FACULDADE DOM ALBERTO

 

 

 

 

 

ARTES VISUAIS

 

 

 

 

Ariana Limonta Soares

 

                                         

 

 

 

         As etapas do desenho infantil e sua contribuição para a criatividade e aprendizagem

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                       

          Ribeirão Preto       

2020

 

 

 

AS ETAPAS DO DESENHO INFANTIL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A CRIATIVIDADE E APRENDIZAGEM.

 

RESUMO

 

 

   O tema de investigação da pesquisa se refere ao desenvolvimento do grafismo infantil, sua categoria conforme autores que pesquisaram o tema, e como o desenho na fase da infância contribui para uma melhor aprendizagem e formas de expressão e criatividade.

  A pesquisa é bibliográfica e explicativa através da análise dos desenhos obtidos em campo e de referências e dos autores que abordaram o tema. Através dos desenhos, de suas criações e desenvolvimento de cada etapa esta sugerida conforme a abordagem de autores da área despertam a imaginação e expressividade conforme as práticas artísticas aproximando assim os processos de ensino.

  Conforme demonstrado nas análises percebe-se que o desenho favorece a contribuição para o desenvolvimento da criatividade, ludicidade, cognição, autonomia e desenvoltura do aluno para a expressão, a liberdade de criação entre outros.

 

 

 

 

PALAVRAS-CHAVE: Desenho, etapas, criatividade, desenvolvimento e aprendizagem.

 

 

 

 

  1. INTRODUÇÃO

Através desta pesquisa será verificado a importância do desenho para o desenvolvimento infantil, para a criatividade, a fruição e construção de pensamentos, na desenvoltura escolar e também para a vida em sociedade, demostrando como as expressões artísticas e a liberdade de criação podem influenciar para um desenvolvimento sádio e contextualizado para o aprendizado. Assim através das análises realizadas no decorrer do trabalho poderemos observar as características e classificações de cada etapa do desenho infantil e como essas etapas contribuem para a ampliação da criatividade, do raciocínio lógico e para uma melhoria no desenvolvimento cognitivo. As artes na vida desde a etapa infantil, logo nos primeiros rabiscos e grafismos instigam a imaginação, o florescer do pensamento investigativo e autônomo para maior crescimento crítico e melhor desenvolvimento das crianças.

 

A investigação da pesquisa identificará como os desenhos e sua evolução, o poder da imagem e sua importância, mediados pelo professor, caracterizando a liberdade de criação, a imaginação infantil que enriquecem o desenvolvimento da criatividade, ludicidade, cognição, autonomia e desenvoltura para expressão e segurança em falar em público, favorece a aprendizagem da criança e sua desenvoltura na vida. As hipóteses levantadas ao longo da pesquisa serão feitas através da seleção dos meios mais adequados para obter indicações ou conclusões acerca da indagação proposta. Os métodos a serem aplicados basearam-se na pesquisa bibliográfica, como o poder da imagem, Arte como experiência, John Dewey e o ensino da Arte no Brasil, a interpretação da imagem, Arte na sala de aula, entre outras referências, como também baseará em coleta de dados no campo de atuação, através de análise documental, observações entre outros.

Segundo Dewey, a emoção é a força motriz e consolidante, seleciona o que é congruente e pinta com suas cores o que é escolhido, com isso, confere uma unidade qualitativa a materiais externamente dispares e dessemelhantes. Assim como o gravador, o pintor e o escritor encontram-se no processo de contemplar algo a cada etapa de seu trabalho. A cada momento tem de preservar e resumir o que se deu antes como um todo e com referência ao que virá, caso contrário, não há coerência, nem segurança em seus atos sucessivos. A sucessão de feituras no ritmo da experiência confere variedade e movimento e protege o trabalho da monotonia, e conforme descrito, pode-se perceber que a realização de desenhos em Artes farão parte de um processo contínuo das crianças contemplando cada etapa.

As representações sobre o objeto desenho, que guiarão a ação do desenhista, dependem por um lado, de oportunidades de interação no meio sócio cultural e, por outro lado, da sua ação sobre desenhos. As representações constroem-se nas ações inter e intrasubjetivas e transformam- se ao longo do crescimento da criança, sofrendo tanto limites impostos pelo estágio cognitivo do sujeito como a influência dos modelos presentes no meio sócio cultural. Os meios de comunicação também aceleram as trocas imagéticas entre povos distintos, aproximando seus repertórios. As representações sobre o desenho estão relacionadas às oportunidades de fazer e pensar sobre o desenho no meio ambiente (sócio interação) e o trabalho pessoal individual com as próprias representações, evolução do próprio pensamento, que garantem a construção do conhecimento. O convívio com as imagens enriquece o imaginário e estimula a produção.

