele de passar pelas mesmas dificuldades pelas quais você passou?

7º Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar frustrações prejudiciais.

8º Tome partido dele contra vizinhos e policiais, todos têm má vontade para com o seu filho.

9º Quando se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa “nunca consegui dominá-lo”. Por último, uma advertência: prepare-se para uma vida cheia de desgostos. É o seu merecido destino.

Como pudemos observar, ao tentarmos sinceramente dar o melhor para os filhos, é bem possível que nos equivoquemos quanto à forma de melhor educá-los.

A advertência norte-americana pode nos parecer demasiado fatalistas, contudo, não deixa de expressar triste realidade.

Os pais devem ensinar desde cedo a seus filhos a lidarem com sentimentos dolorosos como a frustração, e a terem disciplina e responsabilidade. É óbvio que as responsabilidades delegadas à criança devem ser proporcionais à sua idade. Gradativamente ela vai sendo estimulada a guardar seus brinquedos, arrumar a cama etc.

Além dos seus direitos, crianças e adolescentes devem aprender que possuem igualmente deveres, primeiro para com a família e depois para com a sociedade.

Pais que não impõem limites aos filhos acabam virando reféns deles. Amor sem educação é licença para todo tipo de excesso.

Um "NÃO'' firme dado na hora certa, certamente não vai traumatizar seu filho. Para o seu próprio bem, ele necessita aprender a acatar e respeitar as regras da família e da sociedade.

MEDO OU DIÁLOGO?

Ao contrário do que muitas pessoas ainda pensam, por trás da suposta obediência dos filhos que apanham do pai, da mãe ou de ambos, não existe o respeito desses para com os pais, pois o que impera aí é o medo. Mas esse medo carregado de ódio, em muitos casos devido às agressões constantes, irá aos poucos dando guarida ao sentimento de vingança. Neste ponto não há mais a criança indefesa, mas sim o jovem que de agredido converter-se-á em agressor.

O ideal é que os pais estejam sempre prontos a dialogar com seus filhos, porque o que deve vigorar no ambiente familiar é a admiração dos filhos, pelos bons exemplos dos pais, e o respeito mútuo.

Quando, entretanto, apenas o diálogo não estiver resolvendo, os pais estarão autorizados a empregar o recurso do castigo. Contudo, a medida não deve ter tão somente o objetivo de punir, mas, sobretudo, o de educar.

Dessa forma os pais podem proibir os filhos de realizarem as atividades que mais gostam, até que sejam feitas as tarefas que lhes cabem ou obedeçam determinadas regras; e podem deixá-los arcar com as consequências de suas faltas para que aprendam a agir com mais responsabilidade no futuro, pois quem realmente ama jamais se abstém de educar.

NOTA: Os itens de 1 a 9 foram extraídos do CD Momento Espírita volume 2, faixa 14.