Sobre prodígios, QI e uma proposta de extrapolação

Segundo a ideologia do culto ao QI, se um indivíduo apresenta grande capacidade matemática, por exemplo, isso se deve ao seu alto QI, diga-se, ao QI "performance" ou sua "média geral".

Mas, por que não pensar que sua grande capacidade se deva à si mesma e não necessariamente às suas capacidades cognitivas gerais??

Entendo que, para conseguir compreender teorias e resolver problemas matemáticos é preciso ter uma boa inteligência linguística, mas não precisa ser no mesmo nível de um Machado de Assis. E, para o perfil oposto, esse pensamento pode ser até mais verdadeiro.

Isso explicaria o "fator g" se, por causa do papel basilar da linguagem na inteligência humana, em relação ao Ql, haveria uma relação necessária do QI verbal com os outros.

Parece uma lógica simples em que, uma grande capacidade em certo ramo sugere uma alta capacidade no mesmo sem que seja condicional ser "mais inteligente" em todos os domínios do conhecimento acadêmico.

Pois tem um artigo muito interessante https://blogs.scientificamerican.com/beautiful-minds/the-mind-of-the-prodigy/ que fala dos últimos achados sobre prodígios: crianças e adolescentes que apresentam talento precoce em alguma área e que não pode ser explicado apenas por treino, que pode corroborar para esta linha de pensamento que estou propondo, porque, um desses achados, mostra que não existe uma relação significativa entre pontuar alto em testes cognitivos e se tornar um prodígio de grande talento, especialmente no meio artístico. Também foi encontrado que os 18 prodígios analisados*, como um grupo, apresentaram uma maior proporção de traços autistas, excepcional memória de trabalho e pontuações discrepantes nos subtestes cognitivos. Por exemplo, o caso de um que pontuou 108 em QI performance e apenas 70 em visual espacial (que não o impediu de ganhar um prestigioso prêmio por suas habilidades de improvisação de jazz, tornando-se a pessoa mais jovem a se apresentar com um músico famoso em um dos melhores locais de música dos EUA).

* Apesar do número pequeno de prodígios, por serem tão raros, ainda pode ser considerado uma boa amostra.

Então, eu penso se essa lógica proposta e apoiada pelo padrão encontrado nesse estudo, de discrepância de desempenho cognitivo e sem a restrita necessidade de ter um alto QI, possam ser variavelmente extrapolados para outras áreas, além das que foram analisadas...

Mais um Thiago
Enviado por Mais um Thiago em 18/05/2022
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