O objetivo do artigo é caracterizar e analisar como a Arte e sua representação nos desenhos e suas etapas de evolução, estudadas por autores e psicólogos abordando o universo mundo infantil, contribuem e desenvolvem de maneira a ampliar a desenvoltura e expressão comunicativa dos alunos

Investigar com base na pesquisa exploratória, descritiva e explicativa dos processos de conhecimento, por meio da criatividade e imaginação atribuídas na infância, identificando e descobrindo os mecanismos a partir da Arte, como desenhos e ilustrações da literatura infantil, que podem impulsionar maior esclarecimento, conhecimento e ampliação no desenvolvimento gerando uma produtividade vantajosa na qual poderão usufruir para um maior desempenho pessoal.

  1. As fases dos desenhos e suas contribuições para a aprendizagem

Vamos abordar através de pesquisas bibliográficas de autores e análise de imagens coletadas nas aulas remotas como a evolução do desenho acontece, o que caracteriza cada etapa e a sua importância ao longo do percurso de aprendizado.

Segundo Dewey, antigamente na época da arte clássica na Grécia, a arte fazia parte da vida significativa da comunidade organizada. Não tinham então nenhuma ligação peculiar com teatros, galerias e museus, essas artes do drama, da música, da pintura e do teatro era parte da vida coletiva. Percebe-se atualmente uma segregação e compartimentalização da arte, esta segregação apresenta-se como que da vida comum reflete o fato de que elas não fazem parte de uma cultura inata e espontânea. Para John Dewey as teorias que isolaram a arte e sua apreciação, colocando-as em um campo próprio, desvincula as outras modalidades do experimentar. O experimentar é peça fundamental na aquisição de conhecimentos, reflexões e desenvolvimentos.

A história da separação e da oposição nítida e final entre o útil e o belo é a história do desenvolvimento industrial, mediante o qual grande parte da produção se tornou uma forma de vida adiada e grande parte do consumo tornou-se um prazer superposto aos frutos do trabalho alheio. Não há limite para a capacidade de a experiência sensorial imediata absorver em si significados e valores que em si e por si, isto é, em termos abstratos seriam designados como ideais ou espirituais. Toda obra de arte segue o plano e o padrão de uma experiência completa, fazendo que ela seja sentida de maneira mais intensa e concentrada.

Assim como Dewey aborda que a arte faz parte da própria vida, em seu percurso, em cada etapa do processo, em cada reflexão, podemos retirar que essa separação da arte como obra de arte e produto final como ele diz exposto em galerias e museus em pedestais criou-se uma separação da arte como esse conceito de arte e a experiência na prática, antes do produto final, antes de separar o que é ou não arte esse processo, essa forma sensorial de consolidar e expressar de forma ampla cada etapa é que necessita ser mais valorizada , estudada e vivida.

Em cada etapa e evolução do aprendizado precisamos valorizar e interpretar cada uma dessas etapas e as suas vantagens, sentindo o processo como um todo, percorrendo a experiência adquirida e valorizando-a para cada fase.

No ensino de arte para maior estimulação as crianças é aconselhável o acesso as expressões artísticas, que se dá tanto dentro como fora da escola, onde o fazer é realizado através do conhecimento também de outros produtores.

O desenho cultivado aproxima os processos de criação de todas as áreas do conhecimento. Situa a arte como conhecimento, expressão e técnica cuja realização depende de busca ativa da criança frente a natureza e a outros indivíduos desde seus estágios iniciais ( Cf. Bosi,1986)

O sujeito vai construindo progressivamente suas teorias sobre desenho a partir da interação com outras produções que observa, incluindo também as suas próprias produções. Acontece mudanças dessas teorias seguindo uma ordem de sucessão em direção a níveis de desenvolvimento cada vez mais avançados. A concretização dessas transformações realiza-se porque existe uma tendência de busca de explicações cada vez mais complexas, que provocam conflitos e desiquilíbrio em suas teorias, gerando teorias novas e mais avançadas que englobam as anteriores. Suas representações vão sendo assim, paulatinamente, substituídas por novas concepções resultantes da pressão exercida pelo próprio objeto de conhecimento. As representações sobre o desenho estão relacionadas às oportunidades de fazer e pensar sobre o desenho no meio ambiente (sócio-interação). E aprendizagem também ocorre nas situações em que o sujeito age sobre suas próprias representações, transformando-as. (trabalho pessoal).

