Um sabor, um cheiro, podem-nos trazer boas ou más lembranças, um doce pode ter o sabor da alegria genuína. Lembro-me dos doces da minha avó , até chegar aos doces portugueses que marcam um outro episódio da minha vida.

A casa da minha avó era recheada de história e sabores. Lembro-me dos saborosos doces em calda: doces de abóbora, de uma cor e uma textura inigualável, o doce de pera, de um sabor menos intenso, mas as peras eram provenientes do quintal, onde existia um avantajado pé de pera. Sem falar no pudim de pão, na torta de bolacha, que nunca comi outra igual, só o arroz doce  que consegui fazer parecido , não eu mas o aparelho de cozinha Bimby, onde coloco os ingredientes e a tecnologia faz o resto. O doce fazia parte do convívio da casa , pois era uma espécie de carinho que a minha avó oferecia aos familiares e amigos.

Passaram-se anos e construímo-nos através dos afetos, e neste artigo quero falar de boas memórias.

Atualmente em Lisboa, já na maturidade , também os afetos, os doces e os livros fazem parte do cotidiano e dos bons momentos. Eu e meu marido degustamos a doçaria em menor quantidade, pois já não podemos fazer os disparates de outrora. Entretanto , o pastel de nata com um carioca de café (o nosso cafezinho) já é um encontro luso-brasileiro. Passando pela Confeitaria Nacional, na Praça da Figueira, a variedade de doces é imensa , seja um leite creme ou um doce com suco ou chá, que delicia!. A doçaria conventual, como o nome diz , eram doces confecionados nos conventos, cuja base é gema de ovo, amêndoa e açúcar ; podemos passar na pastelaria Alcoa e experimentar um delicioso doce conventual.

Enfim a vida é feita de afetos, de sabores e muito mais. Somos as memórias que criamos, é tão bom construirmos memórias positivas, eternizar bons momentos, quer eles sejam doces , leves ou alegres.

 

Iara Maria
Enviado por Iara Maria em 12/07/2022
Reeditado em 16/07/2022
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