Inclusivo não exclui o Conteúdo

Não sei aonde li, mas recordo que muitas profissões de hoje são formadas por pessoas que querem mudar o que achavam errado quando eram crianças/ mais jovens. Cientistas querem pesquisar áreas que consideram que ninguém "nunca deu importância", médicos e médicas querem agir diferente de seus predecessores, assim vai. O mesmo pode-se dizer de filhos e pais.

Mas aqui vai uma crítica à pedagogia brasileira. Sinto que cada vez mais, nossos pedagogos e pedagogas por muitos serem oriundos de situações difíceis (pobreza, fome, maus tratos), e até por terem sofrido preconceito e discriminação, ou mesmo por sentirem que essa questão é problemática na área, focam muito no "ensino inclusivo". Talvez por eu ser dessa geração concorde inteiramente que o ensino deva ser agregatório, amigável, e de fato inclusivo para todos e todas. Mas aqui vai o "mas". Não devemos esquecer do conteúdo pessoal. O conteúdo é tão importante quando a inclusividade.

Não vai adiantar nada nós incluirmos o "alunado" por completo no ambiente escolar, e o excluirmos do conhecimento publico e humano. Escolas são como "Museus Vivos", são como grandes "Ocas", aonde os mais velhos ensinavam o conhecimento da tribo para os mais novos. A diferença é que hoje, pelo conhecimento humano ser tão amplo e democrático, é preciso que hajam pessoas com conhecimento "duro", científico, para repassa-lo aos alunos.

E o educando ir para a escola feliz por ser bem tratado e quisto por seus colegas e educadores, mas quando sair da escola não saber fazer um juros simples, uma regra de três, diferenciar conceitos, para quê teremos os Museus Vivos? Senão engano Libaneo tem um pensamento e uma crítica parecidas -- e é muito claro que concordo com ele.

Isso me lembra que muitos médicos, até por referência à ONU, cada vez mais têm adotado o chamado atendimento mais humano. E todos concordamos que ir ao médico/a e não termos nem ao menos um contato "olho-no-olho" com o profissional de saúde, não sermos examinados e tratados com dignidade, é degradante, chato mesmo. Mas cá entre nós. Você volta no médico que te trata bem mas não faz o diagnóstico correto da sua doença e passa os remédios errados, ou naquele que pode até te tratar mal, mas acerta sua doença, passa os remédios corretos e no fim, te dá até um legal (caso não seja um completo idiota e está é cansado/a mesmo pelo dia cheio)?