Ao longo do desenvolvimento das produções gráficas o desenho vai passando por processos de maturação. A forma como a criança é estimulada a se expressar nos primeiros anos é fundamental para o seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.

Para as crianças no estágio da educação infantil, o desenho pode servir como uma linguagem da expressão dos sentimentos. O desenho como forma de expressão subjetiva faz parte do crescimento físico, do desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Através do desenho a criança desenvolve o senso de observação, a diversidade de cores, formas, texturas, e entrar em contanto com os diversos materiais.

O desenho pode ser considerado uma das maneiras mais eficientes de comunicação, uma forma de expressão pessoal enquanto ainda não há o domínio da linguagem escrita e oral.

Derdick (1989) relata que o desenho assumiu para o homem das cavernas, seja no desenvolvimento para a construção de maquinários no início da era industrial , seja na aplicação mais elaborada para o desenho industrial e a arquitetura, seja na função da comunicação que o desenho exerce na ilustração, na história em quadrinhos, o desenho reclama a sua autonomia a sua capacidade de abrangência como um meio de comunicação, expressão e conhecimento. Desse modo a produção gráfica de uma criança pode ser o momento dela deixar o seu inconsciente falar e através dele poder desvendar aspectos de sua personalidade.

Através dos estudos de Lowenfeld e Piaget apresentaremos as classificações segundo esses autores sobre as fases evolutivas para o desenho infantil.

 

Fase das garatujas

Se divide em garatuja desordenada, ordenada e nomeada:

 

1-Garatuja desordenada:

 

Nesta fase a não tem consciência do traço-gesto, não olha o que faz e o seu prazer está em riscar e explorar o material. Os movimento são de vai e vem, e em muitos casos o corpo acompanha o movimento. Nesta fase está em desenvolvimento a coordenação motora, é a fase sensorial motora, os movimentos são grandes e desordenados, não existe uma preocupação com a preservação dos traços que são cobertos por rabiscos várias vezes. É uma atividade prazerosa sem representação. Na fase da garatuja a criança rabisca pelo prazer de rabiscar, de gesticular, o grafismo que daí surge é essencialmente motor, orgânico, biológico e rítmico. Oferecer papéis de preferência brancos, folhas grandes, lápis de cera, canetas hidrográficas, pincéis grossos e tintas espessas são melhores nesta fase de caráter sinestésico. São rabiscos que expressam movimentos aleatórios e espontâneos.

 

 

Figura 1:Garatuja desordenada

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Fonte: https://projectobrincareaprender.wordpress.com/2015/06/24/o-desenho-infantil-garatuja/

 

Figura 2: Garatuja desordenada

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Fonte:http://educarnocliquedomouse.blogspot.com/2012/02/desenho-infantil-um-simples-rabisco.html

 

2-Garatuja Ordenada

 

Nesta fase a criança descobre que há uma relação do seu gesto com os traços que faz no papel. Assim, passa a olhar o que faz, controlando o tamanho, a forma e a localização no papel. Começa também a fechar suas figuras em forma de círculos ou espiral. Os movimentos surgem de forma imaginária, começando a surgir o interesse pelas formas. Nesta fase a criança começa a contar histórias no seu desenho, ela diz o que vai desenhar mas ainda não existe uma relação fixa entre o objeto e sua representação. Passa do traçado contínuo ao descontinuo tentando controlar os movimentos vai e vem.

 

 

 

Figura 3: Garatuja Ordenada

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Fonte: https://www.historiadasartes.com/sala-dos-professores/vamos-garatujar/

 

Figura 4: Garatuja Ordenada

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Fonte: http://educarnocliquedomouse.blogspot.com/2012/02/desenho-infantil-um-simples-rabisco.html

 

3- Garatuja Nomeada

 

A criança distribui melhor os traços no papel, anuncia o que vai fazer, descreve o que fez, relaciona o desenho com o que vê ou viu, começa a dar forma a figura do ser humano. Acontece geralmente no terceiro ano de vida. A criança passa a fazer ligação entre seus movimentos e o mundo que a rodeia, por isso a atribuição de nomes as garatujas. Ela muda do pensamento sinestésico para o imaginativo, pondo intenção no que desenha.

