Correr para uma vida saudável!!!

As corridas de rua vêm sendo praticadas desde a década de 70 e ganhou corpo com os estudos realizados pelo Dr. Cooper sobre os benefícios da prática dos exercícios físicos aeróbicos, que demonstravam inúmeros benefícios fisiológicos e psicológicos quando praticados regularmente. Contudo eles foram erradamente divulgados pela a mídia. Porque estendia, de forma genérica, a todos que correr seria a melhor prática esportiva que uma pessoa normal poderia fazer. Popularizando, desta forma, o interesse pelas corridas de rua, sobretudo, pelo fácil acesso, baixo custo e ausência de limites étnicos e culturais. Vejam que na época essa filosofia foi até adotada pela própria Comissão técnica da Seleção Brasileira de Futebol. Evidente que essa prática, pela exposição midiática, não demorou a se tornar febre e disseminou-se no meio das pessoas que buscavam a boa forma física, saúde e a imagem como forma de apresentação social.

Todavia, com passar do tempo, verificou-se que ao invés de ganhar os benefícios apontados nos estudos do Dr. Cooper, as pessoas estavam, na verdade, correndo para além do limite do saudável, passando, então a visitar de forma mais frequente uma área de domínio patológico. Daí criou-se uma legião de pessoas doentes. Vários foram os problemas de ordens articulares dos membros inferiores, aparecimentos de lesões musculares, problemas na coluna vertebral e sem falar nos problemas de ordens cardiovasculares.

Estima-se que 32% a 62% dos corredores recreativos no Brasil apresentem ao menos alguma lesão anual e, aproximadamente, 3 a 6 tipos lesões a cada 800 horas de corridas.

As lesões ocorrem devido ao movimento repetitivo de alto impacto sobre as articulações e os grupos musculares. Estima-se ainda que os membros inferiores suportam de 2, a 6 vezes o peso corporal por cada passada, ou seja, tomando por base um corpo de 65 quilos e uma corrida de 5 km, que traduz aproximadamente cerca de 4500 passadas. Isso implica dizer que ao longo dessa simples corridinha, as articulações e os músculos das pernas vão suportar uma pressão nada mais e nada menos do que 8.775 T. Fica claro que as formas inadequadas da prática do esporte concorrem, de sobremaneira, para o aparecimento de lesões. A maioria das lesões por sobrecarga em corredores é causada por fatores externo e interno, exemplos de fatores externos:

1) Calçado inadequado (molhado ou gasto);

2) terreno com topografia distinta onde é realizado o treinamento, acentua sobrecarga em determinadas articulações, decida favorece lesões de joelho, subidas acentuadas sobrecarregam o tendão de Aquiles e fascites plantares;

3) as superfícies duras, aumentam o impacto das articulações e as muitas fofas (areia) favorecem a amplitude de movimento das articulações que procuram se adaptar a estas variações, provocando, como consequência, uma certa instabilidade das mesmas. Superfícies muito inclinadas estimulam o aparecimento de diferença entre os membros inferiores, processo de inflamação na área tibial e bursites trocantéricas;

4) o erro no treinamento é um dos fatores externos que mais causa lesões e ocorrem da seguinte forma: a) volume inadequado sem a previa recuperação, b) aumento na intensidade, c) treinos fortes e excesso de competições e d) treinos repetitivos em subidas e descidas e etc.

Já entre os internos podemos citar basicamente como exemplo:

5) alimentação inadequada, com uma dieta desequilibrada em relação aos nutrientes básicos de sua composição.

Na verdade, o Dr. Cooper não estava errado. Errada foi a maneira como a mídia divulgou os seus estudos, procurando dar a idéia ao grande público leigo de que finalmente fora encontrada a panacéia. Todavia, temos que ter em mente que em tudo o que fazemos, devemos buscar o equilíbrio, seja no campo material, profissional ou mesmo no campo espiritual. É preciso, antes de tudo, encontrar, no que se refere à prática de esportes físicos aeróbicos de impactos, o ponto de equilíbrio entre articulação, músculos e ossos. Porque temos que compreender o corpo dentro duma consciência maior, que leve em consideração o seu aspecto conjuntural complexo, onde cada ação corresponde uma reação, e, os vários sistemas, que se interligam para criar um único, vai, na verdade, depender do bom funcionamento equilibrado de cada uma de suas unidades em particular.

Por tudo, o Dr. Cooper, vinte anos mais tarde, veio a público dizer que se passasse uma borracha em tudo aquilo que foi dito antes. Pois correr não era bom para o coração, a articulação, a coluna vertebral e etc., se essa prática não viesse acompanhada de uma criteriosa avaliação médica. E que a melhor coisa que uma pessoa comum poderia fazer para se manter saudável seria mesmo caminhar.

Portanto, caros colegas da lista, a ordem é se cuidar, equilíbrio e moderação são palavras chaves para o gozo de uma boa saúde.

(Fábio Omena)

Ohhdin
Enviado por Ohhdin em 26/05/2010
Reeditado em 28/10/2015
Código do texto: T2281417
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