 

 

Figura 5: Garatuja Nomeada

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Fonte: http://educarnocliquedomouse.blogspot.com/2012/02/desenho-infantil-um-simples-rabisco.html

 

Figura 6: Garatuja nomeada

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Fonte: http://educarnocliquedomouse.blogspot.com/2012/02/desenho-infantil-um-simples-rabisco.html

 

4- Fase Pré- Esquemática

 

De 4 a 7 anos os movimentos circulares evoluem para formas reconhecíveis, passando para uma configuração representativa definida. Os desenhos apresentam formas mais elaboradas, podendo chegar a desenhar uma figura humana bem formada. Descobre a relação entre desenho, pensamento e realidade, os objetos ficam dispersos no desenho e não são relacionados entre si. É uma etapa egocêntrica.

 

Figura 7: Fase Pré - esquemática                                      Figura 8:

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Fonte: arquivos jpg de desenhos de alunos enviados no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana- SP.

 

Figura 9:Fase Pré - esquemática

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Fonte: arquivo jpg de desenho de aluno enviado no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana- SP.

 

5- Fase Esquemática

 

De 7 a 9 anos a representação gráfica das figuras humanas evolui em complexidade e organização. Desenha uma linha de base e a relação de cor do objeto. Faz parte da fase das operações concretas. Mudança da atitude egocêntrica para a cooperação. Seus desenhos e realizações expressivas apresentam seus conceitos, percepções e sentimentos em relação ao meio, como também possibilita ao adulto compreender melhor a criança.

 

Figura 10: Fase esquemática

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 Fonte: arquivo jpg de desenho de aluna enviado no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana- SP.

 

Figura 11 e 12: Fase esquemática

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Fonte: arquivos jpg de desenhos de alunos enviados no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana- SP.

 

Figura 13,14 e 15: Fase esquemática

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Fonte: arquivos jpg de desenhos de alunos enviados no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana- SP.

6- Fase do Realismo

 

Dos 9 aos 12 anos ela desenvolve maior conscientização e interesse pelos detalhes e maior consciência visual. Torna-se crítica nos seus desenhos e nos desenhos dos colegas. Os traços são mais firmes e conseguem demonstrar mais informações. Desenham com formas mais geométricas e proporcional. Inicia a investigação da sua própria personalidade, aparecem muito o realismo, a objetividade e o uso consciente da cor.

 

Figura 16: Fase do Realismo

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Fonte: arquivo jpg de desenho de aluno enviado no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana- SP.

 

Figura 17: Fase do Realismo

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Fonte: arquivo jpg de desenho de aluno enviado no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana-SP.

 

Figura 18: Fase do Realismo

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Fonte: arquivo jpg de desenho de aluno enviado no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana - SP.

Figura 19: Fase do Realismo

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Fonte: arquivo jpg de desenho de aluno enviado no grupo whatzap das aulas remotas no município de Serrana- SP.

 

Para Gardner (1994) as crianças adquirem gradativamente uma competência simbólica.

É importante considerar a criança a intérprete do seu próprio desenho, deixar ela falar sobre sua produção para que possa ter melhor compreensão do seu significado. O ato de desenhar envolve a atividade criadora e é através dessas atividades que a criança desenvolve sua própria liberdade e iniciativa, podendo expressar-se como indivíduo. As linguagens artísticas proporcionam oportunidades possibilitando a ampliação de conhecimentos, imaginação e melhor desenvolvimento.

 

CONCLUSÃO

 

São várias as contribuições dos desenhos para o desenvolvimento da criança como expressão das emoções, a comunicação, ficar mais observadora, desenvolve o autoconhecimento, melhora a coordenação motora, tem função terapêutica, construção mental.

Na esfera infantil, segundo Vygotsky, o desenho pode demostrar uma forma de percepção e internalização de significados da sociedade pela criança. Desenhar é uma atividade que trabalha com a linguagem, atitude, conhecimento e apropriação de idéias e incita a imaginação elementos importantes para a subjetividade infantil. Quando a criança desenha ela brinca, canta e se sente livre para expressar suas ideias.

O desenho também é primordial para a aquisição da linguagem escrita. Podemos afirmar que o desenho, o pensamento e o sentimento caminham juntos.

Neste contexto devemos priorizar a criatividade e liberdade de criação da criança e sua evolução e através do desenho que é uma linguagem e a intenção dessa linguagem no ensino infantil é que cada criança tenha a liberdade de se expressar como sabe, obtendo o seu espaço lúdico e se afirmando como ser humano.

Percebe-se também que com o passar do tempo e com os estímulos oferecidos a criança que o desenho evolui, passa a ter formas mais precisas até que enfim apresente figuras mais nítidas e bem definidas. A forma que a criança desenha expressa o seu nível emocional, intelectual e perspectivo que são representações inseridas num dado contexto cultural informando suas experiências individuais. Quanto mais a criança desenha, mais ela vai formulando suas ideias e expressando seus sentimentos através de riscos e rabiscos.

Este tema da importância do desenho e a análise e pesquisa sobre essa linguagem são feitas inicialmente pelos psicólogos no final do sec. XIX que descobrem a originalidade dos desenhos infantis e publicam as primeiras notas e observações sobre o assunto do desenho infantil, esses pesquisadores distinguiram diversas concepções pedagógicas para desvendar o que ocorre quando elas desenham.

Então quanto maior a diversidade e riqueza de experiências que lhe são oferecidas, maior o grau de progressão da criança dentro dos estágios evolutivos do desenho, pois aprende a lidar de modo cada vez mais ordenado com seus sistema psíquico motor que segue um percurso individual de acordo com sua capacidade.

As concepções relativas a infância modificaram-se progressivamente. A descoberta de leis próprias da psique infantil a demonstração da originalidade de seu desenvolvimento, levaram a admitir a especificidade desse universo. Modo de expressão próprio da criança o desenho constitui uma língua que possui vocabulário e sua sintaxe.

O desenvolvimento progressivo do desenho implica mudanças significativas que, no início, dizem respeito a passagem dos rabiscos iniciais da garatuja, para a construção cada vez mais ordenada fazendo surgir os primeiros símbolos. Essa passagem é possível graças as interações da criança com o ato de desenhar e com os desenhos de outras crianças. Na garatuja a criança tem como hipótese que o desenho é simplesmente uma ação sobre uma superfície e ela sente prazer ao constatar os efeitos visuais que essa ação produziu. No decorrer do tempo, as garatujas que refletiam sobretudo o prolongamento de movimentos rítmicos de ir e vir, transformam-se em formas definidas que apresentam maior ordenação, e podem estar se referindo a objetos naturais, objetos imaginários ou outros desenhos.

A linguagem do desenho e a arte em geral contribui para que o educando estabeleça relações, desenvolva estratégias conheça a arte de outras culturas, reconheça objetos e formas presentes no ambiente em que está inserido, compreenda o mundo em um foco poético, percebendo a possibilidade de transformação e flexibilidade. A arte solicita a visão, a escuta e os demais sentidos como portas de entrada para a compreensão mais significativa das questões sociais.

Então podemos concluir que como professores de artes devemos disponibilizar vasta gama de experiência em expressões artísticas favorecendo o desenvolvimento e aprendizagem de uma forma mais ampla, aumentando a criatividade e ajudando de diversas maneiras nos processos evolutivos da criança.

 

REFERÊNCIAS:

 

CAVALCANTI, Zélia. Arte na sala de aula. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

 

DEWEY, J. Teruma experiência. In: DEWEY, J. Arte como experiência. p. 109-141. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

 

HUYGHE, René. Os poderes da imagem. Editora Difel, 1965.

 

SANTOS, V. T. ; BATISTA, F. C. R. M.; O desenvolvimento da criança na educação infantil por meio do desenho. R. Eletr. Cient. Inov. Tecnol, Medianeira, v.8 n.17 2017. E – 4794.

Disponível em: <https://periodicos.utfpr.edu.br/recit>. Acesso em: 2020.

 

 

LOWENFELD, V. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestra Jou, 1977.

 

GUTH, C. O desenho da criança: Valorizações da expressão Gráfica na educação Infantil. Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do sul-Campus IJUÍ, RS.2013

Disponível em: <https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/bitstream/handle/123456789

/1756/Camila%20Korb%20Guth.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 2020.

 

Bombonato, G.; Farago,A. As etapas do desenho infantil segundo autores contemporâneos.Centro Universitário UNIFAFIBE – Bebedouro SP .2016

Disponível em: < http://unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/cadernodeeducacao/ sumario/40/ /30042016104546.pdf>. Acesso em: 2020.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ariana Limonta
Enviado por Ariana Limonta em 10/01/2022
Código do texto: T7426123
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